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CUIDADOS ESPECIAIS NA PESCA EMBARCADA
PauloGouveia e um outro reagiu a Gilbertinho por um tópico
Pessoal, às vezes ouço ou leio narrativas sobre acidentes ocorrentes na pesca, envolvendo na maioria dos casos a pesca embarcada. Daí resolvi provocar a turma visando extrair e assimilar informações e conhecimentos que guardem relação sobre o tema, de modo que cada um conheça as principais causas e soluções para se obter uma boa margem de segurança nas pescarias, o que certamente trará por acréscimo a tranquilidade dos familiares que se preocupam bastante conosco quando nos ausentamos em busca de aventuras. Como passo inicial, inicio este painel relatando causas e efeitos de ocorrências fatais que conheço por relatos de terceiros e por experiências próprias, que poderiam ser evitadas com um mínimo de cuidados. Tomo a liberdade de enumerar cada situação abordada, sob pena de acabar me perdendo das digressões, observando que quando me refiro à Amazônia, deve-se entender que falo sobre sua porção ocidental, onde resido. Então vamos ao que interessa: Situação 1 - Rota de navegação: mês passado, no Rio Matupiri (proximidades do médio Amazonas e Madeira). o piloteiro de uma operadora de turismo conduzia o bote próximo da margem, deslocando-se para a área onde dois pescadores iriam pescar. De forma negligente, não se ateve a verificar se os passageiros estavam sentados nem os advertiu da proximidade de uma galhada baixa que se estendia sobre o trajeto do barco, nem tampouco dela se desviou. Por estarem de pé, em consequência ambos se chocaram com a galhada. Um deles teve o pescoço quebrado e faleceu. O outro ficou bastante ferido e foi encaminhado a um hospital nas imediações, creio que na cidade de Borba. Não sei dizer se conseguiu se recuperar. O piloteiro, sentadinho e certo de sua segurança, nada sofreu; Apesar de lamentarmos esse episódio trágico, devemos aprender com ele. Afastar esse risco é coisa simples, basta que se adote como regra nunca ficar de pé num barco em deslocamento, mesmo que não existam galhadas visíveis em sua rota de navegação. O efeito pode ser o mesmo caso haja um choque com pedras e troncos submersos. Situação 2 - Rota de Navegação: há algum tempo, o mesmo tipo de acidente ocorreu no Água Boa do Univini, em Roraima, é relativamente perto de onde moro. Dessa feita o bote seguia só com o piloteiro em idêntica condição. Não viu uma galhada baixa à sua frente, e apesar de estar sentado, com ela se chocou, vindo a falecer. Extraímos daí um acréscimo aos cuidados que devemos tomar, que é o de evitarmos traçar rotas sob galhadas baixas, quando estivermos no controle da embarcação; Situação 3 - Manejo de Combustível: ano passado, no mesmo Água Boa do Univini, um piloteiro da Ecotur transferia gasolina de um tambor para o tanque do motor de popa, já de noite, visto que os pescadores iriam sair para a pesca ao alvorecer. Munido de uma lanterna, executava normalmente a tarefa, até que a carga das pilhas se esgotou, obrigando-o a trocá-las e seguir com a tarefa. Entretanto, ao ligá-la novamente, uma centelha fez com que a gasolina explodisse, provocando queimaduras de terceiro grau no infeliz. Socorrido, ficou internado por um longo tempo e só recentemente voltou à ativa. Como aprendizado, já que muita gente tem o hábito de abastecer à noitinha (e do mesmo modo) para sair bem cedo para pescar, devemos abrir mão desse hábito, executando essa tarefa de dia e longe de qualquer fonte que possa provocar acidentes dessa natureza; Situação 4 - Descer ou subir o rio? Essa é uma questão que em geral não envolve risco de vida, embora eu conheça exceção. Trata-se de decisões que tomamos quando estamos na pescaria com outros colegas que têm barcos. Caso resolva descer o rio, seu barco nunca deve seguir desacompanhado, porque se houver uma pane de motor, é uma roubada. Nada melhor que ter um companheiro por perto para rebocá-lo até o acampamento. Subir o rio não dá esse tipo de problema, porque para baixo todo santo ajuda, embora haja a questão do controle da direção do barco. Extraímos desses casos a importância de termos ao menos um par de remos no barco, que viabilizarão o controle da direção e eventualmente movimentar o barco; Situação 5 - A importância dos remos: apesar de ter abordado essa questão na situação anterior, gostaria de submeter uma situação hilária que testemunhei por causa de remos, ou melhor, pela falta deles. Por uns dois anos, morei numa lancha no Rio Negro, região das Anavilhanas, mais precisamente nas proximidades da cidade de Novo Airão, onde atracava o barco na boca de um igarapé, situado um pouco a jusante da cidade, para ter mais tranquilidade e segurança por conta das tempestades. Via de regra, comunidades rio abaixo faziam festas em que muita gente da região comparecia para beber, dançar e namorar. Na verdade, em nenhum outro lugar do país vi tanta paixão por festas, é festa religiosa, de torneios de futebol, do Tucumã, do Açaí, do peixe ornamental, do boto cor-de-rosa, do peixe-boi, enfim, qualquer coisa é motivo para festejar, e sempre com muita bebida, muita música do boi e muita dança, muito de tudo. À noitinha, minha esposa e eu ouvimos e vimos várias canoas de madeira descendo o rio, todas tocadas por motores rabetinhas, deduzindo que deveriam estar seguindo para alguma festa rio abaixo. A noite passou, e lá pelas cinco da manhã, o sol surgindo preguiçoso, quando ouvimos um chilep chilep constante, como algo batendo incessantemente na água, subindo o rio bem juntinho do costado da lancha. Olhamos pela janela e vimos uma canoa de uns 7 ou 8 metros, nego vazando pelas bordas, todos remando com as havaianas para chegar na cidade. Só risos. Deduzimos que essa turma deveria estar remando madrugada adentro, já que o dia seguinte era dia de branco, todo mundo ao trabalho. Desse dia em diante, jamais deixei de levar os remos no bote, mesmo que meu deslocamento da lancha fosse de 50 ou 100 metros. Macaco velho não pula em galho seco. Essa foi uma boa lição que aprendi, e recomendo que também o façam, por mais que os remos ocupem espaço e incomodem; Situação 6 - Serpentes peçonhentas: pouco tempo atrás, um pescador curioso resolveu fazer uma pequena caminhada por uma trilha na região do Rio Amajaú, sul de Roraima. A intenção era a de tentar a sorte num lago situado atrás da comunidade de Canauini, onde o barco-hotel estava atracado. Orientado por um cara da localidade, entrou mata adentro e ao passar sobre uma árvore caída, foi picado no peito do pé por uma Pico-de-Jaca, a cobra mais peçonhenta da Amazônia, Socorrido e conduzido de avião para a capital do Estado, Boa Vista, ficou internado por vários dias. O estrago foi tamanho que quando deixou o hospital e nos exibiu o local do ferimento, era possível ver o chão através de seu pé, um buraco da dimensão de uma moeda de 1 real. Coisa feia de se ver. Isso ensina que sempre devemos ter um cuidado imenso com incursões na mata. Não basta olhar o chão coberto de folhas onde as cobras se ocultam esperando presas, tampouco troncos caídos que servem de abrigo a elas. Na Amazônia, existem espécies peçonhentas que vivem e caçam em árvores, e é relativamente comum vê-las dependuradas em galhos, do mesmo modo que a cobra Papagaio, não venenosa. Assim, extrai-se o ensinamento que, se adentrarmos a mata ou caminhar junto às margens, devemos observar com cuidado não apenas o chão, mas também por onde todo o corpo vai passar ou possa ser alcançado por um bote de uma cobra; Situação 7 - Insetos voadores venenosos; como muita gente vem para a região amazônica para pescar, vale discorrer sobre os principais insetos voadores venenosos daqui, a começar pelas famigeradas abelhas, fáceis de identificar e totalmente semelhantes às que encontramos no resto do país. As novidades ficam por conta dos cabas (marimbondos) amarelos e os da noite. Em geral têm o corpo avantajado e possuem uma pegada bem dolorida, característica comum dos dois. A diferença é essa "coisa" do caba-da-noite, que só entra em operação quando anoitece, e é bem maior que o caba amarelo, e sua picada injeta mais veneno. As soluções de redução de riscos quanto às abelhas e os cabas diurnos são, no primeiro caso, buscar identificar colmeias em troncos e construções velhas e manter distância, exceto se resolver extrair o mel, aí deve se preparar direitinho, senão...Já os cabas diurnos são preferencialmente encontrados em construções abandonadas, onde instalam suas casas, mas também habitam troncos de árvores mortas em meio à selva, exigindo algum cuidado nesses locais, apesar de ser praticamente impossível evitá-los quando nos visitam. Contra o o caba-da-noite, mais perigoso, só o que resolve e trancar portas e janelas ou se meter sob um mosquiteiro, aí está tudo resolvido; Situação 8 - Insetos voadores transmissores de doenças: seguindo a mesma linha da situação anterior, destaco alguns pontos sobre essa questão. Como se sabe, a incidência de transmissores do vírus da malária na Amazônia Ocidental é considerável. A única forma segura de prevenção é evitar o contato com esses caras, e para isso deve ser observado que, diferentemente do que muita gente pensa e diz, o Anopheles spp ataca também durante o dia, em menor intensidade, dependendo do clima. Se chover ou garoar, atacam mais. Porém, costuma-se dizer que o horário crítico é das seis às seis (da noite até a manhã). Uma curiosidade: caso esteja pescando em local onde há moradias de ribeirinhos por perto, observe se suas casas estão fechadas por volta das cinco da tarde. Se estiverem, é certo que a região é infestadas de pernilongos (carapanãs, para os amazônidas). Prevenção: repelente durante o dia e uma rede de dormir grossa e um mosquiteiro de boa qualidade, ou ainda um camarote fechado e vedado e refrigerado, senão irá morrer de calor; Situação 9 - Formigas Críticas: diz a lenda que Novo Airão, cidade localizada no curso médio do Rio Negro, antes era denominada simplesmente Airão. Assolada por formigas de todos os tipos, credos e raças, mudou-se tempo atrás para a atual localização, bem a jusante da posição geográfica original, ensejando a denominação "Novo" Airão. Fato ou mito à parte, o certo é que aqui as formigas são de lascar. Não se trata de formigas lavapés ou outras mais comezinhas do país, afinal, quem já não foi ferroado por alguma delas? Mas o fato é que aqui as mais parecidas fisionomicamente com as lavapés são as formigas-de-fogo, amarelinhas e não muito graúdas, mas portadoras de uma ferroada pra lá de dolorosa, queima como fogo, como o nome já diz. Porém, a pior delas é a famigerada Tocandira, bem avantajada, preta e menos comum de ser encontrada, e se for, alguém vai ter uma experiência inesquecível. Em geral, são solitárias em suas andanças pela selva, vadiando pelos troncos das árvores à procura de insetos menores que servem de alimento. Os acidentes com elas ocorrem em situações em que incautos resolvem apoiar as mãos ou o corpo nos troncos das árvores, e aí ela não perdoa, acabou o dia para quem for ferroado. A lição que se extrai é que devemos evitar, no caso das formigas-de-fogo, vacilar perto do formigueiros. Já no caso das Tocandiras, é pra lá de recomendável evitar o contado das mãos e do corpo com troncos de árvores, é sempre onde elas estão; Turma, já é madrugada e o sono está pegando. Retornarei com novas experiências e aprendizados. Grande abraço e grato pela atenção, lembrando que seria por demais útil conhecer experiências e medidas preventivas da turma do FTB para garantir nossa segurança. Gllbertinho, pescador da Amazônia2 pontos -
Mercury 25 Sea Pro Falha na alta!
Guto Pinto e um outro reagiu a Anderson Luis Ribeiro Blas por um tópico
Também estou usando mais um filtro na linha de combustível , está indo de boa . Prefiro trocar esse filtro paralelo de tempos em tempos do que estar abrindo para limpeza aquele original do motor que fica dentro do capo . Pence num filtro ruim de desmontar aquelo copinho , aquilo agarra e não abre nem a pau , só prensando na morsa e com muito cuidado se não já parte .2 pontos -
Barcelos 30/10 a 5/11/16
Anderson Luis Ribeiro Blas reagiu a Gustavo Felici por um tópico
Olá pessoal, No final de outubro fizemos uma pescaria em Barcelos, como todos já sabiam, as condições não eram as melhores. Quando chegamos no aeroporto de Barcelos encontramos com o Dadá que é sogro do Allen Gadelha que foi o nosso operador, ele nos animou falando que no DEMENI estava saindo muito peixe, como também já é sabido por todos, o Demeni é um rio de quantidade e não qualidade, mas não tinha outra opção, o Negro estava cheio e os afluentes também, só estava dando pescaria no Demeni, tanto é que a maioria dos barcos estavam no Demeni. O Dadá nos falou que íamos navegar dia e noite para subir o máximo possível pois nosso barco era o VITÓRIA DE DEUS, barco pequeno que consegue chegar longe. Aí começou a batalha, quanto mais subíamos mais pegávamos peixes, até chegarmos a um ponto que não vimos mais nenhum barco, passamos até pelo acampamento do próprio Allen Gadelha, no ponto mais distante, eu e meu parceiro conseguimos pegar 100 tucunarés em um único dia, fora as aruanãs e bicudinhas e nesse dia todos pegaram muitos peixes, muitos cardumes de popoca e de AÇU. Não foi uma excelente pescaria, mas dentro do possível foi boa, todos gostaram e o nosso grupo foi nota 1.000, já estamos marcando o próxima para o ano que vem. Sérgio, Cláudio, Waldiney, Guido, Carlão e Eu O vôo foi muito tranquilo Nossa casa por uma semana, Barco Vitória de Deus Início da batalha, eu meu parceiro Guido e o piloteiro Balanga. Vamos ao que interessa, peixes... Os popoquinhas eram a maioria, se fosse tirar todas as fotos dos popocas ia atrasar a pescaria. Aqui a coisa começou a melhorar Aruanãs eram frequentes Esse açu foi do parceiro, só peguei para tira foto, hehe. 5,5kg Essas praias eram infalíveis Borboletas também pegamos muito O difícil era conseguir fisgar todas as Aruanãs Açu de 3,5 kg rendeu uma boa briga Esse pegou com raiva na hélice, parecia maior, 4kg Parceiro pescando macaco, kkkk. Esse açu estava magro Esse também Esse foi o meu troféu, 6,5 kg, pego no Negro no último dia, aos 45 minutos do segundo tempo, foi uma situação inusitada, arremessei a brava 110,já não tinha mais braço para outro tipo de isca, a isca enroscou no galho e quando encostou na água, poooow, mas a isca ficou balançando no ar, ele não acertou, só desci a isca na água ainda enroscada no galho e pooooow agora ele pegou, saiu tomando linha, desenroscou do galho, foi na pauleira mas deu tudo certo, fotografado e devolvido para a natureza. Outra situação que se não tivesse filmado ou fotografado seria difícil de acreditar. Paramos para almoçar em uma praia e enquanto o almoço não saía fui regular a carretilha do parceiro e tinha uma borá como isca, comecei a arremessar e percebi que ela vinha arrastando do chão (areia), arremessei 2 ou 3 vezes e de repente a isca enroscou, comecei a entrar na água para ver onde estava preza e de repente a vara começou a mexer e tome linha, travei a carretilha e mesmo assim continuou a tomar linha, uns falaram é peixe de couro e o guia lá de longe falou, é arraia, entra no barco e vamos atrás. A briga durou aproximadamente 15 min e quando boiou foi um susto pelo tamanho, o guia falou que passava dos 30kg Esse cara aí é o Sérgio, pensa em um cara que gosta de hélice ... Esse aí é o Waldiney, gente finíssima Esse é o Carlão, parceiro antigo. Esse é o Guido, parceiro dês da época da faculdade e a alguns anos, parceiro de pesca. Guido pegou no jig Gostaria de agradecer a todos os amigos pescadores e a todos do barco, Dadá, Allen e todos que ajudaram. Se Deus quiser ano que vem tem mais. Abraço a todos1 ponto -
BARCOS DE ALUMÍNIO 5 E 6 MT AFUNDAM OU NÃO...!
Anderson Luis Ribeiro Blas reagiu a Leonardo Rennó por um tópico
1 ponto -
Carretilha no Paragua
Bernardo Cassaro reagiu a Fábio S. Ulbrich por um tópico
Linha YGK G-soul nunca encontrei no Paraguai. Casa Japon - linhas vexter e linhas da Daiwa (samurai / j-braid / saltiga) casa Nipon - power pro Pesca center - linhas da sumax / triumph e algumas outras marcas que não lembro no momento Vale a pena comprar na Pesca Center as garatéias da VMC.1 ponto -
OLÉO MARINA TCW-3
Leonardo Rennó reagiu a Guto Pinto por um tópico
Cabongos fizeram uns vídeos top sobre os oleos 2T e amistura com etanol, quem tiver paciência, vale a pena1 ponto -
Carretilha no Paragua
Bernardo Cassaro reagiu a Fábio S. Ulbrich por um tópico
É possível pedir desconto sempre Bernardo. A carretilha eu compraria lá, pois é a loja oficial das marcas Marine Sports e Daiwa. Garantia de produto original e de boa qualidade.1 ponto -
COMBUSTIVEL X ADULTERADO
Fabio Giovanoni reagiu a Anderson Luis Ribeiro Blas por um tópico
27% de etanol na gasolina: quais os efeitos para os nossos motores? RODRIGO PASSOS 9 MARÇO, 2015 790 COMENTÁRIOS Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, confirmou que o aumento da proporção de etanol na gasolina tipo C – de 25% para 27% – começa a valer para o dia 16 de março, exatamente daqui a uma semana. Este acordo foi firmado no dia 2 de fevereiro deste ano, durante uma reunião na Casa Civil entre representantes da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica) e a Associação Nacional de Fabricantes de veículos Automotores (Anfavea). NEWSLETTER DO FLATOUT: ACELERE CONOSCO Seja o pole-position sobre nossos produtos, promoções e novidades futuras, caro FlatOuter! De acordo com declaração do presidente da Anfavea, Luiz Moan, “os testes de durabilidade ainda estão sendo realizados pela Anfavea e por isso nós insistimos bastante que a gasolina premium não sofresse nenhuma alteração na sua formulação, em nome da defesa do consumidor, para que ele também possa ter alguma alternativa de abastecimento no caso dos veículos exclusivamente movidos a gasolina. Essa gasolina (com maior percentual de etanol) é segura, sem dúvida nenhuma, mas ela é uma gasolina que deve ser usada nos veículos chamados flex, e nós colocamos uma precaução enquanto os nossos testes de durabilidade não forem concluídos”. Esta afirmação por um lado tranquiliza os donos de carros mais antigos ou que não foram tropicalizados: existe a opção premium. Por outro, dá a impressão de que a decisão foi tomada sem estudos conclusivos a respeito dos carros que não são flex – um problema ainda maior se considerarmos a alta que os combustíveis sofreram recentemente. Afinal, nem todos terão a condição financeira de usar a gasolina premium permanentemente. Mas afinal, qual o impacto que essa mudança pode causar no seu motor? Aqui vamos buscar explorar essa questão – mas antes, precisamos clarificar alguns conceitos. Octanagem e pré-detonação: temperamento explosivo Sabe aquela namorada esquentadinha, que ao menor sinal de aborrecimento explode? Pois é, ela devia se chamar Gasolina… Ela, a namorada gasolina, é formada por diversos hidrocarbonetos com diferentes cadeias, e assim que sai da coluna de destilação tem uma resistência à detonação próxima das 65 octanas. Com os atuais processos envolvidos na pós-destilação esse número pode subir para até 87 Octanas. Vejam o vídeo abaixo para entender melhor como funciona uma coluna de destilação. O número de octanas é um método desenvolvido pelo químico Russell Earl Marker em 1926 e introduzido em uma escala padrão por Graham Edgar em 1927, para avaliar a resistência à detonação de um determinado combustível. Dois hidrocarbonetos são tomados como referência de valores, o hetano tem valor 0 e o iso-octano tem valor 100. A combinação de variadas proporções entre estes dois hidrocarbonetos são usadas como referência comparativa ao combustível que está sendo estudado. Por exemplo, a gasolina com 87 octanas tem tendência a detonação equivalente a uma mistura de 87% de iso-octano e 13% de heptano. No caso do etanol, que possui índice de 108 Octanas, um aditivo é combinado ao iso-octano para que este alcance a mesma resistência do Etanol. Quanto maior a porcentagem de aditivo combinado ao iso-octano para a equivalência, maior será o índice de resistência do combustível. A medição da resistência é feita utilizando um Motor de Determinação de Número de Octanagem. Num ambiente controlado (a temperatura e umidade são estáveis e determinadas) a mistura estequiométrica é admitida pelo motor, que trabalha com rotação constante. A razão de compressão do cilindro vai sendo elevada até que a pré-detonação ocorra. As mesmas condições usadas para o combustível são aplicadas às misturas de iso-octano/heptano para que seja determinado o índice de resistência. Existem dois padrões de teste definidos pela Associação Americana para Testes e Materiais ASTM: o Método de Pesquisa (RON) ASTM D 2699 e o Método Motor (MON) ASTM D 2700. Os métodos se diferenciam pela temperatura de admissão da mistura (60°F a 120°F RON e 300°F MON) e rotação de trabalho (600 rpm RON e 900 rpm MON). Essa diferença entre as condições de teste cria também uma diferença entre os resultados de cada um, sendo os valores obtidos pelo RON sempre mais altos que os resultados do MON. A média entre os dois testes é chamada de Índice Anti Detonação (IAD), o IAD é o valor utilizado no Brasil para a classificação do combustível. Por conta da baixa octanagem da gasolina pura (tipo A), o motor que irá trabalhar com esta deve ter uma taxa de compressão reduzida, aproximadamente de 7,5:1, assim reduzindo o risco de pré-detonação. E sobre o assunto “taxa de compressão” não se preocupem: trataremos dela com toda a atenção em um outro post exclusivo sobre a cinética da combustão. O vídeo acima mostra um cilindro com baixa razão de compressão, porém já pode ser observado o aquecimento excessivo da mistura, e aos 17 segundos… Observe a porção superior da imagem. Enquanto a frente de chama se desloca chegando à válvula, na outra extremidade da câmara podemos ver uma onda de choque indo de encontro à frente de chama. A pré- detonação é um fenômeno no qual a mistura ar-combustível atinge pressão e consequente temperatura tão elevadas, que por si só ela inicia o processo de combustão – sem que a frente de chama tenha entrado em contato com aquela porção da mistura, e em casos mais críticos, antes mesmo que a centelha seja disparada pela vela de ignição. Poison Ivy: chumbo tetraetila na gasolina Uma menor taxa de compressão afasta o risco de pré-detonação, porém o motor gera menos potência, devido a menor eficiência térmica da combustão. Com a popularização dos motores de combustão interna no início do século XX, a procura por maior desempenho para fins comerciais e principalmente militares fez com que uma taxa de compressão mais alta fosse necessária. Então novos métodos de elevação da octanagem do combustível foram buscados. Para entender como o etanol foi parar na gasolina, temos que falar um pouco da história dos combustíveis. No fim de 1921, o engenheiro mecânico e químico Thomas Midgley, juntamente com seu grupo de trabalho, descobriu que a adição de 0,044% de chumbo tetraetila elevava a resistência à detonação da gasolina para um mínimo de 76 octanas na época da descoberta. Essa mudança afastava completamente o risco de pré-detonação para os motores da época, aumentava a confiabilidade dos motores e ainda trazia ganhos significativos de desempenho. Em 1923, durante os treinos e provas da Indianapolis 500, Harry Miller utilizou a Ethyl Gasoline (nome comercial da mistura) com 0,05% de concentração nos seus modelos Miller 122. Eles tinham um motor com 2 litros de deslocamento, duplo comando de válvulas, duas válvulas por cilindro, câmaras hemisféricas, taxa de compressão de 7,5:1 e rendiam 150 hp. O #1 chegou a alcançar os 227,14 km/h. Com o passar dos anos a quantidade de ethyl adicionado à gasolina foi aumentando e isso possibilitou que os motores tivessem taxas de compressão cada vez mais altas. A tabela abaixo mostra alguns dos valores ao longo de uma linha do tempo. O sucesso da gasolina aditivada com chumbo tretraetila foi tão grande que ofuscou outros aditivos, como era o caso do etanol. Porém a Ethyl Gasoline – que parecia a perfeita solução para os problemas da baixa octanagem – tinha uma contraindicação extremamente perigosa. O envenenamento por chumbo. Por tratar-se de um metal pesado o chumbo não era consumido durante a combustão, então ele contaminava a atmosfera com os gases expelidos. E este era absorvido pelas pessoas através da pele e respiração. Os sintomas do envenenamento só apareceriam quando os níveis de chumbo no sangue fossem bastante altos. Na década de 1960 estudos comprovaram de forma eficaz a contaminação de crianças pelo chumbo. Na década seguinte o Ethyl foi retirado do mercado – a consequência imediata foi a queda da taxa de compressão dos motores lançados na época. A maior popularização do etanol Após a retirada da Ethyl Gasoline do mercado, as alternativas desenvolvidas desde a década de 1920 começaram a ganhar espaço. Na segunda volta da Indianapolis 500 de 1964, um acidente entre sete carros vitimou dois pilotos. Os veículos incendiaram, entretanto o carro de Johnny Rutherford, também envolvido no acidente, aparentemente não incendiou. Fato atribuído ao carro usar o metanol como combustível – nota: as chamas da combustão do metanol são invisíveis a olho nu e não produzem fumaça. A partir desse evento a gasolina foi banida da Indy e todos os carros passaram a usar metanol como combustível (mas sabemos bem que essa atitude não evitou outros incêndios). Essa mudança do regulamento foi mantida por mais de quarenta anos. De forma quase concomitante à retirada do chumbo tetraetila como aditivo à gasolina, em 1973 A OPEP iniciou o embargo do petróleo. Com a crise energética a produção de etanol e seu uso como combustível alternativo cresceu em todo o mundo. No Brasil especificamente, onde a indústria sucroalcooleira sempre teve grande poderporte, em 1975 o General Ernesto Geisel criou o Programa de Nacional do Álcool (Proálcool) para viabilizar o uso de combustíveis alternativos à gasolina. Com o fim do embargo, a queda do preço do barril do petróleo e problemas de abastecimento de etanol no mercado consumidor, o programa entrou em declínio, desaparecendo na década de 1990. Para compensar artificialmente esta queda, os índices de etanol adicionado à gasolina subiram mais (dados do Ministério da Agricultura). Acompanhe os dados históricos: 5% (1931), 10% (1966), 13% a 22% (1985), 13% (1990), 22% (1994), 24% (1997), 26% (1999), 25%(2010), 20%(2011), 25% (2013) e 27% (2015). Como mostra a tabela acima e os dados do parágrafo anterior, a quantidade de etanol misturado à gasolina aumentou. Porém a taxa de compressão dos motores não acompanhou de forma fiel esse aumento. O que nos leva a entender que as mudanças da mistura não visavam atender principalmente as características dos veículos… Flex: toma lá, dá cá A partir de 2003 foi introduzida no mercado brasileiro a tecnologia dos veículos bicombustível, com o Gol Total Flex 1.6. Com o caminho aberto pela VW vários outros fabricantes seguiram a trilha – e o que começou como um nicho virou fatia dominante e exigência de mercado, chegando a abocanhar 88,4% do total de vendas de veículos leves do país em Fevereiro deste ano. Mas como os flex conseguem trabalhar com uma variação tão grande de misturas, sem um sensor analítico de combustível e com uma taxa de compressão tão alta e, claro, fixa? O segredo está no sensor de detonação. A estratégia de ignição encontrada na maioria das centrais eletrônicas dos carros brasileiros baseia-se na rotação do motor, pressão absoluta do coletor de admissão e posição de borboleta; tendo mapas de correção por lambda, temperatura e principalmente por sinal de pré-detonação. Quando a central recebe um sinal da pré-detonação o ponto de ignição é atrasado em um número de graus, normalmente 3°, até que o sinal cesse. Durante todo o tempo em que o motor estiver naquela condição operacional (carga, temperatura, rotação e mistura) o ponto de ignição atrasado será mantido. Então no final das contas a central não sabe qual a real proporção de etanol/gasolina está alimentando o motor (exceto em centrais mais sofisticadas, como a do novo BMW 328i Active Flex). Ela sabe que tem que trabalhar com um ponto de ignição “X” para evitar a pré-detonação. Por isso ouvimos alguns carros flex “batendo pino” na saída de quebra molas, sinais de trânsito ou qualquer outra situação de alta carga e baixa rotação. Como é uma solução de adaptação relativamente limitada no sentido de aproveitamento energético da explosão – pois a taxa de compressão não é a ideal para nenhum dos dois combustíveis e o “trabalho sujo” de fazer tudo funcionar fica com a variação do ponto de ignição – , muitos dos motores que eram movidos exclusivamente a gasolina ou a etanol perderam rendimento nesta transição. Especialmente os fabricantes que optaram por taxas de compressão mais conservadoras e mapeamentos mais seguros no ponto. Não é o ideal, mas é o que temos para hoje – e o mercado impôs isso. As vendas do Ford Focus da geração anterior, por exemplo, só começaram a subir quando seus motores passaram a ser bicombustíveis. Toc, toc. Quem é? Como já vimos, uma das consequências da adição do etanol é a elevação da octanagem. Alguns estudos desenvolvidos em todo o mundo, inclusive no Brasil, mostram que a cada 1% de volume de etanol adicionado a gasolina eleva o número de octanas em 0,29. Isto significa que, com a atual porcentagem de etanol adicionado à gasolina, e considerando uma gasolina de 87 octanas, temos uma mistura com 95 octanas. Abaixo temos uma tabela das razões de compressão mínima e máxima para um determinado número de octanas, bem como a mistura etanol/gasolina equivalente. Vantagens Uma vantagem da adição do etanol é a elevação do calor de vaporização da mistura, pois o etanol precisa de mais calor para vaporizar (910 kJ/kg) quando comparado à gasolina (390 kJ/kg). Trocando em miúdos, quando o combustível é injetado no coletor de admissão, a massa de ar em contato com o líquido é resfriada pelo calor que o combustível rouba para se vaporizar. Quanto mais etanol houver na gasolina, mais fria a mistura que entra na câmara será. Menor temperatura significa maior densidade, e maior densidade significa mais mistura dentro da câmara. Que nos leva a maior potência. A menor temperatura de admissão significa também menor temperatura em todos os outros tempos do ciclo. O que é benéfico para o motor, por este trabalhar com uma menor carga térmica e consequente menor desgaste. E a lubrificação? O aumento da quantidade de etanol na gasolina, por incrível que pareça e ao contrário do que se pensa, eleva a viscosidade da mistura em 0,006 mm2/s a cada 1% de etanol adicionado. A viscosidade é determinante para a dimensão das gotículas de combustível contidas no coletor de admissão. Com uma viscosidade muito alta as gotículas serão grandes e haverá dificuldade na vaporização. Já a viscosidade baixa demais acarreta problemas de lubrificação ao sistema de combustível, pois não haverá formação de filme lubrificante nas bombas, carburadores e bicos injetores. Estudos também demonstraram que a adição de etanol reduz a emissão de CO e Nox, ao mesmo tempo em que eleva a emissão de CO2. O que significa que a combustão é mais completa – muita gente usou o truque de adicionar mais etanol à gasolina para aprovar o carro nos testes da Controlar. Além disso, por ser de origem vegetal as emissões totais de CO2 do Etanol é menor, pois considera-se a absorção do dióxido de carbono da atmosfera durante o crescimento da planta que servirá para a produção do etanol. Efeitos colaterais… Aqui começam os problemas do blend – e provavelmente a parte que mais preocupava vocês. O etanol possui menor poder calorífico (23,62MJ/L) em relação à gasolina (34,84 MJ/L), uma diferença de 32% pra ser mais exato. O que significa que, para alcançar a mesma quantidade de energia liberada na combustão da gasolina, precisaremos injetar mais etanol. Observou-se que a cada 1% de etanol adicionado à gasolina o poder calorífico da mistura cai em 0,1069 MJ/L. Portanto, a nossa atual mistura de combustível tem um saldo negativo de 2,8863 MJ/L. Essa diferença impacta diretamente no consumo de combustível pelo motor, já que a cada pulso de injeção serão necessários mais de 8% de combustível para atingirmos a potência anterior. Em resumo, com a nova proporção de 27% de etanol no gasolina, pode-se esperar sensível aumento no consumo. Por ser um composto oxigenado e higroscópico, o etanol é reativo com determinados metais. Essa reação causa a oxidação de metais e borrachas não tratadas para o contato com o etanol, como é o caso da foto acima. A afinidade com a água faz com que o etanol forme um gel e haja a separação de fases entre a gasolina e o etanol quando o combustível fica em repouso por longos períodos. Este gel obstrui venturis, gicleurs, bicos de injeção, filtros e bombas. A gasolina que se separa tem octanagem mais baixa, que nos leva novamente ao risco de pré-detonação. Portanto caso seja necessário deixar o veículo parado por períodos longos (mais de 40 dias), o ideal é que o tanque e as linhas de combustível sejam drenadas. A maior porcentagem de etanol acaba acelerando sensivelmente estes processos e possíveis danos, especialmente em veículos mais antigos. Por outro lado, como a mistura gasolina/etanol é amplamente usada pelo mundo, os fabricantes de componentes dos sistemas de combustível há alguns anos produzem peças e equipamentos aptos a trabalharem com blends até E30 para motores Otto a gasolina sem os riscos do parágrafo acima. Porém não recomendam que esta barreira seja ultrapassada – por isso, fique ligado com o posto em que você está abastecendo: quanto mais suspeito, maiores as chances de o blend ser, na verdade, algo superior a 27% de etanol (isso considerando apenas estas duas substâncias…). Neste caso, você estará sendo prejudicado no bolso (afinal, o litro de etanol é bem mais barato e tem menor poder calorífico, rendendo menos) e seu veículo ainda pode sofrer com isso em médio prazo. Para veículos antigos, muito mais sensíveis a esta questão, é recomendável a utilização de aditivos anti-oxidantes ou a substituição de peças por partes com tratamentos adequados ao etanol (especialmente o carburador e a bomba – vale também dar uma checada no tanque e nas linhas), pois eles sofrerão um pouco mais com esta nova proporção. Já os donos de veículos flex, por razões óbvias (o projeto foi dimensionado para rodar com 100% de etanol, caso o dono prefira), não possuem razões para se preocupar. Pudemos observar após o informe da Anfavea que alguns fabricantes de veículos recomendaram o uso somente de gasolina premium em seus veículos – principalmente os que possuem a tecnologia de injeção direta. Esta recomendação veio pela não inclusão da gasolina premium no aumento do percentual de etanol. Share on Tumblr1 ponto -
BARCOS DE ALUMÍNIO 5 E 6 MT AFUNDAM OU NÃO...!
Luiz Nogueira reagiu a CleversonBatista por um tópico
Respondendo a colocação do amigo Luiz Nogueira, sim todos estavam de colete, a chave estava no meu pulso, a questão é.. eu conseguir posteriormente retornar ao local e recuperar o barco e o motor. Com certeza a s pessoas em primeiro lugar, por isso ninguém entra no barco sem colete. abraço1 ponto -
Carretilha no Paragua
Lorena Almeida reagiu a Lindomar Junior por um tópico
E ai amigo. Não sei se você conhece ou participa de um grupo no Facebook chamado "Escambo Virtual". Lá tem tralha de pesca pra todas as modalidades em novos e usados. Por esse preço que citou da Venator Lite, acho que não compensa. Tem ela anunciada nova no grupo que falei por R$620,00 nova tambem. Se puder dar um sugestão te diria o seguinte: Por esse preço eu ficaria com uma Curado 201hg. Tem ela anunciada (curado 201)pelo amigo Romulo por R$649,00 + frete. https://www.facebook.com/groups/494710707225764/ Dá uma olhada! Abraço.1 ponto