Amigo Dair,
Essa é uma questão que iremos nos deparar com maior frequência de agora em diante ! Fazer preservação apenas com base no processo cultural demora mais tempo do que o aniquilamento dos peixes na Amazônia. Isso não significa que concorde com a tese de exclusividade de um operador apenas, pois acredito que o processo de competição ajusta a realidade comercial.
Precisamos entender que o "nosso paraíso" de outrora já está em outro patamar, certamente mais difícil de ser usufruído pelos brasileiros de menor poder aquisitivo ! Apenas para entenderem o teor das minhas palavras, lembram-se da exuberância do Pantanal, pois então, quantos dos que aqui frequentam já não conseguem "pensar" em ir naqueles recantos onde antes a piscosidade era extrema e hoje é difícil encontrar exemplares dentro das medidas legais... (quantos operadores quebraram naquela região...). Claro que as condições eram diferentes, não havia pesque e solte, e até mesmo indústrias se instalaram na região. Mas será que a Amazônia estará tão distante disso ?
Gerar recursos para a população ribeirinha (indígena ou não) é sempre uma bandeira para essas ações, e acredito que sejam válidas, principalmente se for obrigatória a utilização (mesmo que pequena) de mão de obra local. Quem está disposto (ou pode) pagar R$ 18 mil numa ida à Amazônia, certamente será exigente com o que pretende receber em serviços, onde o peixe se torna uma consequência.
Difícil contudo (pelo menos para mim) é acreditar que essas "soluções" não sejam criadas e estabelecidas através de "esquemas", onde o valor final se torna excessivo pela "cadeia alimentar" dos pagamentos... Outra coisa, e a transparência desses processos, será que os responsáveis (sejam municipais, estaduais ou federais) estão envolvidos e capazes de prestar contas desses procedimentos à sociedade ?
Apenas para ciência, já comecei a receber ofertas de pescarias semelhantes às dos nossos barco hotéis amazônicos, só que dos nossos "vizinhos", com custos inferiores aos praticados pelas operadores brasileiras na região do Negro e adjacências... Será que seremos a próxima geração de "gringos" pescando em águas estrangeiras ?