Cristiano,
Você tem sua razão. Mas tem gente que gosta, e isso é suficiente.
O recorde serve para registro do maior peixe, e não para exibição de poder aquisitivo ou de capacidade de lidar com burocracia. E acredite, as pessoas (pelo menos, a maioria) não estão tentando bater recordes para se exibirem, é pelo desafio que foi imposto, que move muitas pessoas e é, em considerável parte, responsável pelo desenvolvimento de muita coisa que nos rodeia. Desafio é importante.
Por exemplo, eu gostaria de ter recordes registramos em meu nome. Afinal, já superei do Tucunaré amarelo, da Aruanã preta duas vezes, do Vazzoleri uma dúzia de vezes... mas consegui transformar o meu desafio em outro ainda maior, o de levar meus clientes e eles conseguirem bater os recordes, tanto que estamos aguardando a homologação de 2.
Claro que é caro para um brasileiro médio arcar com os custos de uma solicitação destas, mas para um americano pobre, não é, o processo é feito para a realidade deles, se tivéssemos um equivalente no Brasil, também não seria muito acessível e certamente muito mais corruptível. E a burocracia é chata, mas é importantíssima para a confiabilidade das informações. Se for só de falar, Tucunaré açu de 15 kg tem aos montes, azul de 6 kg tem aos montes...
No processo de recorde da IGFA, não vejo nenhum requisito como desnecessário. Não é como você abrir uma empresa no Brasil e ter que tirar dezenas de licenças inúteis. Existem burocracias boas e ruins.
Quando eu pego um peixe enorme para a espécie dele, eu me sinto honrado pela oportunidade de encontrar aquele animal, eu reverencio aquela obra da natureza, tem um significado imenso para mim. Eu guardo para sempre na memória, suportada por fotos e, quem sabe, por um certificado de recorde. Afinal, que mal faz adicionar aquele certificado, emoldurado e protegido por vidro, na sua sala e ser “obrigado” a contar a história cada vez que algum amigo lhe perguntar o que aquele pedaço de papel significa?
Forte abraço.