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Bom dia, Colegas...
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Em uma mais ou menos recente pescaria em Yahape (Corrientes/ARG), ante a verdadeira carestia de peixes de couro na isca natural (verdadeiro alvo da maioria do grupo de pescadores daqui de Floripa e arredores), convenci meu parceiro a voltarmos nossas baterias pros douraditos na artificial, abundantes nas galhadas e estruturas da margem do Paranazão;
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Nada como os brutos acima de dois dígitos que pegáramos até então (no corrico com tuvira, no meio do rio). Mas, divertímo-nos à beça, até cansar. Era um atrás do outro, entre 2 e 4kg, com um ou outro maior que isso.
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Era só arremessar, trabalhar, fisgar, embarcar e alcançar a linha pro piloteiro liberar o peixe;
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Isso até o momento em que, depois de haver fisgado uns muitos douraditos em pouquíssimo tempo, passei a prestar atenção no procedimento do piloteiro de liberação dos peixes fisgados;
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O solícito colaborador, na sua santa ignorância, ao invés de retirar as garatéias com jeitinho (aquela torcidinha básica que a faz retornar exatamente por onde entrou, sem rasgar o pobre peixe), simplesmente a arrancava apressadamente à força, detonando a pobre criatura, principalmente quando embuchada a isca;
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A partir da minha constatação, meio tardia é verdade (já que uns 30 já haviam sido liberados pelo piloteiro), passei a colocar a mão na massa, retirando as garatéias com todo o cuidado pra devolver os coadjuvantes do meu prazer com o mínimo de dano possível;
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À noite, na pousada, amassei todas as farpas das minhas garatéias: posso garantir-lhes, nos dias que se seguiram delas não senti a mínima falta;
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De volta aqui na Ilha de Santa Catarina, onde pesco semanalmente meus robalos, garoupas, enchovas e olhetes, dentre outros, fiz a mesma coisa com os anzóis de isca natural e os jigs;
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A pescaria ficou mais técnica, é verdade, não dá pra vacilar deixando a linha frouxa. Em compensação, por isso mesmo, aumentou significativamente o prazer de cada nova captura, ainda mais por permitir a um adepto do pesque&solte a devolução dos seus amiguinhos nas melhores condições possíveis de sobrevivência e perpetuação da espécie;
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Mato, sim... pra comer!
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Abraço,
MRich!
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