Amigo Dair,
Relendo o que foi postado pelo Fabrício, começo a "suspeitar" que o nosso (pescadores esportivos) problema, não está na atividade, e sim naquilo que nos cerca e que nos trás incômodos de "viver a vida" ! Dificilmente ouvirá de um pescador que está chateado com a pescaria - é um paradoxo ! Mas esse mesmo indivíduo, se olhar em seu entorno, descobrirá tantos motivos para perturba-lo, que a "pesca" termina pagando a conta ! Melhor dizendo, como é possível acreditar que um pescador esteja "sem saco" para pescar ? Ele está "sem saco" sim, para encarar todas essas bandalheiras que envolvem a sua vida direta e indiretamente ! E convenhamos, não tem quem não perca seu humor e propósitos quando vê tanto de ações erradas e indevidas ocorrendo em todos os setores de nossas vidas !
Claro - e ninguém precisa afirmar mais isso - que o problema da ausência de educação de nosso povo é uma vertente fundamental para o equacionamento desses problemas, inclusive os de pesca esportiva, mas o que vem sendo feito efetivamente para mudar esse cenário horripilante de desmando e desapego das lideranças em priorizar a causa e não os efeitos delas ? Segurança, saúde e preservação ambiental são (e serão sempre) consequência natural a ser tratada com as pessoas tendo um mínimo de conhecimento (cultura educacional).
Na minha forma de ver essa situação da pesca esportiva, e já não é a primeira vez que menciono isso, é estabelecer um marco onde a comercialização do peixe silvestre seja proibida, a exemplo do que acontece com a caça (claro que a caça continua existindo, mas em muito menor escala). Peixe para a alimentação tem que ter origem em criação doméstica, que já está mais que comprovada sua viabilidade comercial. Falta sim, a aplicação dessas decisões (se assim for desejado) pelas autoridades constituídas... mas e os pescadores profissionais, como irão sobreviver com um medida como essa ? Vão buscar alternativas, inclusive com a criação dos peixes comercialmente. Esse processo de assistencialismo que cada vez mais parece se irraizar na nossa população (principalmente as menos assistidas), precisa mudar. Não quero entrar nisso, que é uma semântica pior do que o "ovo ou a galinha".
Assim como o Fabrício, também estou cansado de ver tanto descaso ao passar dos anos. Os esforços são pontuais e quase que "individuais", quando muito através de pequenas associações ! Não que elas estejam erradas em tentar mudar esse cenário, mas precisam pensar melhor na forma de agir, senão ficarão "esgarçados" de tanto esforço para o resultado aquém do desejado. É como se estivéssemos acelerando um motor de popa, com suas hélices na flor d'água !
Mas a vida continua e minha admiração aos que se dedicam a tentar minorar essa situação.