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  1. Hj mão de obra hj cada vez nais complicado, esses 2t carburados esta sendo mais seguro nós fazermos um cursinho on line e aprender mexer neles do que mandar pras " assistencias" limpar carburador, trocar oleo rabeta, rotor e regular.
    3 pontos
  2. Edu, procura a Iz paints e fala com o Igor. Ele faz pintura em iscas e talvez se interesse em comprar por um preço mais justo para revender. Outra coisa que vc pode fazer e fotografar as iscas e anunciar aqui no forum, pelo preço que vc acha justo e ver se tem propostas. Abraços
    2 pontos
  3. Boa noite Guilherme ! Já havia visto (no Instagran) a conversa do Leo Juliani a respeito disso. Na verdade tentei retornar a ele, mas não tive sucesso - sou ruim de Instagran. Mas enfim, vamos aos fatos, até porque fui eu quem providenciou essa isca. Antes contudo é necessário esclarecer que nas nossas "viagens de pesca", sempre havia "um mimo" diferenciado como brinde aos integrantes. Nosso parceira à época era o Hilton Lelis, que mexia com carros de corrida, mas era também um ótimo customizador de iscas (pinturas) Ele produziu (de forma artesanal) iscas para os Mocorongos por muitas pescarias. Quase que entrava para o Grupo de certa feita. Chegou pelo FTB. A cada ano que passava, mais eram as demandas de boas iscas, sem qualquer exclusividade. Usamos diversas marcas da época, tais como as Jennerlure, KV, Rapala, Rebel, Lori, Borboleta e Moro Deconto. As iscas passaram a ser tão "requintadas", que muitas das vezes sequer eram banhadas, tamanho o "olho gordo" dos seus donos... Essa pescaria foi feita a partir de Porto Velho, com traslado de carro até Humaitá (cidade mais quente que já enfrentei) e embarque num Regional... Pensem em tudo que possa ser considerado como ruim aconteceu nessa nossa viagem para o rio Marmelos, junto de um posto do Ibama. A pescaria foi muito fraca, principalmente pela insistência dos piloteiros em pescar de corrico ! Na verdade os caras eram bem fracos. Muita água para pouco peixe, mas conseguimos pegar uns amarelões que minimizaram a experiência nesse local. A isca que preparamos foi essa mesmo, com distribuição aos integrantes (estávamos em oito) de 2 unidades, sendo uma 110 e outra de 90. Por uma gentileza do pessoal fabricante, conseguimos esses modelos sem pintura, podendo assim fazer a customização. Garateias eram 5x Certamente que as minhas estão devidamente guardadas, praticamente aposentadas... felizmente na família, todos gostam de pescaria. As cores escolhidas sempre são em função de alguma homenagem ou gosto da maioria. Por sermos (na essência) tricolores, a homenagem foi feita. Essa resenha foi longe, pois não tínhamos gelo, acabou a comida (compramos um java porco dos ribeirinhos, bem como um tracajá), um único banheiro, nada de AC, e para culminar, as picanhas que havia trazido (Wessel) viraram ensopado nas mãos da cozinheira! Quase a pescaria acaba "em morte"... Lembrei agora o nome do "Comandante", um tal de Cleudinho, devedor com credores presentes em todos os pontos de atracação...
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  4. Quase Por pouco mais de ? 300 g? um brasileiro não se torna o novo recordista mundial de tucunaré amazônico. Eis o relato... Aeroporto Internacional de Brasília. Aqui a nossa aventura teve início. Apesar dos preparativos que envolveram a nossa pescaria terem se iníciado bem antes, através da preparação de varas, carretilhas, iscas, máquina fotográfica e todo o aparato ?pesqueiro? que nos envolve ( pescadores que somos ), o verdadeiro gostinho dessa aventura, e a adrenalina correndo nas veias, só realmente se mostrou presente quando o embarque foi feito. Nesta aventura, somente eu e meu amigo Lance, que, na minha opinião, éo melhor pescador e o maior conhecedor de tucunarés da região, pois estaria contabilizando a sua qüinquagésima sexta semana de pesca no Rio Negro. Isto mesmo, 56 semanas de pesca no Rio Negro e afluentes ( ?dados estatísticos? para bem poucos... ). Após um vôo tranqüilo de Brasília, de onde saímos, até Manaus, de onde, após a retirada das tralhas do sempre confuso aeroporto manauara, partimos num táxi, famintos que estávamos, para o Restaurante Toro Loco, indicado por nosso amigo Kid M. Lá pudemos constatar que realmente os Mocorongos são verdadeiros apreciadores da boa culinária. + + O lugar é fantástico, com comida de primeira, atendimento nota mil ! Tudo isso, em um grande galpão em meio a mata. O ?Pirarucu ao molho de 4 Queijos?, o ?Pirarucu ao molho madeira?, o ?Filhote ao molho de alcaparras?, dentre outras delícias, foram apreciados e fotografados para causarem um pouquinho de inveja, boa é claro, aos nossos leitores. Depois de pernoitarmos em Manaus, lá estávamos nós, às 04:30 h da madruga, rumando para nosso vôo com destino a cidade de Santa Isabel do Rio Negro, localizada no Alto Amazonas. + A cada minuto transcorrido dentro do avião, mais apertado ficava o ?nó na garganta?. Do alto, e pelas janelas do avião ATR 42 que faz essa linha regularmente, constatamos que os níveis da água do Rio Negro estavam ?super baixos? ! As praias de areia e a baixa profundidade da água nos afluentes, mostravam que estes estavam quase intransitáveis ! Já em solo firme, ao conversamos com a população da cidade, tomamos conhecimento que o nível das águas do Rio Negro fora visto assim apenas em 1985, ou seja, há 22 anos atrás, o que nos deixou ainda mais ansiosos pelas perspectivas de uma boa pescaria. Em termos fluviais, a cidade já estava ilhada ! As balsas com mantimentos, combustíveis, etc... que abasteciam a cidade semanalmente, transportando também o pessoal da região, não transitavam mais no Rio Negro em função do baixo nível de suas águas. Fizemos nossas compras correndo, de combustível, óleo, água, comida, etc..., afinal, a ?mordomia? dos barcos hotéis usualmente utilizados, deu lugar a um barquinho regional com pouco mais de 10 m de comprimento, sem banheiro, e com 2 colchões espalhados no assoalho, mas que tinha um calado de 60 cm, que era fundamental para o sucesso da nossa empreitada. + http://www.turmadobigua.com.br/fotos/2007/am3/foto49.jpg + http://www.turmadobigua.com.br/fotos/2007/am3/foto79.jpg Infelizmente o rio Uneiuxi, que havíamos planejado para essa aventura, por se tratar de uma APA ( Área de Preservação Ambiental ), não nos foi aberto ! Tentamos de todas as formas convencer o Secretário do Meio Ambiente Municípal das nossas intenções, mas nossa ?saliva? foi em vão ! Frustrações à flor da pele, lá estávamos, perdidos e sem rumo, até que o Lance cruzou com um seu conhecido da região, que tomando conhecimento do impasse, nos ofereceu acesso a um outro rio ! Um rio também fechado ao público, mas que agora poderia ser o nosso destino, graças a amizade conquistada ao longo dos anos. Um rio ?novo?, que nem Lance havia pescado. A única exigência do nosso ?benfeitor? foi a não divulgação do nome do rio, dos lagos, nem de seu nome ! Coisas que jamais pensamos que poderiam acontecer, mas que na verdade surgem repentinamente e pensamos logo em concretizar essa oferta, até porque um rapaz surge do meio do nada e nos oferece uma oportunidade dessas ? Claro que ?aceitamos / agarramos? a oferta na hora ! Às 15:30 h já estávamos navegando rumo ao desconhecido... Aquele mesmo ?nó na garganta? sentido a bordo do avião, estava ainda mais apertado ! O acesso ao rio foi dificílimo, já que nosso barquinho se arrastava no fundo de areia, com o piloteiro à frente, ajudando a encontrar o canal. Por várias vezes pensamos em desistir, pois em vários trechos do rio era possível atravessá-lo de ponta a ponta andando. No cair da noite porém, estávamos em águas mais calmas, profundas e com a certeza que nenhum outro pescador havia estado por ali. Mal conseguimos dormir durante a noite, imaginando o que nos aguardava com o raiar do sol. Antes mesmo do sol raiar, já estávamos aprontando as tralhas ! Arsenal composto por varas de 25 lb e 36 lb, 06 carretilhas Zillion, linhas multifilamento de 65 lb e 80 lb, e apenas grandes iscas de hélice ! Eram 30 Rip Rollers, 05 Big Game Woodchoppers, sendo que todas elas ?turbinadas?, com garatéias Gamakatsu 3x ou 4x ! Coisa de ?gente grande? ! Nós queríamos os grandes, os brutos, os monstros, e somente eles nos interessavam ! Nem ?snaps? usamos, para não termos mais um item a nos preocupar ! Por estar com o GPS e o mapa digital da região em meu ?notebook?, não tivemos problemas em visualizar os lagos da região, e de planejar como seria a nossa semana de pesca. Mesmo nunca estando na região nosso planejamento foi fundamental para o sucesso da pescaria. Do primeiro ao último dia, sabíamos exatamente onde pescaríamos ! Isso já é uma enorme vantagem... Linhas na água, e no quarto arremesso lá estava eu com um tucunaré com quase 5 kg agarrado. Com o peixe já dominado ao lado do barco, Lance dá o grito ?agora vem o meu?, outro bocudo com 6 kg de peso, denunciando que a nossa pescaria tinha tudo para dar certo. Batemos em vários lagos, da boca até o final, já que não sabíamos onde encontraríamos os brutos. A cena do dia foi quando Lance fisgou um tucunaré que não tomou muita linha ! Cheguei a pegar a minha máquina fotográfica e apontar para água, mas como o Lance nunca dá chance para o peixe pular, acabei não ligando a máquina... Foi aí que um monstro deu um salto bem na nossa frente e jogou a isca longe. Ficamos com cara de bobos ! Subestimamos o peixe, e perdemos o que teria sido uma ótima foto... Chuva na manhã seguinte, mas nada poderia nos impedir de pescar ! Capas de chuva na mão, e lá fomos nós ! Apenas a incerteza da chegada do fim do verão era que nos preocupava ! Não podíamos perder o baixo nível das águas, e já sabíamos que os bons peixes estavam nas bocas dos lagos, e nas pequenas ressacas. Adentramos em um grande lago com duas bocas. Em um lindo degrau ( drop-off ), Lance levou uma pancada certeira e ferrou um bocudo com 6,5 kg ! Declarou estar cansado de fisgar peixes de pequeno porte, já que exemplares abaixo dos 8 kg ( para ele ), não são merecedores de fotografias?!??! Vai entender?!?!? Foto do nosso guia Caio com o peixe de Lance. Logo que passamos por trás de uma ilhota, avistamos uma vara fincada dentro do lago. Aquelas varas que os ribeirinhos usam para pescar os bichos de casco da região ( tracajás, uiapucas e cabeçudos ) ! Foi quando Lance disse,?- Fabrício, sempre tem um grande peixe perto dessas varas, joga lá? ! Imediatamente mandei minha isca ao lado, e POWWWW, minha carretilha começou a perder linha com muita força. Fui obrigado a dar ponta de vara para peixe, caso contrário minha vara poderia se partir ao meio, pois sentia o pé da vara dobrar na minha mão. O peixe saiu de um lado da vara espetada no fundo do lago, e foi para o outro lado, fazendo com que a linha apoiasse na vara. Sem ao menos ter a chance de fisgar o peixe, minha linha se partiu. A frustração foi total ! Não cheguei a ver a cara do peixe que tomou linha como se fosse uma pirarara... Tralha recomposta, começamos a pinchar novamente ! Já na saída do lago, arremessei minha isca próximo a uma grande pauleira, quando uma grande onda fez a isca surfar e desaparecer de nossas frentes ! Fisguei o peixe que saiu tomando linha para o meio do lago. O bruto saiu de um lado da boca do lago e foi parar do outro lado, uns 50 metros ou mais, e se entregou ao cansaço. Lá estava, um belo Açu com 10 kg posando para foto. O maior tucunaré da minha vida, ali parado diante de mim ! Muita emoção gente, podem acreditar ! As fotografias foram poucas devido a chuva que caía sobre nossas cabeças. Peixe devolvido a água, lá fomos nós. Mais peixes sairam durante a chuva. Ainda peguei um tucuninha de 7 kg no final da tarde ( já estava na do Lance, chamando-os de ?tucuninhas?... ) ! Foi um lindo ataque em águas rasas, acertando em cheio uma ?filhotada? que passeava em águas mais calmas. Lance ainda pegou um paca de 6 kg que foi fotografado com nosso guia e devolvido rapidamente a água. Perdemos muito tempo pinchando a totalidade de um grande lago que não nos presenteou sequer com um ataque, mesmo mal sucedido, e o dia ficou nisso... Quarto dia de pescaria e lá estávamos, cada dez mais pertos da cabeceira do rio ! Em uma pequena ressaca tive a sorte de arremessar a minha isca bem próxima ao barranco e acertar em cheio as costas de um tucunaré de 8.5 kg que repousava às margens. Foi uma cena muito interessante ver o peixe dando ?marcha-ré?, e se posicionar, até conseguir ângulo para atacar ! Olha a cara da ?criança?... Lá pelas 15 h fomos de encontro ao barco de apoio reabastecer nossa caixa de gelo ! Como o barco já estava em frente a um bom lago, nossa pescaria recomeçou dali mesmo ! O Sr. Joel, dono do barco de apoio, e seu filho, Dionatan, de apenas 8 anos de idade, partiram atrás de nós com um pequeno barco de madeira ! Dionatan, que havia ganho do Lance e seu parceiro na última pescaria realizada, um conjunto completo de vara, carretilha e iscas, estava arremessando seus grandes ?choppers" com perfeição. O baixinho trabalhava com a vara debaixo do braço, mas seus arremessos eram precisos, e o trabalho de isca era correto ! Na intenção de não nos atrapalhar, pai e filho, pinchavam atrás de nós, justamente, por onde passamos. Depois de alguns minutos pescando percebemos pela alegria da dupla, que haviam fisgado um bom peixe. Devido a grande dificuldade de embarcarem o peixão, resolvemos ligar nosso motor e ajudá-los. Imaginem 10 kg de briga ! Pois foi isso que o Dionatan havia conseguido ! O lindo peixe com 10 kg e 94 cm foi embarcado para fotografia e delírio de todos nós ! Reparem que o peixe era quase da altura do garoto... Quanta emoção desse menino ! Será que ele esquece disso ? Um garotinho de apenas 8 anos, que pescava pela 2ª vez, estava com um peixe digno dos grandes pescadores ! Ainda conseguimos fisgar mais 3 peixes de 7 kg e 01 de 8 kg nesse final de tarde, mas o dia, com certeza, era mesmo do pequeno Dionatan ! Mais que merecido ! Nova manhã, ânimo redobrado, e lá fomos para outro dia de pescaria ( vidinha difícil essa, né ! ). Continuamos a bater no mesmo lago da tarde do dia anterior. Pegamos dois peixes de 6 kg antes das 9h da manhã, mas depois disso, os brutos não quiseram aparecer mais ! Subimos uns 20 minutos no motor e adentramos na pequenina boca de um dos maiores lagos da região. Com poucos arremessos Lance já estava com um monstro fisgado. Peixe tomando linha, tomando linha, tomando linha, enquanto nosso guia nos mantinha no meio do lago, e Lance trabalhava com cuidado, quando o peixão ao nos ver resolveu ligar as ?turbinas? e levar todo o equipamento de Lance para o fundo do lago. A força e a velocidade surpreenderam um dos mais experientes pescadores da região ! Várias foram as tentativas de reavermos o equipamento, mas nada ! O monstro ainda saltou fora da água com a isca na boca, mas para nosso desespero, desapareceu ! Nem no nosso retorno conseguimos localizar os equipamentos. Uma vara Tucuna Angler da Falcon e 1 carretilha Zillion ficaram lá, no fundo do lago ! Felizmente tínhamos levado ?reservas? ! Continuamos adentrar, agora já pescando, quando arremessei minha isca em um lindo ?praiado?. Com a velocidade de um relâmpago lá estava o peixão saltando com a minha isca na boca. Um lindo Açu-Paca com 9 kg de peso foi embarcado, fotografado e solto após muita briga. A parte central do grande lago estava sequíssima, 40 cm de profundidade em mais de 5 km de lago confirmava que ?aquela seca? entraria para a história ! Já no retorno para o ?praiado? onde eu havia pego o peixão, Lance tomou uma porrada incrível. O peixe tomou linha desesperadamente. O nervosismo tomou conta de todos na canoa e com tremenda habilidade nosso guia conduziu nos para as areias da praia. Pulei com o ?Boga Grip? na mão e gritei para Lance conduzir o peixe até águas mais rasas. Quando do monstro apareceu pela primeira vez ficamos maravilhados com o tamanho e as cores do peixe, que só se entregou depois de muita briga. + + Um lindo Açu esverdeado, com 11 kg e 98 cm estava em minhas mãos. Lance pulava e tremia. O peixão tinha uma beleza incomum. Parecia um brinquedo de borracha. Verdão, com dorso amarelo e barriga vermelha. Cores vivas, brilhantes e de uma tonalidade ímpar. + Aquele grande pescador, tão tarimbado por tantras pescarias, havia se tornado uma grande criança que pulava a minha frente, sem saber o que fazer ! O árduo trabalho, e os seguidos dias ?perdidos? na tentativa de pegar o seu recorde, foram, finalmente, recompensados ! Até seu material perdido havia ficado no passado. Tiramos mais de 200 fotos. Até eu aproveitei para tirar uma foto com o grande peixe ( mais abaixo na sequência ). Depois de muito festejar, mantemos o peixe na água durante bom tempo, não queríamos que o gigante corresse o risco de virar comida de piranha. Mais de 15 minutos foram gastos até que o peixe partiu com força para águas profundas. O dia de pescaria não parou por aí. Um belo Açu com 8 kg de peso foi embarcado por mim no final do dia, que ainda perdi três outras grandes porradas... ( mais abaixo na sequência ). Nossa noite foi de pura alegria, e comemoramos o resultado jantando um super assado de tucunaré borboleta e farinha de pedra em uma grande praia de areias brancas , e um luar só proporcionado aos que estão longe dos grandes centros urbanos. Coisa para nunca mais ser esquecida... + Sexto dia, o cansaço já apresentava seus sinais de presença com nossos dedos duros e doloridos a nos maltratar, afinal puxar iscas de hélice durante todo tempo, tem seu preço a ser pago ! Este dia de pescaria não foi tão promissor quanto os anteriores, mas a oportunidade de conhecer um grande lago de águas transparentes, fato incomum, visto que águas cor de chá são quase totalidade nos rios da região, valeram boas fotos. O maior peixe do dia fora fisgado por Lance, um lindo Açu com apenas 7,5 kg... Cheguei a pegar três peixes com 7 kg de peso em um mesmo lago, onde tivemos uma bateria de lindas porradas... Caio deu uma bobeira e uma garatéia enterou no dedo dele... Pensamos em descer e continuar pescando nos grandes pontos que já havíamos obtido êxito, mas a busca do lugar perfeito, a busca do novo e do desconhecido nos empurraram rio acima. O grande troféu já havia sido fisgado, tudo, a partir dali, seria ?lucro?, e mantivemos nosso rumo rio acima. Um dos melhores dias de pescaria de minha vida ainda estava por vir, se não o melhor ! Subimos muito, e freqüência de grandes lagos em nossos percursos começou a diminuir ! Logo pela manhã, ferrei um lindo Açu de 8 kg em numa bela ressaca. O dia prometia ! Lance pegou um bocudo com 10 kg, um monstro, logo em seguida... Eu ainda peguei alguns "peixinhos" de 6 kg e 5 kg ! Subimos um pouco mais o rio, e avistamos uma lindíssima ressaca na boca de um grande lago ! Logo na entrada, ferrei um lido Açu de 8 kg.... Soltei o peixe, e rapidamente fisguei e embarquei outro de 8 kg. Apesar do melhor dia de pescaria da minha vida estar acontecendo com lindas porradas, etc..., fiquei extremamente chateado ao presenciar o maior tucunaré já visto por mim, incluindo fotos de todo o mundo, saltando em minha ?RipRoller Hallowen? e não fisgando. O peixe era enorme. Estava há uns 25 m ou 30 m de distância do peixe, mas de longe deu para ver o seu dorso azulado e suas três grandes listras sendo exibidas ! Foi uma cena lindíssima, e ao mesmo tempo, chocante ! Em uma das porradas certeiras que tomei em minha ?Big Game Woodchopper? de cor ?Firetiger?, percebi que a forma do peixe tomar linha era diferenciada das demais, na hora pensei que pudesse ser outra espécie de peixe, mas eu havia visto o bruto porrando na isca com metade do corpo fora da água. Aos poucos fui trazendo o peixe para a borda da canoa quando percebi dois grandes pacas, fisgados na minha isca, brigando, um para cada lado. Resultado final ? Minha isca totalmente destruída, com os três anzóis abertos, e o pitão traseiro totalmente torto. Com certeza passaria o restante do dia chateado por saber que perdi um "provável" recorde mundial, mas Deus escreve certo por linhas tortas. Nosso motor de popa deu defeito, pois não estava refrigerando corretamente ! O barco de apoio já havia passado e certamente teríamos que passar boa parte da noite esperando na praia pelo seu retorno, afinal, subir quilômetros remando não seria a alternativa mais apropriada, já que nosso ponto de encontro era, no mínimo, uns 30 km rio acima ! Passei para a traseira do barco e logo pude perceber que o motor estava fervendo. Tentamos verificar o que ocorrera, mas a falta de refrigeração foi comprovada ! Após esfriar, o motor voltou a ligar, e deixando-o sem ?o capacete de proteção?, fomos subindo vagarosamente o rio ! Percebemos que a medida em que íamos acelerando o motor, ele refrigerava melhor... Devagar, conseguimos alcançar nosso barco de apoio após 40 minutos de alguma aflição ! Uffa... Acertos feitos, e uma nova estratégia foi traçada, quando resolvemos descer o rio ( cujo trecho acabáramos de subir ) para uma linda praia que havia ficado para trás ! Bem na frente dessa praia havia duas bocas que davam acesso a um grande lago redondo. Instalamos em nossa canoa um pequeno motor de 2 Hp, que levamos de reserva, e tocamos para a boca desse lago. Antes de adentramos realmente no Lago do Redondo, nome dado por nós, vimos um lindo ?praiado? e resolvemos bater ! Com 10 arremessos Lance já estava com um grande peixe na linha. Uma luta fantástica, e depois de muito lutar, o peixe se entregou totalmente exausto. Um lindo tucunaré paca com 10 kg. Dá para imaginar o que um Paca de 10 kg faz na linha de um pescador ? ? ? Pois é, é mais que isso...( risos ).... Fotografamos o peixão, e começamos a pinchar novamente e lá veio outro bruto porrar na isca de Lance. Sem pensar duas vezes joguei a minha isca bem em cima do peixão e vim trabalhando rapidamente. Há um metro do barco um ?cavalo? dá uma porrada certeira na minha isca, proporcionando uma cena lindíssima e inesquecível ! Aguardem que ainda tem mais...( mais risos )....? Rebocamos? os dois peixões ao mesmo local onde acabáramos de liberar o paca de 10 kg ! Era o dublê dos sonhos, o meu, um Açu com as costas azuladas e 9 kg de peso, o Lance com um paca de 8.5 kg, tiramos muitas fotos ! O dia não poderia ser melhor. Comentávamos que se contássemos o que acabávamos de presenciar a outras pessoas seríamos tidos como mentirosos. Afinal, três gigantes haviam sidos pegos em menos de 10 minutos. Empurramos o barco novamente para o interior da ressaca, e no primeiro arremesso que eu dei, PPPOOOOWWWW.... Outro peixe na linha. Com apenas algumas puxadas percebi que era um peixe de pequeno porte, comecei a fazer força com a vara e um lindo borboleta, de uns três kg, mais ou menos, deu um belíssimo salto para fora da água, e arremessou a minha isca uns 4 metros de distância, uma cena belíssima, pois estava de frente para o sol que se deitava no horizonte ! Assim que a isca bateu novamente na água, outra linda porrada aconteceu ! Lá estava a minha carretilha perdendo linha como uma doida, que "gritava" pela enorme velocidade com que o peixe fugia. Minha vara vergava a um passo da quebra, sentia as fibras internas estalarem, o que me obrigava a dar ponta de vara para o peixão. Depois de muita brigar, voltamos para o mesmo local na praia, ainda estava sujo devido ao nosso trabalho de retirada do dublê anterior ! Incrivelmente, estávamos no mesmo lugar, 20 segundos depois.... Um lindo paca com 9 kg de peso. Lance não havia dado sequer um arremesso. Em apenas 15 minutos de pescaria eu havia presenciado os mais belos ataques de toda a minha vida... Bem, neste dia ( ao todo ) foram dois peixes de 10 kg, dois de 9 kg, um de 8,5 kg e dois de 8 kg ! Preciso falar algo mais ? ? Sim, claro que ainda tem coisa boa... kkkkk.... Voltamos para o nosso ?barcão? e tomamos um belíssimo banho, enquanto isso, nosso guia assava um belo tucunaré borboleta na praia ! Tomamos algumas cervejas quase congeladas, comemos o assado e fomos assistir ?a novela?... kkkk.... Resumindo, o melhor dia de pescaria que alguém pode querer... ( será que alguém duvidaria disso ? ) Lembram-se do dia anterior ? ? ? Pois é, hoje foi ainda melhor... hehehe Às 8:00 h já estávamos navegando ! Como nosso motor de popa deu problema, resolvemos bater no mesmo lago que nos presenteou tão bem na tarde anterior. Aquele que apelidamos de ?Redondo?. Entramos pela outra boca e com muita calma nos aproximamos do mesmo local da "festa". Em uma fração de segundo vários peixinhos começaram a pular no meio do lago em debandada fuga de algum grande bocudo que deveria estar nas proximidades. Nossas iscas voaram direto para a ?muvuca?. Eu joguei minha isca na direita e um bitelo entrou rasgando em cima dela, enquanto que Lance deu um vacilo e perdeu o macho que atacava vorazmente na esquerda. Puxamos o barco para a praia e lá estava um lindo bocudo com 8,5 kg sendo fotografado... Início bem promissor, não ? Lamentavelmente não podíamos subir mais o rio e nosso retorno começara logo pela manhã ! Uma pena, pois a cada quilômetro que subíamos, pegávamos mais e mais peixes e em menor espaço de tempo ! Seria possível um sucesso tão grande ? Dionatam, o filho do comandante do barco de apoio, lembram-se dele ? Pois é, ainda pegou um lindo peixe de 6,5 kg e sua alegria contagiava a todos nós ! Retornamos ao lago, e com pouco tempo decorrido, Lance dá o grito. "Peguei outro peixão" ! Uma crise de risos nos acometia ! Não era possível tanta atividade em apenas um lago ! Quando o peixão saltou fora da água os risos deram lugar ao desespero, era realmente um grande peixe ! Um lindo Açu com 10,5 kg estava sendo fotografado em uma manhã de céu limpo e azul. Como se não bastasse, alguns minutos depois, peguei outro lindo paca em outra ressaca. Continuamos a descer e do barco maior, que chamávamos de ?motor?, avistamos uma pequenina ressaca ! O Sr. Joel desligou o motor e lá estávamos com nosso motorzinho de 2 hp rumo ao seu interior... Com menos de meia dúzia de arremessos de cada um de nós, um bocudão de 10 kg entrou rasgando na isca de Lance. Eu ainda joguei minha isca próximo e um bocudo, ainda maior, afundou com minha isca que sacou ( soltou ) logo em seguida ! Joguei novamente e um ?bocudinho de 6,5 kg? entrou ! Arrastamos o dublê para um local mais raso, e fomos fotografá-los. Nem tirei fotos com o meu peixe. Passei a mão na minha outra vara, devidamente equipada com outra grande hélice e arremessei próximo ao local da aparição. A inúmeras tentativas, mesmo que em vão, de tentar fisgar o grandão fizeram com o meu peixe fosse embarcado e liberado pelo nosso guia. Continuamos nossa descida no motor e avistamos outra linda ressaca ! Outra, para variar... ( risos ) Partimos para o pesqueiro e depois de bater todo o lago e nenhum peixe dar sinal, arremessei minha isca próxima a uma grande sombra com uma grande estrutura mais ao fundo, e depois de algumas puxadas uma onda gigantesca se formou atrás da isca. Como o trabalho das hélices é intermitente, ao dar a paradinha na isca a onda se desfez, retornei o trabalho com a próxima puxada, e o bruto atacou minha isca com, digamos, com peso e força, e não a velocidade e a voracidade a que estávamos acostumados ! Isso, numa fração de segundos ! Algumas cantadas de fricção da minha carretilha e um verdadeiro monstro saltou para fora da água. Nesse momento minhas pernas começaram a tremer, pois sabia que um provável recorde mundial poderia estar na ponta da minha linha ! Possibilidades e ?mais possibilidades? surgiram na minha mente, avaliando o local, a pressão da vara, as estruturas que poderiam atrapalhar o embarque do peixe, a última vez em que linha e anzóis haviam sido checados, fricção, velocidade da canoa, e tudo que poderia ser feito para se alcançar o sucesso. Cheguei a gritar que era o recorde ! Depois de ter saltado, o peixão não deu mais as caras na flor da água ! Pedi ao nosso guia que nos levasse para um local mais raso, e fomos rebocando o peixe até um ?praiado? do lado oposto a ressaca. Em menos de 5 minutos o gigante se rendeu ! Será que o peixe realmente havia se entregado, ou seria uma ?técnica? aprendida ao longo dos anos para distrair o pescador que afrouxaria a linha e ele, com força guardada, tentasse fugir com um salto derradeiro ? Era incrível a quantidade de informações que passavam rapidamente por minha mente ! Felizmente o peso e a sua possível idade avançada, tornaram o gigante mais lento, e Lance passou o ?Boga Grip? na bocarra do peixe e nosso guia pulou na água agarrando o peixe pelo rabo. Ele estava domado ! Um lindíssimo ?paca-açu? com quase 12 kg de peso ! O ?Boga Grip? batia no primeiro ?tracinho? acima das 26 lb ( 26lb e ¼ ou 11.907 g ). Cheguei a dar trancos com o peixe preso ao ?Boga? para ver se o peso aumentava, mas a qualidade do equipamento era infalível, e retornava sempre ao primeiro ?tracinho?, logo acima das 26 lb. Apenas algumas poucas gramas para a quebra do recorde mundial, que atualmente é de 27 lb, ou 12,247 g, separava o primeiro brasileiro a ocupar o ranking mundial do tucunaré amazônico, do norte americano Doc Lawson, que detém o recorde desde 1997. Nossa aventura passava de pescaria a sonho ! Tiramos centenas de fotos e sua agitação fazia-nos sonhar, e não queríamos perder nenhum detalhe ! Fita métrica na mão e 39 polegadas, ou 99,1 cm de comprimento mensuravam o tamanho do monstro domado ! Fotos de ambos os lados, de ponta a cabeça, de frente pra trás, de trás para frente, e de todas as formas possíveis foram tiradas. O peixe da minha vida estava em minhas mãos ! Ele era mais largo que o tórax do nosso guia ! Cheguei a pedir-lhe que colocasse o peixe colado ao longo do seu corpo para que seu tamanho e largura ?não fossem mascarados?, fato muito comum realizado pela maioria de nós pescadores, ao fotografar nossos troféus... Reparem que o peixe está totalmente rente ao corpo do Caio, nosso guia ! Lance curtia o peixe como se algo ?inatingível? estivesse diante de seus olhos ! "Ohhwww, Fabrício, esse peixe é lindííííssimo. É largo, gordo, fortão" O seu sotaque norte americano era ainda mais arrastado, com todo seu nervosismo... Sua cabeça era enorme, suas cores vibrantes, seu couro levemente enrugado, e as várias marcas de cicatrizes comprovavam que para se chegar aquele peso e tamanho, não fora uma tarefa simples ! Fotos com equipamento também foram feitas. Queria muito enviar aquelas fotos para a Daiwa e a High Holler, mostrando-lhes que seus equipamentos comprovaram a força dos seus nomes... Os 20 minutos gastos na recuperação do peixe foram fundamentais em sua soltura. Lentamente o gigante desapareceu de nossas vistas, mas não de nossas lembranças, nas águas escuras do lago. Sentimento do dever cumprido, essa era nossa sensação ! Lance continuava a gritar como se ele tivesse fisgado o peixe, e assim era, pois nosso trabalho era conjunto, em equipe, sempre, ?- Esse é o peixe. Esse é o peixe. Até que enfim vi um verdadeiro gigante?. A recompensa dos árduos dias arrastando grandes iscas de hélice havia-nos sido dada ! As dores das mãos, dos braços e do resto do corpo ficaram em segundo plano ! Uma ?mistura de êxtase e adrenalina? percorreram nossas veias durante todo o dia, e mesmo com a atenção focada nas re-lembranças do que acabáramos de presenciar, e que irão para sempre nos acompanhar, a pescaria não havia se encerrado, e terminei por pegar outro bruto com 10 kg, na mesma ressaca onde perdi o monstro de costas azuis que mencionei anteriormente ! Foi uma cena hilária, ver o nosso guia correndo atrás do peixe em águas rasas com o ?Boga? na mão ! + + O Sr. Joel, que nunca havia pescado com uma isca artificial, ia caminhando e arremessando de qualquer jeito no rio, com aquele conjunto de Dionatan havia ganho, enquanto nós fotografávamos o meu peixe ! De repente, ouvimos o Sr. Joel gritando "eu também peguei, me ajudem aqui !" Largamos nosso peixe na água e corremos para acodir o novato que estava com um lindo Açu com 6,5 kg... Lugarzinho ?mais ou menos? esse ai, não ? Apesar de toda a beleza e esportividade das fisgadas, o grandão ainda nos deixava ?no além?! Era impressionante, inenarrável, imensurável o que víamos. A lembrança de todos os meus amigos pescadores, surgiam na minha mente como ?flashes?, só Deus sabe o quanto eu gostaria que todos vocês estivessem comigo, vendo e sentindo tudo, compartilhando todas essas emoções... Batemos em mais algumas bocas, mas nada de peixe grande entrar na nossa linha, ou melhor, de mais peixes grandes entrarem em nossas linhas. O melhor dia de pescaria da minha vida não será esquecido por nada. Nossa descida continuou. Todos os bons pontos que batemos na subida eram novamente explorados com cuidado ! Os belos dias de sol haviam dado lugar às nuvens fechadas ! Adentramos em um belíssimo lago com terra firme a esquerda, e a medida que adentrávamos, percebemos que o interior do lago estava sequíssimo, nos obrigando a explorar os degraus ( drop-offs ), que separavam a parte rasa da mais profunda do seu interior. O resultado não poderia ser diferente, mais um dublê de peixões, duas lindas porradas na superfície, e lá se vão as linhas de nossas carretilhas sendo arrastadas nas costas dos bocudos, quando percebi, já na borda da canoa, que além dos dois grandes peixes fisgados, outro ainda tentava encontrar alguma brecha para abocanhar nossas iscas. Imediatamente passei a minha vara para o guia, alcancei outra reserva, devidamente preparada com um Jig, e joguei em cima, sem obter êxito. Dois peixes com 8 kg cada, foram devidamente fotografados e liberados. Chuva, e mais chuva. Seria o fim do verão ? Como São Pedro não estava por perto para perguntarmos, continuamos pinchando. Depois de bater toda a boca do mesmo lago umas 10 vezes, Lance percebeu o rebojo dos bocudos atrás da isca dele e gritou para que eu jogasse minha isca em cima, pois como eu já disse antes, trabalhávamos sempre em equipe ! Um lindo e gigante peixe bateu com as costas na minha ?Rip Roller? que infelizmente não fisgou, e no mesmo instante em que a isca tocava novamente na água, antes do peixão terminar de sumir de nossas vistas, um outro e belo Paca de 7 kg entrou ?rasgando? na minha isca. Gritei para Lance que não foi aquele peixe que havia dado a primeira porrada fazendo-o arremessar instantaneamente em cima da minha isca. Abaixei a ponta da minha vara para dentro da água para que Lance tivesse total visibilidade do poço e conseguisse fisgar o gigante, mas nada, outro gigante batera em nossa porta e desperdiçamos a chance ! Descemos para o próximo grande lago e tivemos apenas uma ação ! Dionatan e o Sr. Joel vinham logo atrás. Mais uma vez a cena do dia foi do garoto que fisgou um lindíssimo Açu com 10,5 kg, batendo no mesmo local onde acabáramos de passar... Eu ainda vi um pequeno rebojo em minha isca e avisei ao meu parceiro : "Lance joga lá. Eu acho que é uma pulga, mas joga lá". Como vimos vários monstros, e Lance não queria fisgar uma pulga, acabou por ignorar o meu pedido. ( risos ). O enquadramento da fotografia foi perfeito. Acabei, na minha opinião, tirando uma das fotos mais bonitas de toda a pescaria ! O que vocês acham ? Depois de bater por toda a ressaca da boca do lago resolvemos pinchar também em sua junção com o canal ! Por sorte eu estava com a isca pronta para ser arremessada quando um pequeno cardume de pequenos peixes começou a ?voar? para todos os lados, arremessei minha isca em cima e POW.... um lindo Açu, com uns 9 kg estava fisgado. O peixe tomou linha e foi para a entrada da ressaca. Depois de brigar um tempo, ele já dava sinais de cansaço, e resolvi confirmar a fisgada. perdendo o peixe... Vacilo puro ! Descemos mais alguns quilômetros e pinchamos em vários grandes lagos sem obter êxito, e num deles, quando já prendia minha isca nos passadores da vara, e o nosso guia se posicionando para ligar o motorzinho, Lance toma outra pancada, e lá se vai a linha da carretilha. Depois de muita briga o bruto de apenas 36 polegadas, mas com 10,5 kg, prancheou na superfície. Canoa na praia, eu com o ?Boga? na mão, quando o guia, esperto como um gato, pegou o peixe pelo rabo e arrastou-o para a praia, com aquela destreza hilária... Tiramos várias fotografias e o devolvemos para o rio, afinal era um belo exemplar... Batemos em várias ressacas, e nem sinal de peixe. Ainda peguei um ?paquinha-açu de 7 kg?, mas nosso dia ficou nisso... Paquinha açu de 7 kg com essa simplicidade... kkkkkk Para muitos seria um excelente dia de pescaria, mas depois de ver as mais belas cenas de porradas de nossas vidas, o dia passou como frustrante... hehehee... Os próximos dois dias se deram debaixo de chuva. O final do verão chegara, e com ele, 30 cm de água a mais no nível do rio ( chuva de 300 mm ) em apenas uma noite. Várias pontas de praia, que usamos na rota de subida para retirar os peixes fisgados, estavam agora sob a água. O comportamento dos peixes mudara completamente. Nem nas pontas de praia, nem no interior dos grandes lagos, que ainda estavam super baixos, os bocudos quiseram ?dar as caras?. Horas e mais horas pinchando sem sequer uma porrada. O dia se resumia em dois ou três exemplares com mais de 7 kg. Ainda muitos quilômetros nos separavam de onde estávamos ( próximos a cabeceira do rio ) da distante cidade de São Gabriel da Cachoeira ! Depois de avaliarmos a rota que marcamos no GPS durante a nossa subida, decidimos descer rapidamente para não corrermos o risco de passar pelas pedras da boca do rio durante a noite, o que comprometeria, e muito, a nossa chegada a cidade, e o nosso vôo até Manaus, já que o mesmo acontecia apenas duas vezes na semana. O fim da nossa pescaria estava próximo e com ele um grande cansaço ! Os 11 dias sem almoço, debaixo de um sol de ?rachar côco?, e pescando com iscas enormes, terminara por se manifestar, nos atingindo em cheio ! Braços, ombros, pescoço, mãos, dedos, pernas, tudo enfim, parecia inchado e concretamente ?dolorido?... Dali em diante nossa pescaria se resumiu em relembrar, a bordo do barquinho sob intensa chuva, das incríveis cenas que pudemos presenciar ao longo desses inesquecíveis dias de pura ação e adrenalina ! + + + Mas a viagem continuava e a saída do rio ( foz ), mesmo depois de tanta chuva, permanecia com o nível baixo de suas águas ! Por outro lado, o Rio Negro, sequíssimo, sugava com força tudo o que o nosso afluente podia lhe oferecer ! A nossa passagem na foz do rio foi muito difícil e por pouco não tivemos de deixar nosso barco dentro do afluente, seguindo de canoa ( bote ). Mas conseguimos passar e concluir nossa viagem até a cidade, onde chegamos apenas às 18:30 h. Aqui chega o fim da melhor pescaria que tive a oportunidade de fazer ! A bordo do ATR 42 voando na direção e rumo a cidade de São Gabriel da Cachoeira, observando a beleza das praias e pedras do Rio Negro, imaginava uma forma de compartilhar com meus amigos os incríveis momentos da última semana. Relendo o longo relato que escrevi, vejo se tratar de apenas uma pequena parte do que presenciamos nesses onze dias. A sorte de pescar na última semana de verão em uma temporada fantástica, aliada a grande experiência do meu parceiro de pesca, ?coroada? pelo acesso imprevisto ao ?novo rio?, o uso do pequeno barco de baixo calado, bem como a escolha dos equipamentos ideais, sem esquecer da insistência diária na busca dos grandes exemplares, foram pontos fundamentais e importantes, para que alcançássemos o sucesso ! A ?quase quebra? do recorde mundial foi apenas um detalhe, não mais importante que as centenas de fotografias gravadas na memória de todos os incríveis e vorazes ataques em nossas iscas. O respeito ao meio ambiente e a liberação de todos os grandes exemplares ao rio deve ser uma constante numa prática que hoje já se tornou o esporte de maior número de adeptos do País ! Parece incrível, que mesmo assim, temos os problemas que temos... Fica aqui o convite para conhecer a região amazônica. Todo pescador de tucunaré tem que aproveitar a oportunidade de pescar no ?paraíso dos bocudos?, numa época onde o ser humano destrói nossos rios em um ritmo alucinante ! Façam um esforço e conheçam, pois vale a pena ! Uma boa pescaria não é feita de grandes gastos, e sim, de um bom e antecipado planejamento. Até a próxima... alegre::
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  5. Vlw Edmar...E foi muito bom mesmo. Tinha voo regular 2x por semana para SIRN...No avião não tinha nenhum pescador esportivo...rsrs..Ao chegarmos em SIRN o pessoal de lá nos achava meio q "ETs" rodando por lá. Não tinha internet...não tinha Google Earth (Maps) naquela época...ou seja, entrávamos nos afluentes e íamos desbravando mesmo...Não sabíamos onde começavam os lagos, ou até mesmo até onde chegaria o rio. Essa época eu tive a felicidade de viver...
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  6. Blz pura, Márcio!??! Não foram em réguas...Os peixes foram medidos apenas como referência pra nós...Na época recordes e tals eram medidos apenas pelo peso...então nós, por curiosidade, levávamos aquelas fitas de costura e mediamos os peixes de maneira totalmente errada. Medíamos eles presos ao boga (ou seja, de boca aberta), na vertical, e acompanhávamos a barrigada do peixe. Desconsiderem o valor verdadeiro...era apenas como referência pra nós.
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  7. Lamentável!!! ninguém merece um transtorno desse.... Boa sorte aí amigo Ontem tbm passei por um perrengue proporcional, más nada com tralha de pesca e sim com uma TV65' que comprei a menos de 2 anos (Sansung). A algumas semanas atrás a tela começou ficar metade escura e esta semana a referida metade completamente preta. Pois bem, não está mais na garantia, porém solicitei um orçamento na autorizada... (uma burocracia sem tamanho). Ontem me responderam e ao suposto tipo de problema suspeitam ser uma tal placa Principalk com valor de 2.898 + 450 mão de obra e visita 250 = Total 3.598 para consertar... seria muito mais praserozo ouvir que não vale a pena o conserto pois na época paguei 4.400. Estamos falando de itens completamente difertentes, porém de marcas famosas... na época quase comprei outra marca, más era menos conhecida
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  8. Durante bastante tempo foi a imagem do Fórum Turma do Biguá, próximo do tempo em que esse espaço foi criado. Acredito que a foto foi tirada pelo Fabrício (ou o Xandego), numa pescaria amazônica., possivelmente no rio Negro. Esse peixe foi pego pelo menino que o segura, com uma "isquinha" que, salvo engano, era um "jig" feito pelos ribeirinhos. Na verdade, não era mais que um pedaço de mono (uns 60 mm) que era lançado com as mãos e recolhido "no braço"... Contrariamente ao que se possa pensar, o menino estava pescando para alimentação da casa onde morava. Quem se lembra dessa imagem dentro do contexto do nosso Fórum ? Muitas saudades de ver essa retratação...
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  9. Um amigo que comercializa iscas postou agora esse video de uma Biruta 110 customizada para a turma Mocorongos! Ele garimpa iscas e comercializa. Se alguém da turma tiver interesse em adquirir eu passo o contato dele! Se alguém puder nos contar a história dessa isca, será demais também!
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  10. Já tinha visto video seu falando a respeito dessa pescaria, alguns comentarios, mas só ontem li o relato detalhado dessa tal pescaria... sensacional...fiquei muito emocionado ontem a tarde e a noite imaginando a aventura que viveram naquele episodio rarissimo né... E em falar nisso cadê seus relatos atuais? Por onde anda? Onde tem pescado? Onde tem desbravado? Quais as novidades? Sumiu... Abraços e gratidão!
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  11. Mas vara vai de gosto, a vara que mais gosto da Ms é a black widow, minha 14lb é um xodó, equilibrada e resistente, depois vem as green bass.
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  12. Eu tenho uma foto antiga pra ter uma base os cabos, vnt 17, liger 20, htfz 25 e bw 16. Não usei a Venator SE nem as novas
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  13. Arcer eu tive a liger 20 e a venator 17 mas a primeira aquela com cabo inteiro de cortiça, a venator é uma vara mais parruda, dei mto relaxo com ela, ja liger é mais delicada, eu até vendi a liger 20, nao gostava dela, da 15 eu sou fanatico. A venator 17 eu arremesso iscas spook grande, trairao imakatsu, podia meter o braço ja a liger nao passava essa segurança e eu achava q ficava desequilibrada pois o cabo era muito leve se usasse uma isca mais pesadinha.
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  14. Eu tenho uma 15lbs desde aquela época montada com uma liger mg, conjuntinho de 10 anos e top ainda. Mas ja quebrei 1 já por descuido, é uma vara que pesquei até trairão com ela, mas não pode dar descuido no transporte Tenho amigo q tem uma coleção dessas varas marine antigas, hunterz, green bass e black widow de tds lb e tamanhos. Varas tops que custavam 30% que custam similares hj. Eu tenho umas remanescentes ainda daquela epoca, alem da Liger, 2 Bw 14 e 16lb, venator da primeira 17 e umas 3 Hunter fish bg 30 a 40lbs
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  15. Kidão, 2008 nós fomos para Barcelos! Ainda tenho as minhas iscas custom guardadas com carinho! Olha eu recebendo ai umas do Cachara... Alguma premiação diária que teve... O grupo aí no Angatu. O chefe Kid aí com as iscas na mão!
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  16. Essa pescaria é até hoje o "sonho de consumo" de qualquer pescador de Tucunaré Açu e aventureiro....ce ta doido... Aliás, hoje em dia acho quase impossivel fazer um pescaria com essa produção de peixes né não?.... Agora hoje em dia encarar uma aventura dessas ainda que com muito mais tecnologia ainda é rarissimo encontrar parceiros para isso né...agora imagino naquela época as dicifuldades e riscos que esses dois "loucos" passaram rsrs... Incrivel e admiravel! Gratidao mais uma vez Fabricio por viver isso por nós também apaixonados por isso (Amazonia, Tucunaré Açu e aventuras)
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  17. Gravar meu nome nesse relato kkk, mas @Fabrício Biguá, essas medidas 94 cm, 98 cm e 99,1 cm, nao foram em réguas? são medidas quase impossíveis de se ver hoje em dia. E passado tanto tempo, já pode dizer onde foi? kkk
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  18. Pra quem tiver interesse em acompanhar o trabalho dele é bem legal. iscas raras, importadas, garimpadas…para todos os gostos.https://www.instagram.com/eunaocolecionoiscas?igsh=dDRleGUzbHRwM3Jw
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  19. Concordo com você e o mesmo aconteceu comigo (2x!) As melhores varas que a Marine já fez foram a Liger e a Hunter Fish Z. Essa ultima eu tenho uma de 25 libras até hoje e tenho “dó” de usar. Está novinha. Porém, quanto ao retorno da liger o pecado é não ter de 20 libras. Para mim varas de 20 libras são coringas. Uma pena.
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  20. Olha aí como é legal ter uma foto ou relato imortalizado em nosso fórum... E lá se vão quase 20 anos mesmo. Quando digo q daqui 100 anos, quando todos nós já estivermos passado a pronto, isso ainda se manterá online em algum lugar. Mas voltando a história do Dionatan... O garoto estava com uma vara Falcon Cara, 6.3', onde a ponteira quebrou e colamos ela de volta ao blank, agora sem o primeiro passador. Como carretilha, usava uma Brisa 8.000 da MS, linha PP 4 fios de 80lbs e uma WoodChopper Slim de 6.25' (preta com barriga laranja) como isca. Tudo ganhado na pescaria passada de uma dupla de pescadores. Ele tinha 9 anos na época (eu acho)...mas puxava a hélice diretinho...O cabo da vara ficava debaixo do sovaco..rsrs..mas o barulho da isca era o mesmo dos outros pescadores. Conclusão?!?! O garoto pegou 2 peixes de 2 dígitos na nossa barba...rsrs...Sim, nós, eu e meu amigo Lance Callero íamos batendo hélice na frente dos lagos..... e ele, Dionatan, juntamente com seu pai, Joel, vinham atrás numa canoinha de madeira batendo a isca na espuma deixada por nós. Me recordo perfeitamente das cenas e dos dias fantásticos em q pescamos juntos. Aqui o primeiro peixe de 10Kg fisgado por ele. E o segundo foi o da foto lá q o Kid M postou...a qual tive a felicidade de ter registrado. 📸 Foi uma semana de pescaria memorável, na verdade foram 11 dias de pesca numa época em que apenas a River Plate já tinha pescado por lá (pelas bandas de SIRN) e o Flávio e o Angatu tb tinham intenções de operar na região. Podíamos subir e descer qualquer um daqueles rios de lá. Em 2006 travei uma briga legal com a Funai e com a prefeitura de SIRN para acessarmos os rios de SIRN...pois lá, apesar de não serem TI, as comunidades cobravam para subirmos. E no início de 2007 demos a sorte de acertamos a data e fazermos uma brilhante pescaria. Quem tiver a curiosidade de ler o relato, aqui vai o link: https://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/400-alto-rio-negro-fev-mar-07-incrível/
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  21. Saverio

    De volta a ativa.

    Cara, se o Tonelero já tivesse sido efetivado e estivesse por lá, poderia ser ele!
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  22. Fabrício, li esse relato pela primeira vez hoje, passados 16 anos dessa pescaria sensacional que fizeste. Depois de tantos anos, o nome do rio em questão pode ser revelado? Parabéns, relato incrível, acho que é a maior pescaria já feita em águas amazônicas.
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