Acredito que quem vai com frequência à Amazônia, já deve ter passado por isso... 😞
Depois de um planejamento criterioso feito com a devida antecedência é chegada a hora de ir pescar.
Enfrentar a maratona de expectativa para chegar no destino, aqui incluindo o "transfer" final (sempre aquele que parece não terminar...)
E o tempo, ameaçador com nuvens pesadas ? O que se reportam os resultados da semana anterior ? Ansiedade a mil...
Pela janelinha do avião já se pode ter uma ideia do nível do rio, seja com suas praias recortando as areias, seja pela vegetação dentro d'água.
As evidências estão visíveis, mas ninguém as aceita e tome pergunta para os responsáveis da operação contratada...
É muito difícil haver um mínimo de serenidade quando se chega à sonhada semana tão ansiosamente esperada e encontrar um contratempo desses...
Claro que o posicionamento dos piloteiros (95% deles) é de que "vai dar para pegar uns peixinhos" ou "vamos correr atrás"...
A grande verdade contudo é que não há muito como "virar esse jogo", e sim - no máximo - se adaptar a essa nova realidade...
Isso contudo não significa que a pescaria vá ser ruim, mesmo que aquém daquilo que esperávamos encontrar...
Para essas situações (sempre climáticas) é preciso ter a maturidade de superar os fatos se adaptando a nossas opções.
Quem sabe ainda se encontre algum lago menos afetado pela chegada da "água nova" e o peixe ainda esteja ativo...
Partir para afluentes que possam estar em águas mais elevadas também é uma possibilidade (sempre de elevado risco de não funcionar)
Pesca de fundo é outra opção, embora os peixes de couro também diminuam sua atividade de caça, respeitando o movimento das águas.
Mas o que é a realidade que deixa o peixe tão "inapetente"? Pelo básico, convém lembrar que a água da chuva que gera a "inundação" tem a capacidade de mudar o "ph" da água, servindo de "sinal" para procriação de diversas espécies... (lembram das rabanadas nos ataques)?
Fica sempre a realidade da necessidade de procriação das espécies, em épocas de cheia para aproveitarem a abundancia de alimentação que chega em conjunto... Mas isso é repiquete ? Na verdade o "repiquete" deve ser visto como um "alarme falso" na rotina dos peixes...
Algumas espécies migram em cardumes rio acima, enquanto outras buscam sua procriação em ambientes mais tranquilos e com menor acesso dos predadores naturais (lagos ou ressacas), facilitando a mudança de estágio de suas larvas até o estágio de alevinos independentes...
Todo esse ciclo se inicia nos sinais de mudança de clima (e nível das águas), mesmo que não tenham continuidade... pela época em que ocorrem...
O problema é restabelecer o comportamento anterior dos peixes, vez que após a chegada da "água nova" e o término de novas chuvas nas cabeceiras dos afluentes, há necessidade de uns cinco a seis dias para as águas se nivelarem e retornarem sua tendência de vazante.
Sempre insisto com meus amigos que pescam, que peixe é para ser visto como um "item a mais", pois a pescaria é a celebração da amizade dos participantes. Lembrem-se (mesmo sob forte chuva) que sempre será um lugar de magia, principalmente se assim for entendido.
Não tem jeito, é aprendizado e renovação de propósito em buscar na próxima temporada uma melhor sorte e peixe na linha...