O tema está pra lá de bem discutido.
No meu pensar, fazendo uma auto-crítica sobre o que fiz em quase 50 anos (tenho 69 atualmente), conclui que reagimos até exageradamente em certos casos, segundo a atração exercida por alguma coisa, o que nos leva a ocultar os brinquedinhos que sorrateiramente compramos, quando dá, e quando não é possível recorremos à toda sorte de argumentos para justificar as aquisições, inclusive a nós mesmos, quando nos apercebemos que extrapolamos o limite do bom senso. Pessoalmente, já experimentei essa sensação de arrependimento, mas o que fazer, se num certo momento essa reação aflorou e acabei por comprar mais e mais do que já era suficiente? Alguém pensa que essa mania tem fim? De fato tem, é quando a gente morre, porque na verdade, substituímos uma coisa por outra no decorrer do tempo. Se de um lado coloquei num segundo plano as tralhas e quinquilharias da pesca, de outro me fixei em barcos, motores e veículos, tudo de uma forma exagerada, pois minhas necessidades apontam exatamente em sentido oposto, já que bastaria apenas uma unidade de cada um para atender minhas demandas. A meu ver, quem fez referência ao termo "acumulador", passou muito perto da resposta. Se isso for uma doença, sou mais um membro do clube, porque achar que isso é normal, no sentido lato do verbete, considero equivocado. Esse assunto me fez lembrar uma frase engraçada dita por um ancião alasquiano, dono de um ferro-velho (episódio da Grande Família do Alasca). Ele disse mais ou menos assim: "eu troco uma coisa que não preciso por outra que também não preciso, vendo outra coisa que não preciso para depois comprar outra que também não preciso". Acho que a gente meio que se enquadra nessa situação porque, ao menos no meu caso, já troquei iscas por iscas, comprei tantas outras que nunca usei, já tive inúmeros barcos ao longo do tempo e hoje tenho "apenas" quatro, quando só preciso de um, tenho cinco carros de uso pessoal, e se aparecer algum desses itens que me agrade...sei não! A cada besteira dessas que faço, minha filha (sou viúvo) indaga: outro? pra quê? E lá vou eu a dizer que é investimento, coisa e tal.
Dileto amigo, não se preocupe, todos neste Fórum sofrem da mesma enfermidade, que aliás nos traz sempre muita alegria, chiadeira das briguentas à parte, sempre dá pra contornar, desde que atendamos também e bem todas as demandas delas e da filharada.
Abraços do Gilbertinho