Navegando pelo site, descobri a sabedoria Biguá e resolvi embarcar nesta nave.
De antemão agradeço aos capitães da nau que a têm mantido flutuando em rumo firme => pesque, solte e volte sempre.
Sou mineiro, radicado em Brasília desde 1972. Já tive uma mesa em repartição pública, mas mandaram que eu andasse. Como bom funcionário que eu era, comprei um cavalo árabe para que ele andasse por mim. Fui fazer o tal de enduro eqüestre. Grampearam um número na minha camiseta e lá fui eu, tranqüilo até o primeiro córrego, dez km depois da largada. Fiquei todo feliz, sol de quarenta graus e aquele riacho cristalino. Durou pouco. O burro do cavalo não concordou em molhar suas lindas ferraduras e mais gentil que um tchê, convidou-me a sentar no chão. Arrepiou carreira de volta à linha de largada e eu fiquei lá, na sombra de um pé de baru, admirando o desfile das piabas. O primeiro concorrente que passou mandou uma piadinha:
? Esperando um acavalo arriado, parceiro?!
O monte de osso em que estava montado atravessou o regato como se ele nem existisse. Arranquei o pano do número, desfiei, emendei uma linha e com o grampo fiz um anzol. Descobri que o tal cavalo não era tão burro assim, pois me deu uma boa idéia! Troquei-o por uma carretilha e no dia seguinte estava no Urucuia. Dourados e pintados no Piquiri. Cachara no Paraguai. Caranha no Cuiabá. Pirarucu e outros no Araguaia, e claro, a Serra da Mesa e seus tucunas, uma hélice para as horas de marola e uma plop para as de espelho, aí é só o milho debulhado. Na água salgada, apenas um linguado em Vitória. Na lista de espera, o Teles Pires, Negro e o Xingu.
Abraços a todos, pois...
"O ócio e a cachaça afiam a foice da morte."
Pesquemos...!