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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Marcos Ide em Rio Caurés - 19/10 a 01/11
Coisa linda. Fiquei babando nas fotos.
Parabéns ao grupo!
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Alberto Guassu em Rio Uneiuxi e Negro - Barco Zaltana - Nov 2017
No início de 2017 ficamos sabendo através de um amigo (Raimundo) que um novo conceito de barco para a Amazônia estaria em construção. As informações sobre o projeto e as imagens digitais preparadas para divulgação imediatamente nos levaram a decidir pelo Barco Zaltana. Entramos em contato com o Marcel da operadora Pescaventura, que havia fechado algumas semanas na alta temporada de 2017, especialmente em Novembro, que era o mês que nos interessava. A Pescaventura tinha as 12 vagas que precisávamos e fechamos o pacote.
Como sempre, nossa turma tem algumas "demandas", que foram prontamente atendidas pelo pessoal do Zaltana e da Pescaventura, com uma pequena diferença de preço que, pelas dificuldades logísticas nos pareceram justas. Assim, garantimos que na nossa chegada iríamos embarcar com nossas bebidas de preferência: 72 garrafas de vinhos e champanhes (enviadas de Curitiba) e mais 432 garrafas longneck de cerveja heineken. Garantia de não passar sede!
Embarcamos em Curitiba no dia 03/11/17 com destino a Manaus, onde iríamos pernoitar e encontrar o restante do grupo, que eram 6 clientes das empresas Pescaventura e Alfapesca. Partimos com os seguintes pescadores do grupo ÉNóisNaLInha/Pescadores de Verdade: Osmar, Rogério, Pedro, Zacarias, Luiz Cláudio, Eduardo, Germano, Carlos, Gurlan, João Manoel, Luís Mário e Fernando. Juntaram-se a nós o grupo da Alfapesca com Cristina (grande parceira e pescadora de fly), Kenji (Alfapesca), Pierre, Paulo, Luís Fernando e Dal Cim.
Na chegada a Manaus nós fomos levados de Van pelo Jackson para o Hotel Mercure, depois fomos almoçar no Amazônico, fazer compras na Sucuri e iniciar os trabalhos de bar na Cachaçaria da Dedé do Shopping Manauara.
Na manhã de sábado, às 06h00 já estávamos a caminho do aeroporto para embarcarmos em um Bandeirantes e um Caravan da Amazonaves. Voos tranquilos de 2 horas e chegamos a Santa Isabel do Rio Negro, onde nos aguardava a equipe de piloteiros do Zaltana (Côco, Paulista, Aldi, Isaac, Rádio, Bari, Ivan, Gato, Maruca e Nildo).
Seguimos em caminhão "pau de arara" para o porto com grande ansiedade e expectativa por conhecer o nosso barco hotel. Na chegada já ficamos bastante impressionados, pois o barco é imponente em suas dimensões e cores escuras. Realmente um novo conceito para a região: grande e confortável sala de jantar, mesa de jogos, sofás, televisão e imagem via satélite, suítes com duas camas confortáveis e ar condicionado tipo Split, barcos tipo Bass para pesca com motores de 60 Hps, excelente área de convivência no terceiro piso com direito a ducha, bar,...., e o melhor, tudo novo!
A ideia de barco grande parecia ir contra o conceito a muito tempo instalado de barcos estreitos e de pouco calado, mas o calado do Zaltana também é pequeno e as voadeiras do Zaltana, mais velozes, compensam a necessidade de um deslocamento entre pontos de pesca mais distantes (eu medi no GPS a velocidade média real de 45 km/h em nosso barco). A divisão de quartos, barcos e piloteiros é feita por sorteio, não deixando margem para reclamações. As regras do barco e da pescaria também são apresentadas logo na chegada pelo gerente Jeferson e mostram uma preocupação extra com a natureza, como a Cota Zero para comer tucunarés, praticada a bordo e aceita por todos nós.
A equipe do Zaltana ainda contava com o Chef Paulo do “Fish Maria” que estava treinando a equipe de cozinha, o Comandante Guilherme, Imediato Negão, garçons Jairo, Jair e Leonardo, camareira Rose, entre outros.
Em contato com o pessoal da organização já sabíamos que as condições de pesca tinham mudado muito em duas semanas e que o nível do Rio Uneiuxi, que era nossa preferência, havia subido um bocado. O Zaltana partiu a tarde em direção ao Uneiuxi e nós todos fomos preparar tralhas, conhecer nossos piloteiros (alguns já velhos conhecidos) e iniciar os trabalhos de bar.
A Pescaria Às 05h00 da manhã já estávamos acordados e tomando nosso café da manhã, mas tivemos que esperar uma maior claridade e diminuição da neblina para sairmos às 06h00 (uma verdadeira eternidade!). No Zaltana existem duas espécies de concursos. No primeiro, o maior peixe de couro e o maior tucunaré fazem jus a troféus. No segundo, todos os pescadores que capturam tucunarés com pelo menos 20 libras recebem um cobiçado boné preto com a inscrição 20 lb.
O primeiro dia não foi nada fácil, com pouca ação na sub e quase sem ação na superfície e para piorar o dia desabou em chuva durante todo o período da tarde. Mesmo assim, alguns tucunas foram embarcados com a utilização de iscas de sub e jigs (principalmente os confeccionados e vendidos a bordo pelo piloteiro Côco) sendo trabalhados rapidamente ou até no corrico.
No segundo e terceiro dia o sol ardeu, mas a água não parava de subir. Fomos quase até o lago da placa e pedimos providências ao Jeferson, pois a marcação de nível deixada por eles cerca de 10 dias antes estava debaixo de 1,5 metros de água. Ao meu ver tínhamos que voltar para o Negro, mas deixamos a decisão para a equipe do barco, que acabou concordando e retornamos no final da tarde do terceiro dia, com navegação durante toda a noite e manhã do quarto dia para chegarmos ao Rio Negro. Nem por isso deixamos de pegar alguns belos peixes no Uneiuxi. Tendo saído o primeiro boné preto para o João Manoel e alguns belos exemplares de 16 a 18 libras para várias duplas, com destaque para o Kenji, que insistia na superfície e foi recompensado com belas capturas.
Algumas curiosidades neste período ocorreram quando o Pedro largou a vara para pegar uma cerveja, durante o corrico, e bem neste momento (parece que os bichos ficam espreitando) um belo paca de 3 kg puxou levando a vara para a água. O piloteiro Côco não teve dúvida, atirou-se na água recuperando a vara e nadando e recolhendo ao mesmo tempo ainda conseguiu embarcar o peixe.
Outra cena hilária foi quando na famosa pescaria de macaco, o jig passou por cima de um galho e caiu na água, sendo pego por um tucunaré - borboleta, e no recolhimento da linha rigorosamente “o peixe subiu na árvore”.
Os pescadores Pedro e Luiz Cláudio embarcaram dois belos peixes de couro: um filhote e uma Piraíba com 1,40 metros e estimados 45 Kg. Obs: Faltam “secretárias” ou porta-varas nos barcos, para a pescaria de couro, mas fomos informados que em breve este problema será resolvido. Iniciamos o quarto dia pescando no Uneiuxi e após o almoço já estávamos disparando nossos barcos pelas inúmeras opções do Rio Negro. Serviço facilitado pela velocidade dos barcos tipo bass com motores de 60 Hps. Isto nos deu uma certa vantagem sobre os demais barcos, como o Angatu e Amazon Adventure, que também haviam retornado para o Negro. No final do quarto dia estávamos retornando para o Zaltana quando vimos uma luz piscando no meio do Rio. Achei estranho e pedi que o piloteiro Paulista nos levasse lá para verificar. Encontramos uma voadeira do Angatu em pane seca e com dois pescadores da turma Ratoeiras Team a bordo. Barco e pescadores foram rebocados e devolvidos sãos, salvos e quase sóbrios ao Angatu. No quinto e sexto dia no Rio Negro nos deslocamos por todos os lados e a pescaria ficou mais produtiva, foram ainda embarcados alguns belos açus na faixa de 15 a 18 libras (em especial pelo Gurlan, Eduardo, Kenji, Rogério e Luiz Claúdio). Observação: é triste ver a hipocrisia das autoridades que discutem nosso direito de pescar de modo esportivo, mas permitem que pescadores profissionais acampem nos lagos do rio Negro e espalhem suas redes sem nenhuma fiscalização (vimos isto em pelo menos 3 lagos, ente eles o belo lago da Pedra).
Foram diversos Pacas, Açus, Borboletas e Popocas, além de Piraíbas, Filhotes, Pirararas, Bicudas/Cachorro, Piranhas, Traíras e Jacundás que fizeram a nossa semana feliz e nos ajudaram a recarregar as nossas baterias. Também encontramos uma Sucuri enrolada em galho e recolhemos um veado que parecia se afogar (vantagem de ter o vaqueiro Gurlan a bordo para laçar o bicho), mas que tão logo pareceu recuperado foi solto na margem do Rio Negro.
Obrigado a todos pela paciência lendo nosso relato, pela companhia de grandes amigos nesta semana, à nossa família por entender nosso hobby preferido, pelos novos amigos que fizemos nas turmas Pescaventura/Alfapesca e Zaltana, pelas disputas de quem pega mais peixe com o Eduardo, pelas divertidas partidas de truco e cacheta, além das intermináveis seções de piadas capitaneadas pelos amigos Luís Mário e Germano. Graças a Deus todos retornamos em paz e com saúde para nossas famílias e prontos para enfrentar a vida e programar novas pescarias.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Fabrício Biguá em Rio São Benedito e Rio Azul - Pousada Thaimaçu 2024
Nossa ideia era buscar um lugar bacana e com acesso relativamente fácil para uma pescaria no mês de Abril/2024. Com este foco, escolhemos a tradicional Pousada Thaimaçu. A pescaria em Abril, mesmo no sul da Amazônia Paraense é um desafio, pois os rios ainda estão cheios e os peixes com muitas opções de comida e de esconderijo no meio da mata.
A Pousada é comandada pela Eunice, proprietária, que permanece no local acompanhando toda a operação e garantindo um serviço de primeira. Na base da pousada tínhamos ainda o apoio do Antonio e do Preto, que supervisionam uma equipe com um total de 13 pessoas para garantir que nossas únicas preocupações sejam decidir o quê comer, o quê beber e aonde pescar. A estrutura é muito boa, com chalés individualizados, piscina, lavanderia, internet, ótimo restaurante,...
A viagem pela Azul de Curitiba até Alta Floresta-MT foi fácil e com escala tranquila e rápida em Cuiabá. Chegando em Alta Floresta já tínhamos a Van do Pebinha nos aguardando para a viagem de 3 horas até a pousada. Optamos por não parar para o almoço e o próprio serviço de transfer nos organizou um lanche com sanduíches, cervejas e refrigerantes. Desta forma, saímos de casa às 07h00, pegamos nosso primeiro voo às 09h30 e às 17h00 estávamos na beira do Rio São Benedito preparando as tralhas de pesca. Para esta viagem seguiram os pescadores: Neander, Luís Mário, Ulysses, Vanderley, Roberto, Zacarias, João Marcos e Fernando. Nossos guias Vavá, Marcelo, Galo e Neco foram designados pela pousada e possuíam experiência média de 25 anos, cada, como guias nos Rios São Benedito e Azul.
A pousada fica em frente a uma corredeira/cachoeira, que do ponto de vista da pescaria divide o rio em dois setores:
- Rio acima, até outra cachoeira do Rio São Benedito ou as opções de pesca do Rio Azul. Este trecho representa uma navegação média de 40 minutos rio acima, para chegar em bons pontos de pesca de matrinxãs, tucunarés, cachorras e algumas cevas para tambaquis e pacus. Para chegar até a segunda cachoeira, ou em pontos mais distantes do Rio Azul, demoramos quase duas horas de navegação e neste caso o almoço tem que ser na sombra do rio.
- Rio abaixo, onde estão conhecidos bons poços para pescaria de grandes bagres. Neste trecho a navegação é mais curta e você pode ser premiado com grandes jaús, pirararas, barbados, jundiás, além de belas cachorras.
As pescarias devem ser programadas com antecedência, pois existe limitação de barcos nas cevas de tambaqui e limitação de barcos para pescaria rio abaixo. O registro do destino de cada barco também é um fator importante de segurança da operação. Apesar da proximidade de áreas rurais de Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga, os rios tem margens preservadas com uma densa e típica floresta tropical.
No primeiro dia, os pescadores Luís Mário e Ulysses optaram por reservar a primeira ceva e ir direto tentar um "redondo". Primeiro arremesso e o Tambaqui engata e arranca queimando linha em direção ao lado oposto do rio. Neste tipo de pesca, não adianta tentar segurar o peixe na força e o guia Neco arrancou com o barco para cercar o peixe e impedir que ele chegasse na outra margem, forçando uma briga no meio do rio. Desta forma, logo no início da pescaria e após uma batalha limpa, o Luís Mário embarcou um belo Tambaqui e que foi o único desta semana.
Nas cevas de tambaqui também foram capturados pacús e pacús borracha e a presença dos corimbas era sempre intensa, em busca do farelo de arroz utilizado nas iscas. Nos poços ainda foram encontradas belas corvinas.
Um dos principais objetivos da nossa pescaria se mostrou difícil de capturar. As matrinxãs estavam manhosas e escassas, mas mesmo assim foram capturadas alguns lindos exemplares. As iscas mais produtivas para este tipo de pescaria foram a papa black e a inna 90. Tentamos utilizar (com pouca produtividade) os tomatinhos e arremessar próximos aos pés de Embaúbas, onde também podiam ser encontrados alguns pacús. Não tinha segredo, era arremessar, arremessar e arremessar em cada pé de embaúba e em cada recorte na margem do rio. Nestes pontos também foram encontrados alguns exemplares de tucunaré e tucunaré fogo, que começavam a aparecer à medida que as águas iniciam o recuo. Os tucunarés também eram encontrados nas bases dos poucos barrancos encontrados ao longo do Rio São Benedito.
A vantagem de pescar em locais de pesca muito diversificada é a possibilidade de adaptação e a diversidade de técnicas que podem ser empregadas. Boa parte do tempo ficamos em pontos de água rápida (pequenas corredeiras), onde encontramos belas cachorras, que são peixes muito esportivos e sempre dão boas brigas. Nestes pontos também capturamos bicudas e corvinas - o melhor ponto para bicudas nesta pescaria foi nas proximidades da segunda cachoeira do Rio São Benedito. Por coincidência, estas três espécies são frágeis e devem ser manuseadas com cuidado e permanecendo o menor tempo possível fora da água. A fragilidade destes peixes fora da água não tem nada a ver com a esportividade e força deles dentro da água, que renderam belas brigas e memórias eternas. A melhor produtividade nestes pontos foi com a utilização de tuviras, que não tínhamos previamente comprado, mas os encarregados da pousada encomendaram as iscas que já foram utilizadas desde o primeiro dia.
Esta região ainda guarda algumas belas surpresas, como o Rio das Àguas Claras, o Rio Cristalino e o Rio Matrinxã, este último não pudemos entrar devido a queda de uma árvore. Já no primeiro é impressionante a transparência das águas e a beleza do local. Ainda, na frente da pousada os pacus fazem a festa na corredeira, mas neste ponto é proibida a pesca.
Temos sempre que lembrar que estamos na selva. Nesta pescaria tivemos duas situações interessantes para exemplificar este fato; o primeiro foi a presença de uma Jararaca na saída do restaurante da pousada e outro a existências dos violentos Jacarés-açu. Eu recomendo não brincarem com estes bichos, pois quando o Neander vinha recolhendo uma cachorra, o Jacaré que estava próximo ao barco veio atrás do peixe, então ele foi içado para dentro do barco a tempo de impedir que fosse pego pelo bicho, mas a reação do Jacaré-açu foi se jogar contra o barco nos dando um banho e um baita susto.
Encerramos esta jornada felizes e com saúde para voltarmos para nossas famílias e trabalho...e claro, programarmos a próxima viagem.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de GuilhermeLimahHB em Rio São Benedito e Rio Azul - Pousada Thaimaçu 2024
Nossa ideia era buscar um lugar bacana e com acesso relativamente fácil para uma pescaria no mês de Abril/2024. Com este foco, escolhemos a tradicional Pousada Thaimaçu. A pescaria em Abril, mesmo no sul da Amazônia Paraense é um desafio, pois os rios ainda estão cheios e os peixes com muitas opções de comida e de esconderijo no meio da mata.
A Pousada é comandada pela Eunice, proprietária, que permanece no local acompanhando toda a operação e garantindo um serviço de primeira. Na base da pousada tínhamos ainda o apoio do Antonio e do Preto, que supervisionam uma equipe com um total de 13 pessoas para garantir que nossas únicas preocupações sejam decidir o quê comer, o quê beber e aonde pescar. A estrutura é muito boa, com chalés individualizados, piscina, lavanderia, internet, ótimo restaurante,...
A viagem pela Azul de Curitiba até Alta Floresta-MT foi fácil e com escala tranquila e rápida em Cuiabá. Chegando em Alta Floresta já tínhamos a Van do Pebinha nos aguardando para a viagem de 3 horas até a pousada. Optamos por não parar para o almoço e o próprio serviço de transfer nos organizou um lanche com sanduíches, cervejas e refrigerantes. Desta forma, saímos de casa às 07h00, pegamos nosso primeiro voo às 09h30 e às 17h00 estávamos na beira do Rio São Benedito preparando as tralhas de pesca. Para esta viagem seguiram os pescadores: Neander, Luís Mário, Ulysses, Vanderley, Roberto, Zacarias, João Marcos e Fernando. Nossos guias Vavá, Marcelo, Galo e Neco foram designados pela pousada e possuíam experiência média de 25 anos, cada, como guias nos Rios São Benedito e Azul.
A pousada fica em frente a uma corredeira/cachoeira, que do ponto de vista da pescaria divide o rio em dois setores:
- Rio acima, até outra cachoeira do Rio São Benedito ou as opções de pesca do Rio Azul. Este trecho representa uma navegação média de 40 minutos rio acima, para chegar em bons pontos de pesca de matrinxãs, tucunarés, cachorras e algumas cevas para tambaquis e pacus. Para chegar até a segunda cachoeira, ou em pontos mais distantes do Rio Azul, demoramos quase duas horas de navegação e neste caso o almoço tem que ser na sombra do rio.
- Rio abaixo, onde estão conhecidos bons poços para pescaria de grandes bagres. Neste trecho a navegação é mais curta e você pode ser premiado com grandes jaús, pirararas, barbados, jundiás, além de belas cachorras.
As pescarias devem ser programadas com antecedência, pois existe limitação de barcos nas cevas de tambaqui e limitação de barcos para pescaria rio abaixo. O registro do destino de cada barco também é um fator importante de segurança da operação. Apesar da proximidade de áreas rurais de Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga, os rios tem margens preservadas com uma densa e típica floresta tropical.
No primeiro dia, os pescadores Luís Mário e Ulysses optaram por reservar a primeira ceva e ir direto tentar um "redondo". Primeiro arremesso e o Tambaqui engata e arranca queimando linha em direção ao lado oposto do rio. Neste tipo de pesca, não adianta tentar segurar o peixe na força e o guia Neco arrancou com o barco para cercar o peixe e impedir que ele chegasse na outra margem, forçando uma briga no meio do rio. Desta forma, logo no início da pescaria e após uma batalha limpa, o Luís Mário embarcou um belo Tambaqui e que foi o único desta semana.
Nas cevas de tambaqui também foram capturados pacús e pacús borracha e a presença dos corimbas era sempre intensa, em busca do farelo de arroz utilizado nas iscas. Nos poços ainda foram encontradas belas corvinas.
Um dos principais objetivos da nossa pescaria se mostrou difícil de capturar. As matrinxãs estavam manhosas e escassas, mas mesmo assim foram capturadas alguns lindos exemplares. As iscas mais produtivas para este tipo de pescaria foram a papa black e a inna 90. Tentamos utilizar (com pouca produtividade) os tomatinhos e arremessar próximos aos pés de Embaúbas, onde também podiam ser encontrados alguns pacús. Não tinha segredo, era arremessar, arremessar e arremessar em cada pé de embaúba e em cada recorte na margem do rio. Nestes pontos também foram encontrados alguns exemplares de tucunaré e tucunaré fogo, que começavam a aparecer à medida que as águas iniciam o recuo. Os tucunarés também eram encontrados nas bases dos poucos barrancos encontrados ao longo do Rio São Benedito.
A vantagem de pescar em locais de pesca muito diversificada é a possibilidade de adaptação e a diversidade de técnicas que podem ser empregadas. Boa parte do tempo ficamos em pontos de água rápida (pequenas corredeiras), onde encontramos belas cachorras, que são peixes muito esportivos e sempre dão boas brigas. Nestes pontos também capturamos bicudas e corvinas - o melhor ponto para bicudas nesta pescaria foi nas proximidades da segunda cachoeira do Rio São Benedito. Por coincidência, estas três espécies são frágeis e devem ser manuseadas com cuidado e permanecendo o menor tempo possível fora da água. A fragilidade destes peixes fora da água não tem nada a ver com a esportividade e força deles dentro da água, que renderam belas brigas e memórias eternas. A melhor produtividade nestes pontos foi com a utilização de tuviras, que não tínhamos previamente comprado, mas os encarregados da pousada encomendaram as iscas que já foram utilizadas desde o primeiro dia.
Esta região ainda guarda algumas belas surpresas, como o Rio das Àguas Claras, o Rio Cristalino e o Rio Matrinxã, este último não pudemos entrar devido a queda de uma árvore. Já no primeiro é impressionante a transparência das águas e a beleza do local. Ainda, na frente da pousada os pacus fazem a festa na corredeira, mas neste ponto é proibida a pesca.
Temos sempre que lembrar que estamos na selva. Nesta pescaria tivemos duas situações interessantes para exemplificar este fato; o primeiro foi a presença de uma Jararaca na saída do restaurante da pousada e outro a existências dos violentos Jacarés-açu. Eu recomendo não brincarem com estes bichos, pois quando o Neander vinha recolhendo uma cachorra, o Jacaré que estava próximo ao barco veio atrás do peixe, então ele foi içado para dentro do barco a tempo de impedir que fosse pego pelo bicho, mas a reação do Jacaré-açu foi se jogar contra o barco nos dando um banho e um baita susto.
Encerramos esta jornada felizes e com saúde para voltarmos para nossas famílias e trabalho...e claro, programarmos a próxima viagem.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Arcer em Rio São Benedito e Rio Azul - Pousada Thaimaçu 2024
Nossa ideia era buscar um lugar bacana e com acesso relativamente fácil para uma pescaria no mês de Abril/2024. Com este foco, escolhemos a tradicional Pousada Thaimaçu. A pescaria em Abril, mesmo no sul da Amazônia Paraense é um desafio, pois os rios ainda estão cheios e os peixes com muitas opções de comida e de esconderijo no meio da mata.
A Pousada é comandada pela Eunice, proprietária, que permanece no local acompanhando toda a operação e garantindo um serviço de primeira. Na base da pousada tínhamos ainda o apoio do Antonio e do Preto, que supervisionam uma equipe com um total de 13 pessoas para garantir que nossas únicas preocupações sejam decidir o quê comer, o quê beber e aonde pescar. A estrutura é muito boa, com chalés individualizados, piscina, lavanderia, internet, ótimo restaurante,...
A viagem pela Azul de Curitiba até Alta Floresta-MT foi fácil e com escala tranquila e rápida em Cuiabá. Chegando em Alta Floresta já tínhamos a Van do Pebinha nos aguardando para a viagem de 3 horas até a pousada. Optamos por não parar para o almoço e o próprio serviço de transfer nos organizou um lanche com sanduíches, cervejas e refrigerantes. Desta forma, saímos de casa às 07h00, pegamos nosso primeiro voo às 09h30 e às 17h00 estávamos na beira do Rio São Benedito preparando as tralhas de pesca. Para esta viagem seguiram os pescadores: Neander, Luís Mário, Ulysses, Vanderley, Roberto, Zacarias, João Marcos e Fernando. Nossos guias Vavá, Marcelo, Galo e Neco foram designados pela pousada e possuíam experiência média de 25 anos, cada, como guias nos Rios São Benedito e Azul.
A pousada fica em frente a uma corredeira/cachoeira, que do ponto de vista da pescaria divide o rio em dois setores:
- Rio acima, até outra cachoeira do Rio São Benedito ou as opções de pesca do Rio Azul. Este trecho representa uma navegação média de 40 minutos rio acima, para chegar em bons pontos de pesca de matrinxãs, tucunarés, cachorras e algumas cevas para tambaquis e pacus. Para chegar até a segunda cachoeira, ou em pontos mais distantes do Rio Azul, demoramos quase duas horas de navegação e neste caso o almoço tem que ser na sombra do rio.
- Rio abaixo, onde estão conhecidos bons poços para pescaria de grandes bagres. Neste trecho a navegação é mais curta e você pode ser premiado com grandes jaús, pirararas, barbados, jundiás, além de belas cachorras.
As pescarias devem ser programadas com antecedência, pois existe limitação de barcos nas cevas de tambaqui e limitação de barcos para pescaria rio abaixo. O registro do destino de cada barco também é um fator importante de segurança da operação. Apesar da proximidade de áreas rurais de Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga, os rios tem margens preservadas com uma densa e típica floresta tropical.
No primeiro dia, os pescadores Luís Mário e Ulysses optaram por reservar a primeira ceva e ir direto tentar um "redondo". Primeiro arremesso e o Tambaqui engata e arranca queimando linha em direção ao lado oposto do rio. Neste tipo de pesca, não adianta tentar segurar o peixe na força e o guia Neco arrancou com o barco para cercar o peixe e impedir que ele chegasse na outra margem, forçando uma briga no meio do rio. Desta forma, logo no início da pescaria e após uma batalha limpa, o Luís Mário embarcou um belo Tambaqui e que foi o único desta semana.
Nas cevas de tambaqui também foram capturados pacús e pacús borracha e a presença dos corimbas era sempre intensa, em busca do farelo de arroz utilizado nas iscas. Nos poços ainda foram encontradas belas corvinas.
Um dos principais objetivos da nossa pescaria se mostrou difícil de capturar. As matrinxãs estavam manhosas e escassas, mas mesmo assim foram capturadas alguns lindos exemplares. As iscas mais produtivas para este tipo de pescaria foram a papa black e a inna 90. Tentamos utilizar (com pouca produtividade) os tomatinhos e arremessar próximos aos pés de Embaúbas, onde também podiam ser encontrados alguns pacús. Não tinha segredo, era arremessar, arremessar e arremessar em cada pé de embaúba e em cada recorte na margem do rio. Nestes pontos também foram encontrados alguns exemplares de tucunaré e tucunaré fogo, que começavam a aparecer à medida que as águas iniciam o recuo. Os tucunarés também eram encontrados nas bases dos poucos barrancos encontrados ao longo do Rio São Benedito.
A vantagem de pescar em locais de pesca muito diversificada é a possibilidade de adaptação e a diversidade de técnicas que podem ser empregadas. Boa parte do tempo ficamos em pontos de água rápida (pequenas corredeiras), onde encontramos belas cachorras, que são peixes muito esportivos e sempre dão boas brigas. Nestes pontos também capturamos bicudas e corvinas - o melhor ponto para bicudas nesta pescaria foi nas proximidades da segunda cachoeira do Rio São Benedito. Por coincidência, estas três espécies são frágeis e devem ser manuseadas com cuidado e permanecendo o menor tempo possível fora da água. A fragilidade destes peixes fora da água não tem nada a ver com a esportividade e força deles dentro da água, que renderam belas brigas e memórias eternas. A melhor produtividade nestes pontos foi com a utilização de tuviras, que não tínhamos previamente comprado, mas os encarregados da pousada encomendaram as iscas que já foram utilizadas desde o primeiro dia.
Esta região ainda guarda algumas belas surpresas, como o Rio das Àguas Claras, o Rio Cristalino e o Rio Matrinxã, este último não pudemos entrar devido a queda de uma árvore. Já no primeiro é impressionante a transparência das águas e a beleza do local. Ainda, na frente da pousada os pacus fazem a festa na corredeira, mas neste ponto é proibida a pesca.
Temos sempre que lembrar que estamos na selva. Nesta pescaria tivemos duas situações interessantes para exemplificar este fato; o primeiro foi a presença de uma Jararaca na saída do restaurante da pousada e outro a existências dos violentos Jacarés-açu. Eu recomendo não brincarem com estes bichos, pois quando o Neander vinha recolhendo uma cachorra, o Jacaré que estava próximo ao barco veio atrás do peixe, então ele foi içado para dentro do barco a tempo de impedir que fosse pego pelo bicho, mas a reação do Jacaré-açu foi se jogar contra o barco nos dando um banho e um baita susto.
Encerramos esta jornada felizes e com saúde para voltarmos para nossas famílias e trabalho...e claro, programarmos a próxima viagem.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em Rio São Benedito e Rio Azul - Pousada Thaimaçu 2024
Nossa ideia era buscar um lugar bacana e com acesso relativamente fácil para uma pescaria no mês de Abril/2024. Com este foco, escolhemos a tradicional Pousada Thaimaçu. A pescaria em Abril, mesmo no sul da Amazônia Paraense é um desafio, pois os rios ainda estão cheios e os peixes com muitas opções de comida e de esconderijo no meio da mata.
A Pousada é comandada pela Eunice, proprietária, que permanece no local acompanhando toda a operação e garantindo um serviço de primeira. Na base da pousada tínhamos ainda o apoio do Antonio e do Preto, que supervisionam uma equipe com um total de 13 pessoas para garantir que nossas únicas preocupações sejam decidir o quê comer, o quê beber e aonde pescar. A estrutura é muito boa, com chalés individualizados, piscina, lavanderia, internet, ótimo restaurante,...
A viagem pela Azul de Curitiba até Alta Floresta-MT foi fácil e com escala tranquila e rápida em Cuiabá. Chegando em Alta Floresta já tínhamos a Van do Pebinha nos aguardando para a viagem de 3 horas até a pousada. Optamos por não parar para o almoço e o próprio serviço de transfer nos organizou um lanche com sanduíches, cervejas e refrigerantes. Desta forma, saímos de casa às 07h00, pegamos nosso primeiro voo às 09h30 e às 17h00 estávamos na beira do Rio São Benedito preparando as tralhas de pesca. Para esta viagem seguiram os pescadores: Neander, Luís Mário, Ulysses, Vanderley, Roberto, Zacarias, João Marcos e Fernando. Nossos guias Vavá, Marcelo, Galo e Neco foram designados pela pousada e possuíam experiência média de 25 anos, cada, como guias nos Rios São Benedito e Azul.
A pousada fica em frente a uma corredeira/cachoeira, que do ponto de vista da pescaria divide o rio em dois setores:
- Rio acima, até outra cachoeira do Rio São Benedito ou as opções de pesca do Rio Azul. Este trecho representa uma navegação média de 40 minutos rio acima, para chegar em bons pontos de pesca de matrinxãs, tucunarés, cachorras e algumas cevas para tambaquis e pacus. Para chegar até a segunda cachoeira, ou em pontos mais distantes do Rio Azul, demoramos quase duas horas de navegação e neste caso o almoço tem que ser na sombra do rio.
- Rio abaixo, onde estão conhecidos bons poços para pescaria de grandes bagres. Neste trecho a navegação é mais curta e você pode ser premiado com grandes jaús, pirararas, barbados, jundiás, além de belas cachorras.
As pescarias devem ser programadas com antecedência, pois existe limitação de barcos nas cevas de tambaqui e limitação de barcos para pescaria rio abaixo. O registro do destino de cada barco também é um fator importante de segurança da operação. Apesar da proximidade de áreas rurais de Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga, os rios tem margens preservadas com uma densa e típica floresta tropical.
No primeiro dia, os pescadores Luís Mário e Ulysses optaram por reservar a primeira ceva e ir direto tentar um "redondo". Primeiro arremesso e o Tambaqui engata e arranca queimando linha em direção ao lado oposto do rio. Neste tipo de pesca, não adianta tentar segurar o peixe na força e o guia Neco arrancou com o barco para cercar o peixe e impedir que ele chegasse na outra margem, forçando uma briga no meio do rio. Desta forma, logo no início da pescaria e após uma batalha limpa, o Luís Mário embarcou um belo Tambaqui e que foi o único desta semana.
Nas cevas de tambaqui também foram capturados pacús e pacús borracha e a presença dos corimbas era sempre intensa, em busca do farelo de arroz utilizado nas iscas. Nos poços ainda foram encontradas belas corvinas.
Um dos principais objetivos da nossa pescaria se mostrou difícil de capturar. As matrinxãs estavam manhosas e escassas, mas mesmo assim foram capturadas alguns lindos exemplares. As iscas mais produtivas para este tipo de pescaria foram a papa black e a inna 90. Tentamos utilizar (com pouca produtividade) os tomatinhos e arremessar próximos aos pés de Embaúbas, onde também podiam ser encontrados alguns pacús. Não tinha segredo, era arremessar, arremessar e arremessar em cada pé de embaúba e em cada recorte na margem do rio. Nestes pontos também foram encontrados alguns exemplares de tucunaré e tucunaré fogo, que começavam a aparecer à medida que as águas iniciam o recuo. Os tucunarés também eram encontrados nas bases dos poucos barrancos encontrados ao longo do Rio São Benedito.
A vantagem de pescar em locais de pesca muito diversificada é a possibilidade de adaptação e a diversidade de técnicas que podem ser empregadas. Boa parte do tempo ficamos em pontos de água rápida (pequenas corredeiras), onde encontramos belas cachorras, que são peixes muito esportivos e sempre dão boas brigas. Nestes pontos também capturamos bicudas e corvinas - o melhor ponto para bicudas nesta pescaria foi nas proximidades da segunda cachoeira do Rio São Benedito. Por coincidência, estas três espécies são frágeis e devem ser manuseadas com cuidado e permanecendo o menor tempo possível fora da água. A fragilidade destes peixes fora da água não tem nada a ver com a esportividade e força deles dentro da água, que renderam belas brigas e memórias eternas. A melhor produtividade nestes pontos foi com a utilização de tuviras, que não tínhamos previamente comprado, mas os encarregados da pousada encomendaram as iscas que já foram utilizadas desde o primeiro dia.
Esta região ainda guarda algumas belas surpresas, como o Rio das Àguas Claras, o Rio Cristalino e o Rio Matrinxã, este último não pudemos entrar devido a queda de uma árvore. Já no primeiro é impressionante a transparência das águas e a beleza do local. Ainda, na frente da pousada os pacus fazem a festa na corredeira, mas neste ponto é proibida a pesca.
Temos sempre que lembrar que estamos na selva. Nesta pescaria tivemos duas situações interessantes para exemplificar este fato; o primeiro foi a presença de uma Jararaca na saída do restaurante da pousada e outro a existências dos violentos Jacarés-açu. Eu recomendo não brincarem com estes bichos, pois quando o Neander vinha recolhendo uma cachorra, o Jacaré que estava próximo ao barco veio atrás do peixe, então ele foi içado para dentro do barco a tempo de impedir que fosse pego pelo bicho, mas a reação do Jacaré-açu foi se jogar contra o barco nos dando um banho e um baita susto.
Encerramos esta jornada felizes e com saúde para voltarmos para nossas famílias e trabalho...e claro, programarmos a próxima viagem.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Edmar Alves em Relato pescaria Rio Cuiuni - 09 a 15 Setembro 2023 - Expedição Branco Açu
Parabéns para toda a turma @Edmar Alves. Linda pescaria e exemplares top.
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em Rio Arirarrá - Amazon Xplor - Set/23
Sempre buscando por novidades chegamos na operação da Amazon Xplor (www.amazonxplor.com.br), comandada pelo Eribert Marquez. A nossa pesquisa foi grande e gerou muitas dúvidas, pois alguns diziam que esta era uma operação mais de férias do que de pescaria. A utilização dos barcos, tipo bass, com motores de 115 hp na Amazônia também não era uma unanimidade, pois o uso deste tipo de barco poderia limitar a operação aos trechos mais largos dos rio, assustar peixes,... Na prática, a utilização dos bass boats foi fundamental para o sucesso da nossa pescaria (velocidade de deslocamento e alcance), assim como a estrutura de hotel do Amazon Xplor foi fundamental para o nosso conforto e bem estar.
De qualquer modo, marcamos nossa viagem com bastante antecedência, para o começo da alta temporada, na última semana de set/23. Participaram desta viagem os colegas pescadores Rogério, Luiz Cláudio, Dalmo, Raimundo, Zacarias, João Manoel, Luís Mário, Vanderley, Pedro e Fernando.
Chegamos em Manaus e fomos hospedados no Hotel Tryp, já como parte do nosso pacote. Este hotel é bom e próximo ao aeroporto, mas tem a desvantagem de que muitos motoristas de Uber simplesmente cancelam a corrida quando percebem o destino ou origem no Hotel Tryp. Após o check-in no hotel seguimos diretamente para o Canto da Peixada, comer a tradicional costela e banda de tambaqui, além de petiscos da região amazônica. No dia seguinte pela manhã nos reunimos com mais 14 pescadores (total 24), fomos divididos em dois grupos e seguimos viagem em dois voos fretados de Manaus a Barcelos. Os aviões que operam nesta rota, geralmente são do tipo Embraer Bandeirantes, trazendo certa ansiedade ao grupo, devido ao recente acidente aéreo ocorrido em Barcelos. Mas os nossos voos foram tranquilos e em céu de Brigadeiro (cerca de 1h15 de duração). O único problema foi que o segundo voo atrasou e chegou quase três horas depois da chegada do primeiro, fazendo com que o primeiro grupo tivesse que esperar num bar, em frente ao Porto de Barcelos, numa temperatura de 40 graus (pelo menos a cerveja estava gelada). Apenas com a chegada do segundo grupo e embarque no barco rápido de transporte até o hotel (2 motores de 250 hps), com open bar e ar condicionado, que começamos realmente nossa diversão - este translado demora cerca de 1h30. O Hotel de selva Xplor é um show. Bangalôs amplos e exclusivos por dupla, com banheiro, duas camas de casal, colchões especiais com massagem, banheiro, minibar, varanda e armários com muito espaço para guardar roupas e tralhas. Na área de convivência, existe um grande salão com bar, tv, mesa de sinuca, loja completa de artigos de pesca, sofás,... O restaurante fica anexo a este salão e também é bastante amplo. Na área externa existe ainda uma grande piscina e um espaço churrasqueira. Tudo muito bem construído em estrutura de madeira e com decoração de bom gosto. Condições de pesca. Com o El Niño e a estiagem generalizada na Amazônia, os rios Negro e Arirarrá estavam descendo forte e não havia nenhuma previsão de chuvas durante a nossa estadia. Por outro lado, o calor era muito intenso, temperaturas diárias de 41 graus com sensação térmica, dentro dos rios, na faixa de 45 graus. Nestas condições, a temperatura da água chegava a absurdos 35 graus, principalmente nas regiões mais rasas e próximas ao Rio Negro. Não chegamos a explorar os lagos existentes na região do Arirarrá, pois a água destes lagos estava muito quente e ainda não estava bem limpa. Nestas condições, os peixes não apresentavam um padrão muito ativo, reforçado pela defesa dos seus filhotes. Tudo isto significava muito trabalho e suor, mas com belas recompensas. Entre nós, querer acertar com um ano e meio de antecedência, uma semana com rio na caixa, sol, temperatura da água ideal, pressão atmosférica ideal e sem vento já é um pouco demais. Basicamente, pescamos em 3 condições: no Rio Negro em busca de peixes de couro (filhotes e pirararas) e no Rio Arirarrá arremessando próximo às margens em busca de cardumes de tucunarés-borboleta ou nas praias e locais conhecidos pelos guias na busca dos grandes açus. Foram capturados ainda diversos trairões, aruanãs, bicudas e piranhas. Também embarcamos alguns exemplares de pirararas e filhotes, sempre utilizando os trairões como iscas. A pescaria de peixes de couro é muito difícil no Arirarrá, devido a grande presença de piranhas nas regiões dos poços mais profundos. No mais, utilizamos basicamente iscas artificiais, sendo as mais produtivas a T20, as Bonnies 107 e 128, sempre na cor osso, e as hélices. Eu testei algumas poppers (feed e Maria), mas com baixíssima produtiva. Via de regra, quando um exemplar de tucunaré era capturado ele era colocado no tanque de oxigenação para ser solto em condições de menor risco para o peixe, pois os jacarés e, principalmente, os botos foram nossos companheiros inseparáveis nesta viagem. Pescamos por 6 dias e capturamos alguns exemplares de Tucunarés 80up (Luiz Cláudio e Rogério foram os campeões da viagem), diversos entre 70 e 80cm e centenas abaixo de 70 cm. Nossos guias foram o Cobra, Macedo, Pedro, Erivelton e Jósimo. Existe na pousada um programa de incentivo bem bacana e que gera uma disputa bastante saudável entre as equipes. Cada Tucunaré 80up capturado na semana dá direito a um prêmio de R$ 300,00 para o guia do barco que fez a pescaria, representado em foto abaixo por uma placa de "pix" na cerimônia de entrega dos prêmios. A semana foi excelente, mas o calor excessivo foi cruel com a nossa turma, que também tem boa parte dos seus pescadores na faixa dos 60up (Kkkk). Quanto à estrutura da Amazon Xplor, só temos elogios, sendo que a equipe é top, prestativa e bem treinada. O Eribert acompanha as equipes desde o café da manhã até o jantar, aparecendo de surpresa nos almoços nas praias dos rios, sempre acompanhado dos seus cachorros (neguinha, mel e cacau), que adoram passear de barco e são uma atração à parte. O momento do almoço no rio é o horário de recuperar as energias, comendo um churrasco ou um lanche e relaxando o corpo num mergulho no rio, quando são montados pequenos acampamentos com cadeiras de praia e guarda-sóis. Outra atração da pousada é um casal de araras (Blue e Jade), que vivem soltas, mas estão sempre presentes e adoram receber castanhas e uvas oferecidas pelo Eribert e equipe. Finalmente, retornamos para casa e para as nossas famílias e trabalho, trazendo belas recordações e preparando novas aventuras.
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Fernando_Oliveira deu reputação a Kid M em Conhecendo o Rio Aripuanã
Esse será - certamente - o derradeiro "bloco" desse "relatinho" que já se superou e virou um "relatão"...
Vamos então ao que interessa, pois a rotina do amanhecer, café e embarque já foi mencionado anteriormente e muda pouco...
Os destinos é que eram ajustados na véspera, na busca de atender a todos os principais desejos, até por conta do "dia a menos".
Na verdade haviam destinos em que o objetivo era claro, como as cachorras das corredeiras, as pirararas nos poços, os tucunas das pedras (no Aripuanã), nas margens (no Buiuçú), os cardumes de tucunas e jacundás (lagos) e até mesmo alguns peixes maiores em pontos de muita correnteza. Para todos os gostos...
Jacaré.mp4 Anta no rio.mp4
Dentro das coisas inusitadas que presenciamos (foram diversas), uma delas - caso não tivesse foto - não teria "fé pública".
Numa das turmas que foi lá para os lados do ACAMPAMENTO, foi ferrada uma bela bicuda na artificial, que aproveitando a pressão da corredeira, conseguiu partir a linha e levar a isca (depois de ter pulado um par de vezes). Meia hora mais tarde, num local próximo, olha a bicuda sendo pega pelo lombo com a isca perdida pendurada... Fotos !!
E o que dizer desse "ousado predador" ao atacar uma isca maior que ele próprio ! O peixe não sei qual foi, mas essa Bomber é "das antigas", conheço muito (cada vez melhor).
Um pouquinho de avaliação dos pontos que tiramos fotos...
A vegetação ao longo do Aripuanã e afluentes era sempre cercada de belas matas ciliares, daquelas que dizem ser os objetivos de recuperação de áreas degradadas...
Presenciei árvores (diversas) com mais de 40 m de altura, com troncos retos e diâmetros indeterminados (verdadeiras maravilhas preservadas)
Hora de mostrar as capturas mais expressivas dessa nossa aventura !
Tucuna no Shad.mp4
Para não passar em branco, o "shad" funcionou bem nos remansos menos turbulentas (mas as piranhas pretas não davam descanso).
Cachorras e Pirararas à vontade ao longo de todo o dia ! Uma bicudinha atacou minha isca "bravinha" transparente parecendo uma esfomeada.
Não menos curioso pegar esses dois tucunas simultaneamente numa Jumping Minnow (T10), num verdadeiro acontecimento, pois é comum em iscas maiores...
Hora da verdade, com a apresentação do peixe (pirarara) que faturou o troféu (iscas naturais)
Soltura da Pirarara Peu.mp4
Já nos tucunarés (acertamos isso nas "definições prévias") - que eram o objetivo do troféu, a disputa foi acirrada !
Grande campeão
Hora do regresso, não sem antes algumas celebrações e despedidas...
Foram feitas diversas filmagens que compartilho a seguir (não sei se aparecerão)
Música.mp4
Despedida do Kid.mp4 Despedida do Kid.mp4
Depois de mais de trinta anos planejando e coordenando os Grupos de Pesca dos Mocorongos, é hora de passar o bastão
Eis a "jovem guarda" (New Mocorongos) que - tenho certeza - irá dar continuidade nessa "coisa fraterna" que são os Mocorongos
Troféu Fair Play (Traíra)
Visual da frente da Pousada Pira Açu com parte do G30 presente - aguardando os Caravans
Foto oficial (e final) do G30 com as pessoas que facilitaram (muito) nossa semana de alegria.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Fabrício Biguá em [TorresmAçu e Biguá Team] Aracu Camp/2022 - Que experiência fantástica.
Parabéns Fabrício e toda a equipe TorresmAçu. Show de estrutura e belo relato.
Só não entendi aquela peruca de leãozinho (kkk).
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Arcer em Rio Kenai. Alaska - Agosto 2022
Esta viagem é do tipo que se pode esperar muito mais do que uma simples pescaria. O slogan do Alaska é “Final Frontier”, pois devido à sua localização geográfica e ambiente teoricamente inóspito não é um destino óbvio de turismo.
A viagem foi planejada pelos amigos Marcos Glueck e Ari da Fishing Business, agência de turismo de pesca que tem se especializado na busca de roteiros de pesca pouco convencionais. Os amigos Neander, Anselmo e Rudi (que também estiveram comigo no Canadá) me convidaram para suprir a vaga de um amigo que, por motivos particulares, não poderia participar desta aventura. Notem que o roteiro foi contratado para 2020 e devido à pandemia foi sendo adiado até finalmente ocorrer em agosto de 2022. Também fizeram parte desta viagem os amigos Marcos Glueck, Silvio, Pedro Ivo, Antonio Pedro, e o casal Sidney e Rayse.
Cada pescador definiu seu próprio roteiro de ida e nos encontramos somente em Anchorage no Alaska no dia 20 de agosto, para seguirmos de carro para Soldotna/Kenai na manhã do dia seguinte. Eu e o Silvio fomos os primeiros a chegar e fomos comer um delicioso Hamburguer de Bisão para conhecer um pouco da comida local. Acabamos nos separando em 3 subgrupos pela divisão dos carros e eu segui com Neander, Anselmo e Rudi; sendo que esta divisão também foi replicada nos barcos de pesca, com exceção da pesca de Halibut onde todos compartilhamos o mesmo barco.
Após conhecer a cidade de Anchorage e visitar uma loja de pesca (é claro) da Cabella’s/Bass Pro seguimos para Seward, para conhecermos um pouco mais do Alaska e visitarmos o porto local e o aquário da cidade. Com este desvio de mais de 100 milhas chegamos ao Salmon Catcher Lodge em Kenai apenas no final da tarde. O lodge é bonito e composto por várias cabanas independentes numa grande área (tipo uma chácara), todas construídas em toras de pinus e com uma técnica que não utiliza pregos, com cozinha e lavanderia completa em cada unidade. Existe ainda a área de processamento, embalagem e congelamento dos peixes, escritório, loja, academia, sauna e área de empréstimo de waders, botas e capas. Após nos instalarmos fomos comprar nossos suprimentos no Hipermercado Fred Meyer em Soldotna, visto que iríamos preparar nossas próprias refeições (exceto almoço) no lodge.
Terça-feira, dia 24/08, acordamos às 04h30 para começarmos os trabalhos.
Nós pescamos por 6 dias. A programação original eram 5 dias de pesca e um de folga, mas optamos por um dia a mais de pesca, pois pescar nunca é demais (kkkk). Assim, a pescaria foi bastante variada: Pescamos 4 vezes no Rio Kenai, sendo duas vezes descendo 7 milhas de rio desde Cooper Landing até Russian River Ferry, uma vez descendo o Rio Kenai desde Russian River Ferry por 7 milhas e uma vez na Foz do Rio Kenai. Completamos a viagem com mais duas pescarias: uma em Crescent Lake (para também avistarmos Ursos neste ambiente mais selvagem) e uma pescaria de Halibuts em alto mar.
Corredeiras do Rio Kenai.
A pescaria nas corredeiras do Rio Kenai é feita num barco de alumínio próprio para rafting e pescaria, com uma cadeira para o remador e mais quatro ou três para os pescadores. O tempo de pesca era de 6 horas nas corredeiras, com paradas para pescar nas praias do rio. Os barcos levavam varas de fly com pequenas boias e apenas com miçangas próximas aos pequenos anzóis e também varas leves de casting com pequenos molinetes, que podiam utilizar a mesma técnica das miçangas ou serem preparadas para o cast com spinners, caymans e crankbaits. Nenhum outro tipo de isca natural era permitido. Cheguei a ser repreendido quando quis colocar uma ova de salmão na ponta do anzol. Notem que os salmões sobem o rio para a desova e as trutas sobem atrás deles para se alimentar das ovas, que são muito parecidas com as miçangas utilizadas.
Pegamos vários peixes, especialmente trutas arco-íris (rainbow) e dolly vardens, white fish, salmões red (sockeye), silver (coho) e pink (humpy). Na proximidade da ponte de Cooper Landing foi onde fizemos a maior quantidade de capturas, chegando a fazer um “quadruple” com um sockeye, duas rainbows e uma dolly. Neste dia nosso guia era o JP, guia local de Cooper Landing, que não cansava de subir o trecho próximo a ponte remando contra a correnteza para que passássemos por várias vezes no ponto mais produtivo.
A técnica de pesca era basicamente lançar a isca rio acima e deixar a correnteza levar para recolher e iniciar o processo novamente. Como nos orientaram, era da posição 15 para as 12 até 12 e 15 – como nos ponteiros de um relógio.
Halibuts em alto mar.
A pescaria de halibut foi em Homer a bordo do Barco El Patron. Tivemos que sair do lodge às 04h30 da manhã para percorrer o trecho de 180 milhas até Homer, com muito cuidado nas estradas devido a presença de grandes alces que poderiam cruzar a pista. Neste ano já foram registrados 24 acidentes com alces nas estradas desta região.
Saímos do porto às 07h00 e navegamos por 1h20 até o primeiro ponto. As iscas eram soltas até o fundo com chumbos bem pesados (cerca de 1 kg) e iscados com pedaços de peixe “temperados” com alho e óleo de peixe. Quando tocava a campainha do barco todos soltávamos as linhas, iniciando o recolhimento rapidamente se o comandante tocasse a campainha novamente, para troca de ponto de pesca. O recolhimento era feito preferencialmente sem a retirada das varas dos suportes, pois os peixes, especialmente os maiores representam um grande desafio para os pescadores e para o equipamento.
A quota é de 2 halibuts por pescador e uma vez que a cota tenha sido atingida a pescaria acaba. Por azar, neste dia dois colegas esqueceram suas licenças de pesca no lodge, reduzindo a cota do nosso grupo de 18 para 14 halibuts. Demoramos cerca de 3 horas para capturar as 14 unidades de halibuts e mais uma quantidade equivalente de tamborils e iniciamos o retorno para o porto. No caminho de volta, a tripulação (Adara e Dalton) limpou os peixes e deixaram 30 quilos de filés prontos para nossa viagem de volta ao lodge. Aproveitando a visita a Homer fomos conhecer alguns dos barcos do programa Pesca Mortal, como o Time Bandit, e o bar de 1 milhão de dólares, Salty Dawg Saloon, onde os clientes escrevem seus nomes e mensagens em notas de 1 dólar e as fixam no teto e paredes do bar.
Nota: a licença de pesca é diária e obrigatória, devendo ser paga pelos pescadores antes das pescarias. Na maioria dos mercados da região é possível adquiri-las.
Crescent Lake.
A ida para Crescent Lake é mais do que uma pescaria, pois já inicia num voo de 40 minutos num hidroavião canadense “De Havilland” de 1958, cruzando o rio Kenai e passando por cima de um glacial. O lago é grande e capturamos várias trutas, mas o mais impressionante era a presença dos ursos, que foram avistados várias vezes. Numa destas situações estávamos pescando numa praia e o guia nos chamou para ficarmos mais perto do barco. Pouco depois um urso passou pela praia onde estávamos pescando e logo fomos liberados para pescar novamente. Segundo o guia, os ursos só querem os peixes e não teríamos que nos preocupar.... muito. De qualquer modo, os guias utilizam um spray que afasta os ursos caso eles se interessem pelos pescadores.
Outra situação que chamou nossa atenção foi quando um urso localizou filhotes de castor dentro da estrutura de galhos e lama construída por eles. Ficamos à distância acompanhando por alguns minutos o trabalho do urso em abrir com as suas garras um acesso para pegar os filhotes, mas não sabemos o final desta história... Geralmente, as casas de Castor são feitas à beira da água e existe uma rota de fuga por baixo da água, mas os filhotes provavelmente ainda não estavam prontos para isto.
Foz do Rio Kenai.
A pescaria de salmões silver foi realizada na foz do Rio Kenai. Apesar da briga fantástica destes peixes, foi uma pescaria que não gostamos muito. Saímos para pescar num barco bem equipado, mas muito sujo. Paramos na beira de um barranco após 10 minutos de navegação e fomos avisados pelo piloto que os salmões estavam naquele ponto e que nossa cota era de 2 peixes por pescador, que foram pegos em pouco mais de uma hora e logo voltamos para a marina, onde os salmões foram limpos e entregues para nós – tudo muito “burocrático”. O material leve era iscado com ovas de salmão e a briga era realmente fantástica. O guia nos orientava para apertarmos a fricção, mas nós preferimos contrariá-lo e abrir um pouco a fricção para sentir mais a luta, mesmo com o desconforto do nosso piloto.
O retorno.
No último dia no lodge, parte do grupo foi fazer um pequeno cruzeiro em Seward para ver as geleiras e, como já comentei, nós repetimos a fantástica pescaria no Rio Kenai, remando desde Cooper Landing. No dia seguinte iniciamos a viagem de volta e aproveitamos para conhecer Whittier, antiga base americana secreta da segunda guerra mundial, acessível através de um túnel de 2.8 milhas com pista larga o suficiente para apenas um veículo. O lugar, a estrada, o túnel, a marina e o museu são muito legais e valem a viagem. Notem que durante a segunda guerra mundial a região de Whittier foi palco de diversas batalhas com os japoneses e por causa da guerra fria entre Rússia e EUA o Alaska viveu 45 anos em alerta vermelho.
E assim terminou nossa pequena aventura e nos separamos na direção de nossas casas e famílias, cada um com seu roteiro e já programando a próxima pescaria. Agradeço aos organizadores Marcos e Ari que garantiram o sucesso da viagem, aos colegas que estiveram conosco nesta viagem, pela amizade, parceria e paciência e também aos que nos horaram com a leitura deste não tão breve relato.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Arcer em Rio Kenai. Alaska - Agosto 2022
Kkkk. Obrigado @Arcer. Talvez da próxima vez eu sugira para minha turma ir para Pereira Barreto.
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Fernando_Oliveira deu reputação a Eder Nascimento em CAMAIU CAMP - VILANOVA AMAZON - 30/07/2022 a 07/08/2022
Fala amigos do FTB, há muito tempo não posto nada aqui no Fórum, tenho trabalhado tanto que esta ficando difícil acompanhar.
Porém não poderia deixar que compartilhar com vocês esta semana incrível que tivemos no Camaiu Camp, operação exclusiva Vilanova Amazon.
O alto Rio Camaiu é de difícil acesso e um dos únicos meios de chegar lá nesta época do ano em que o rio esta bem seco é através de hidroavião.
CHEGANDO EM MANAUS
Na chegada em Manaus almoçamos no saboroso Restaurante Moquén do Banzeiro dentro do Manauara Shopping. Já virou tradição esse almoço, como a hospedagem oferecida pela Vilanova Amazon fica ao lado do Manauara Shopping vamos a pé ao restaurante e ainda depois a turma faz aquela comprinha na Sucuri Pesca que é de lei.
Domingo bem cedo já partimos para o Camaiu, voo de cerca de 1h30 minutos e já estamos na estrutura do Camaiu Camp, que diga se de passagem é incrível. Tudo impecável e pensado nos mínimos detalhes para o pescador.
CAMAIU CAMP
A estrutura do Camaiu é muito intimista, direcionada para apenas 8 pescadores e tudo muito organizado. A equipe faz tudo funcionar muito bem: café da manhã bem servido, serviço de quarto e lavanderia impecável, jantar muito bem servido.
Os guias apostos no horário certo e com extremo capricho nos botes, barco sempre limpinho. Nota 10 na organização.
Todo fim de tarde chegando da pescaria éramos muito bem servidos.
Antes de raiar o dia os guias já estavam lá preparando tudo.
AS PAISAGENS DO ALTO RIO CAMAIU
Para mim e para muitos um dos lugares mais lindos da Amazônia, difícil descrever com palavras toda beleza do Camaiu, só vivendo para dimensionar.
A PESCARIA
Pescar no Alto Rio Camaiu, não é fácil. Por estarmos na cabeceira do rio ele é muito estreito, com muitas corredeiras, pedrais, águas cristalinas e peixe extremamente arisco.
Camaiu não é uma pescaria de quantidade, mas sim de qualidade, águas que habitam os maiores tucunarés pinima do mundo. Peixe muito forte e que por muitas vezes vence uma briga com pescador sem tomar conhecimento.
Então o pescador tem que estar preparado, sempre atento e se dedicar bastante que o premio vem.
Foram 6 dias completos de pesca, e foi extraordinário: cada momento vivido com os amigos, cada fisgada, cada resenha do almoço. Tudo isso tem um valor imensurável.
Só quem já pescou com guia Antoniel sabe a simplicidade que é esta pessoa, sempre alegre, sempre acreditando e incentivando o pescador.
Aí é tuuunniicuuuu!
Não tempo ruim para o Tunico.
Émerson também acertou esse pinima gigante.
Dr. Tesch também acertou.
Meu parceiro de bote e amigo Gabry também representou.
A única certeza que temos durante um pescaria é que meu amigo e irmão Rafael Lima vai pegar o maior peixe da semana, e merece, pesca muito e é meu parceiro mais antigo de pesca.
Ricardo também marcou presença mais uma vez. Pensa em um cara top!
PEIXES DE COURO
Nem todo mundo sabe, mas o Rio Camaiu é muito farto em peixes de couro. Especialmente em cacharas (ops! Caparai foi que saiu bastante na nossa semana)
Segue sessão de fotos das cacharas “assassinas”. Kkkk
Teve algumas pirararas também mas só recebi esta foto.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer a meus amigos que estiveram comigo nesta semana, com certeza vai ficar marcado em nossas vidas.
Rafael Lima uma grande amigo.
Meu primeiro parceiro de pesca, cara quem me ensinou muito.
Só agradecer sua amizade e por sempre estar junto.
Gabry meu parceiro de bote. Fera demais, que semana juntos irmão. Você é incrível!
Uma menção mais que honrosa para o Luiz, que simpatia. Nunca pescou e parecia antigo em nossa turma.
Não podia deixar de agradecer toda equipe da Vilanova Amazon que nos atendeu com excelência.
Agradecer também a minha família, esposa e filho, por ter a paciência e compreender tantos dias fora. Amo vocês.
Agradeço a Deus por me conceder saúde para viver esses momentos que dinheiro nenhum no mundo paga.
Um agradecimento mais do que especial ao meu amigo e irmão Victor Vilanova, idealizador deste projeto. Sem ele nada disso seria possível.
Com toda certeza sem esse cara nada seria possível.
Obrigado por tudo, sou eternamente grato.
Para mais fotos e vídeos desta aventura basta seguir o Instagram: @ederfishing
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em Rio Kenai. Alaska - Agosto 2022
Esta viagem é do tipo que se pode esperar muito mais do que uma simples pescaria. O slogan do Alaska é “Final Frontier”, pois devido à sua localização geográfica e ambiente teoricamente inóspito não é um destino óbvio de turismo.
A viagem foi planejada pelos amigos Marcos Glueck e Ari da Fishing Business, agência de turismo de pesca que tem se especializado na busca de roteiros de pesca pouco convencionais. Os amigos Neander, Anselmo e Rudi (que também estiveram comigo no Canadá) me convidaram para suprir a vaga de um amigo que, por motivos particulares, não poderia participar desta aventura. Notem que o roteiro foi contratado para 2020 e devido à pandemia foi sendo adiado até finalmente ocorrer em agosto de 2022. Também fizeram parte desta viagem os amigos Marcos Glueck, Silvio, Pedro Ivo, Antonio Pedro, e o casal Sidney e Rayse.
Cada pescador definiu seu próprio roteiro de ida e nos encontramos somente em Anchorage no Alaska no dia 20 de agosto, para seguirmos de carro para Soldotna/Kenai na manhã do dia seguinte. Eu e o Silvio fomos os primeiros a chegar e fomos comer um delicioso Hamburguer de Bisão para conhecer um pouco da comida local. Acabamos nos separando em 3 subgrupos pela divisão dos carros e eu segui com Neander, Anselmo e Rudi; sendo que esta divisão também foi replicada nos barcos de pesca, com exceção da pesca de Halibut onde todos compartilhamos o mesmo barco.
Após conhecer a cidade de Anchorage e visitar uma loja de pesca (é claro) da Cabella’s/Bass Pro seguimos para Seward, para conhecermos um pouco mais do Alaska e visitarmos o porto local e o aquário da cidade. Com este desvio de mais de 100 milhas chegamos ao Salmon Catcher Lodge em Kenai apenas no final da tarde. O lodge é bonito e composto por várias cabanas independentes numa grande área (tipo uma chácara), todas construídas em toras de pinus e com uma técnica que não utiliza pregos, com cozinha e lavanderia completa em cada unidade. Existe ainda a área de processamento, embalagem e congelamento dos peixes, escritório, loja, academia, sauna e área de empréstimo de waders, botas e capas. Após nos instalarmos fomos comprar nossos suprimentos no Hipermercado Fred Meyer em Soldotna, visto que iríamos preparar nossas próprias refeições (exceto almoço) no lodge.
Terça-feira, dia 24/08, acordamos às 04h30 para começarmos os trabalhos.
Nós pescamos por 6 dias. A programação original eram 5 dias de pesca e um de folga, mas optamos por um dia a mais de pesca, pois pescar nunca é demais (kkkk). Assim, a pescaria foi bastante variada: Pescamos 4 vezes no Rio Kenai, sendo duas vezes descendo 7 milhas de rio desde Cooper Landing até Russian River Ferry, uma vez descendo o Rio Kenai desde Russian River Ferry por 7 milhas e uma vez na Foz do Rio Kenai. Completamos a viagem com mais duas pescarias: uma em Crescent Lake (para também avistarmos Ursos neste ambiente mais selvagem) e uma pescaria de Halibuts em alto mar.
Corredeiras do Rio Kenai.
A pescaria nas corredeiras do Rio Kenai é feita num barco de alumínio próprio para rafting e pescaria, com uma cadeira para o remador e mais quatro ou três para os pescadores. O tempo de pesca era de 6 horas nas corredeiras, com paradas para pescar nas praias do rio. Os barcos levavam varas de fly com pequenas boias e apenas com miçangas próximas aos pequenos anzóis e também varas leves de casting com pequenos molinetes, que podiam utilizar a mesma técnica das miçangas ou serem preparadas para o cast com spinners, caymans e crankbaits. Nenhum outro tipo de isca natural era permitido. Cheguei a ser repreendido quando quis colocar uma ova de salmão na ponta do anzol. Notem que os salmões sobem o rio para a desova e as trutas sobem atrás deles para se alimentar das ovas, que são muito parecidas com as miçangas utilizadas.
Pegamos vários peixes, especialmente trutas arco-íris (rainbow) e dolly vardens, white fish, salmões red (sockeye), silver (coho) e pink (humpy). Na proximidade da ponte de Cooper Landing foi onde fizemos a maior quantidade de capturas, chegando a fazer um “quadruple” com um sockeye, duas rainbows e uma dolly. Neste dia nosso guia era o JP, guia local de Cooper Landing, que não cansava de subir o trecho próximo a ponte remando contra a correnteza para que passássemos por várias vezes no ponto mais produtivo.
A técnica de pesca era basicamente lançar a isca rio acima e deixar a correnteza levar para recolher e iniciar o processo novamente. Como nos orientaram, era da posição 15 para as 12 até 12 e 15 – como nos ponteiros de um relógio.
Halibuts em alto mar.
A pescaria de halibut foi em Homer a bordo do Barco El Patron. Tivemos que sair do lodge às 04h30 da manhã para percorrer o trecho de 180 milhas até Homer, com muito cuidado nas estradas devido a presença de grandes alces que poderiam cruzar a pista. Neste ano já foram registrados 24 acidentes com alces nas estradas desta região.
Saímos do porto às 07h00 e navegamos por 1h20 até o primeiro ponto. As iscas eram soltas até o fundo com chumbos bem pesados (cerca de 1 kg) e iscados com pedaços de peixe “temperados” com alho e óleo de peixe. Quando tocava a campainha do barco todos soltávamos as linhas, iniciando o recolhimento rapidamente se o comandante tocasse a campainha novamente, para troca de ponto de pesca. O recolhimento era feito preferencialmente sem a retirada das varas dos suportes, pois os peixes, especialmente os maiores representam um grande desafio para os pescadores e para o equipamento.
A quota é de 2 halibuts por pescador e uma vez que a cota tenha sido atingida a pescaria acaba. Por azar, neste dia dois colegas esqueceram suas licenças de pesca no lodge, reduzindo a cota do nosso grupo de 18 para 14 halibuts. Demoramos cerca de 3 horas para capturar as 14 unidades de halibuts e mais uma quantidade equivalente de tamborils e iniciamos o retorno para o porto. No caminho de volta, a tripulação (Adara e Dalton) limpou os peixes e deixaram 30 quilos de filés prontos para nossa viagem de volta ao lodge. Aproveitando a visita a Homer fomos conhecer alguns dos barcos do programa Pesca Mortal, como o Time Bandit, e o bar de 1 milhão de dólares, Salty Dawg Saloon, onde os clientes escrevem seus nomes e mensagens em notas de 1 dólar e as fixam no teto e paredes do bar.
Nota: a licença de pesca é diária e obrigatória, devendo ser paga pelos pescadores antes das pescarias. Na maioria dos mercados da região é possível adquiri-las.
Crescent Lake.
A ida para Crescent Lake é mais do que uma pescaria, pois já inicia num voo de 40 minutos num hidroavião canadense “De Havilland” de 1958, cruzando o rio Kenai e passando por cima de um glacial. O lago é grande e capturamos várias trutas, mas o mais impressionante era a presença dos ursos, que foram avistados várias vezes. Numa destas situações estávamos pescando numa praia e o guia nos chamou para ficarmos mais perto do barco. Pouco depois um urso passou pela praia onde estávamos pescando e logo fomos liberados para pescar novamente. Segundo o guia, os ursos só querem os peixes e não teríamos que nos preocupar.... muito. De qualquer modo, os guias utilizam um spray que afasta os ursos caso eles se interessem pelos pescadores.
Outra situação que chamou nossa atenção foi quando um urso localizou filhotes de castor dentro da estrutura de galhos e lama construída por eles. Ficamos à distância acompanhando por alguns minutos o trabalho do urso em abrir com as suas garras um acesso para pegar os filhotes, mas não sabemos o final desta história... Geralmente, as casas de Castor são feitas à beira da água e existe uma rota de fuga por baixo da água, mas os filhotes provavelmente ainda não estavam prontos para isto.
Foz do Rio Kenai.
A pescaria de salmões silver foi realizada na foz do Rio Kenai. Apesar da briga fantástica destes peixes, foi uma pescaria que não gostamos muito. Saímos para pescar num barco bem equipado, mas muito sujo. Paramos na beira de um barranco após 10 minutos de navegação e fomos avisados pelo piloto que os salmões estavam naquele ponto e que nossa cota era de 2 peixes por pescador, que foram pegos em pouco mais de uma hora e logo voltamos para a marina, onde os salmões foram limpos e entregues para nós – tudo muito “burocrático”. O material leve era iscado com ovas de salmão e a briga era realmente fantástica. O guia nos orientava para apertarmos a fricção, mas nós preferimos contrariá-lo e abrir um pouco a fricção para sentir mais a luta, mesmo com o desconforto do nosso piloto.
O retorno.
No último dia no lodge, parte do grupo foi fazer um pequeno cruzeiro em Seward para ver as geleiras e, como já comentei, nós repetimos a fantástica pescaria no Rio Kenai, remando desde Cooper Landing. No dia seguinte iniciamos a viagem de volta e aproveitamos para conhecer Whittier, antiga base americana secreta da segunda guerra mundial, acessível através de um túnel de 2.8 milhas com pista larga o suficiente para apenas um veículo. O lugar, a estrada, o túnel, a marina e o museu são muito legais e valem a viagem. Notem que durante a segunda guerra mundial a região de Whittier foi palco de diversas batalhas com os japoneses e por causa da guerra fria entre Rússia e EUA o Alaska viveu 45 anos em alerta vermelho.
E assim terminou nossa pequena aventura e nos separamos na direção de nossas casas e famílias, cada um com seu roteiro e já programando a próxima pescaria. Agradeço aos organizadores Marcos e Ari que garantiram o sucesso da viagem, aos colegas que estiveram conosco nesta viagem, pela amizade, parceria e paciência e também aos que nos horaram com a leitura deste não tão breve relato.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Leandro Gofert em Rio Cururu. Pousada Cururu Selvagem - Jun/2022
Obrigado @Leandro Gofert. Já estou com vontade de voltar. Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em Rio Cururu. Pousada Cururu Selvagem - Jun/2022
Era Agosto de 2020 quando o Luís Mário sugeriu uma pescaria na Pousada Cururu Selvagem, no Rio Cururu, área indígena da Tribo Kaiaby, no Sul do Pará. Este afluente do Rio Teles Pires (ou Rio São Manoel) é uma das operações de pesca mais exclusivas do Brasil. Com apenas 8 vagas, rapidamente fechamos o grupo com os colegas Zacarias, Trevisol, Rogério, Vanderley, João Manoel, Pedro, João Pedro e Fernando. A pescaria foi agendada para Junho de 2022, época que esperávamos o nível do Rio Cururu mais baixo e os Tucunarés mais ativos. Notem que devido a compromissos pessoais o Luis Mário acabou sendo substituído pelo colega João Pedro nesta pescaria.
Chegar na pousada não é assim tão fácil. Saímos de Curitiba às 09h15 num voo da Azul com escala em Cuiabá e chegamos na cidade de Alta Floresta às 13h30 com um atraso de 35 minutos em relação ao previsto. No aeroporto já éramos esperados pelo Barreto, gerente do Teles Pires Lodge (Mantega), que é o operador da Pousada Cururu, e seguimos com o famoso ônibus da Pousada Mantega sem almoço e diretamente para a pista de pouso onde pegaríamos nossos voos fretados para o Teles Pires Lodge. Fomos acomodados em dois aviões monomotores, um Sertanejo do piloto Alceu e um Cessna 210 do piloto Eduardo.
Com uma hora de voo chegamos ao Teles Pires Lodge onde fomos recepcionados pelo nosso amigo Wado e nos serviram um rápido aperitivo de isca de peixe para enganar a fome. Carregamos os barcos e seguimos para o Cururu. Foram 37 km em barcos de alumínio com motores de 40 hps até a Corredeira da Varanda. Neste ponto deixamos os barcos e seguimos por um quilometro de trilha até outro ponto do rio, onde pegamos outros barcos com motores de 30 hps. A bagagem seguiu num trator que faz o apoio nesta pequena trilha. Isto é necessário para evitar maior exposição de risco dos turistas na travessia das corredeiras e cachoeiras deste local. Finalmente, mais 15 km de rio e chegamos à Pousada Cururu às 18h30, depois de pouco mais de 09 horas de viagem.
A pousada é composta por 4 amplos chalés com camas confortáveis, ar condicionado, varanda e banheiro privativo, a área de apoio tem o restaurante e o galpão de suporte, onde ficam os quartos dos funcionários e o almoxarifado. Todas as construções são feitas sobre palafitas para evitar maiores riscos nos períodos de cheia, quando o rio pode subir mais de 3 metros. Como são apenas 8 vagas na pousada, nós éramos os únicos turistas no local. Nos dividimos em 4 duplas e fomos apresentados aos nossos guias, todos índios Kaiabys: Fran, Jenisson, Raphael e Paulo (que foi substituído pelo Daniel no segundo dia). A pescaria ocorre num trecho de aproximadamente 40 km do Rio Cururu (Rio acima até a Lagoa da Ilha e Rio abaixo até a Cachoeira da Varanda), suas lagoas e no Rio Arapari. Irei descrever a pescaria conforme o local e peixes principais, pois a pescaria foi muito rica em diversidade de peixes e técnicas que foram empregadas.
Os poços do Cururu (Couro).
A tradicional pesca de grandes exemplares de couro ocorre no Poço do Jaú e Poço da Praia, entre outros. São utilizadas varas médias (~50 libras) e pesadas (~80 libras) e iscas de minhocoçu e tuvira (encomendadas previamente por nós) e pedaços de peixes, principalmente piranhas pescadas no local. Foram vários peixes capturados neste locais, com destaques para Jaús, Pirararas, Jundiás, Corvinas, Piranhas, Barbados, Armaus e Cachorras. O exemplar destaque foi capturado pelo colega Zacarias no último dos seis dias de pesca, sendo uma Pirarara com mais de 60 Kg (talvez 70).
Como não podem faltar as histórias de pescador, eu (Fernando) estava pescando com o Rogério no Poço da Praia no segundo dia e pegamos um dublé de Jundiás. Estávamos esperando o Rogério acabar de recolher o segundo Jundiá para tirar as fotos, ...quando os peixes foram atacados na lateral do barco por um jacaré-açu com aproximadamente 3 metros de comprimento (Baita susto!). O Jacaré mordeu um dos Jundiás e ficou fisgado por alguns minutos, até nos recuperarmos do susto e seguirmos o bicho por um trecho de rio para cortar a linha mais próxima ao Jaca. Detalhe: o Jacaré-açu é extremamente agressivo e não tem medo dos barcos ou pessoas, sendo o principal perigo neste rio. Olhando as fotos com calma podemos ver que o Jaca já estava se aproximando do barco e nós que não estávamos prestando atenção suficiente naquele momento.
Praias e áreas rasas (Cacharas e Capararis).
Nas diversas praias e áreas rasas dos Rios Cururu e Arapari ocorre a pesca de cacharas, capararis e trairões no visual. Como a água é muito clara é possível localizar o peixe na areia do fundo, daí a isca viva (tuvira) é atirada a montante e com o barco à deriva ou no motor elétrico se aguarda que a isca passe próxima ao peixe e ocorra o ataque.
Todos os exemplares capturados foram soltos e a prática de visualização dos nossos guias era absurda, pois conseguiam ver os peixes muito antes que nós. É importante o uso de óculos polarizados neste tipo de pesca.
A presença de muitas piranhas nestes locais e o uso de material leve (máx. 25 libras) dá o tom do desafio, pois o arremesso com poucos centímetros de erro leva a isca para cardumes de piranhas e diversos tipos de enrosco.
Corredeiras (Pacu boracha).
No início das corredeiras da varanda nos aventuramos na pesca do Pacu Borracha utilizando as algas que nascem entre as pedras como iscas. Aqui também eram utilizados materiais leves e o maior desafio era um bom posicionamento do barco para que a isca flutuasse ao longo de um bom trecho de corredeiras.
A fisgada com anzóis pequenos era suave, mas a briga era animal. Os Pacus se alimentam nos trechos de maior movimento de água e o formato do corpo deles somado à força das águas dá o tom da brincadeira. Notem que apesar da diversão, a proximidade das corredeiras e cachoeiras torna a brincadeira perigosa e todo cuidado deve ser tomado para se evitar acidentes.
Arapari (Trairões).
Os maiores trairões foram capturados no Rio Arapari e a pescaria mais divertida era com iscas artificiais barulhentas e coloridas na superfície. No meu barco, utilizamos uma Feed Popper de cabeça vermelha e uma Sumax de superfície com cabeça amarela, ambas com excelente ratling. Aqui eram feitos arremessos longos e recolhimento rápido para receber fisgadas magistrais de trairões entre 4 e 8 quilos. Este rio também é rico em Tucunarés e Bicudas.
Lagoas e beiradas do rio (Tucunarés).
Os peixes mais buscados foram os tucunarés, mas a captura não estava tão fácil. Pegamos dezenas de exemplares com jigs, iscas de subsuperfície (papa black, perversa, tantan,...) e iscas de superfície (hélice, bonnie, t-20,..). Em algumas oportunidades eram vistos diversos exemplares na superfície, mas eles não atacavam as iscas, provavelmente por estarem cuidando de filhotes. Também apareceram vários Jacundás e alguns peixes elétricos. Os famosos tucunarés-fogo também deram as caras e esta variedade de espécies (paca, borboleta e fogo) de diversas colorações, somada à ferocidade e força destes peixes que deixam esta pescaria tão atrativa. A pescaria com tuviras também é bastante produtiva nestes pontos.
Uma curiosidade foi a queda de pressão atmosférica de 1027 mb para 1011 mb no quinto dia de pesca, fazendo os tucunarés rarearem. A temperatura não chegou a variar fortemente, mas ao longo dos dias começava em 21 graus e chegava a um máximo de 33 graus, sendo bastante confortável para pescar. Claro que os piuns (mosquitos) mordiam dia e noite em qualquer parte do corpo que estivesse à vista e não ligavam para pressão ou temperatura. Nossa pescaria ocorreu em período de Lua Cheia até o início da Minguante.
Beiradas de rio com árvores de flores amarelas (Matrinxã).
Apesar da descrença dos nossos guias e do fato da temporada de matrinxãs já estar acabando, testamos a pescaria com pequenas iscas na sombra de árvores carregadas com flores amarelas. Foi uma técnica que aprendemos a muito tempo no Rio Juruena e, surpresa!, funcionou. Não foram muito exemplares, mas vários foram capturados nestas condições, inclusive alguns belos Jacundás.
Retorno para casa.
O retorno para casa é sempre bom, mas o convívio com a natureza e com os amigos sempre deixa saudades. Único transtorno na volta foi devido à irresponsabilidade da Azul Linha Aéreas que cancelou nosso voo de retorno e tivemos que ficar um dia aguardando em Alta Floresta, mas todos felizes com esta pequena aventura.
Deixamos nosso agradecimento especial ao Zé Luiz, gerente da Pousada Cururu Selvagem, Dona Cida (cozinheira) e toda a equipe de terra da pousada e aos nossos amigos guias de pesca, sem os quais nada seria possível.
Abraços!
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Andrey W em Rio Cururu. Pousada Cururu Selvagem - Jun/2022
Era Agosto de 2020 quando o Luís Mário sugeriu uma pescaria na Pousada Cururu Selvagem, no Rio Cururu, área indígena da Tribo Kaiaby, no Sul do Pará. Este afluente do Rio Teles Pires (ou Rio São Manoel) é uma das operações de pesca mais exclusivas do Brasil. Com apenas 8 vagas, rapidamente fechamos o grupo com os colegas Zacarias, Trevisol, Rogério, Vanderley, João Manoel, Pedro, João Pedro e Fernando. A pescaria foi agendada para Junho de 2022, época que esperávamos o nível do Rio Cururu mais baixo e os Tucunarés mais ativos. Notem que devido a compromissos pessoais o Luis Mário acabou sendo substituído pelo colega João Pedro nesta pescaria.
Chegar na pousada não é assim tão fácil. Saímos de Curitiba às 09h15 num voo da Azul com escala em Cuiabá e chegamos na cidade de Alta Floresta às 13h30 com um atraso de 35 minutos em relação ao previsto. No aeroporto já éramos esperados pelo Barreto, gerente do Teles Pires Lodge (Mantega), que é o operador da Pousada Cururu, e seguimos com o famoso ônibus da Pousada Mantega sem almoço e diretamente para a pista de pouso onde pegaríamos nossos voos fretados para o Teles Pires Lodge. Fomos acomodados em dois aviões monomotores, um Sertanejo do piloto Alceu e um Cessna 210 do piloto Eduardo.
Com uma hora de voo chegamos ao Teles Pires Lodge onde fomos recepcionados pelo nosso amigo Wado e nos serviram um rápido aperitivo de isca de peixe para enganar a fome. Carregamos os barcos e seguimos para o Cururu. Foram 37 km em barcos de alumínio com motores de 40 hps até a Corredeira da Varanda. Neste ponto deixamos os barcos e seguimos por um quilometro de trilha até outro ponto do rio, onde pegamos outros barcos com motores de 30 hps. A bagagem seguiu num trator que faz o apoio nesta pequena trilha. Isto é necessário para evitar maior exposição de risco dos turistas na travessia das corredeiras e cachoeiras deste local. Finalmente, mais 15 km de rio e chegamos à Pousada Cururu às 18h30, depois de pouco mais de 09 horas de viagem.
A pousada é composta por 4 amplos chalés com camas confortáveis, ar condicionado, varanda e banheiro privativo, a área de apoio tem o restaurante e o galpão de suporte, onde ficam os quartos dos funcionários e o almoxarifado. Todas as construções são feitas sobre palafitas para evitar maiores riscos nos períodos de cheia, quando o rio pode subir mais de 3 metros. Como são apenas 8 vagas na pousada, nós éramos os únicos turistas no local. Nos dividimos em 4 duplas e fomos apresentados aos nossos guias, todos índios Kaiabys: Fran, Jenisson, Raphael e Paulo (que foi substituído pelo Daniel no segundo dia). A pescaria ocorre num trecho de aproximadamente 40 km do Rio Cururu (Rio acima até a Lagoa da Ilha e Rio abaixo até a Cachoeira da Varanda), suas lagoas e no Rio Arapari. Irei descrever a pescaria conforme o local e peixes principais, pois a pescaria foi muito rica em diversidade de peixes e técnicas que foram empregadas.
Os poços do Cururu (Couro).
A tradicional pesca de grandes exemplares de couro ocorre no Poço do Jaú e Poço da Praia, entre outros. São utilizadas varas médias (~50 libras) e pesadas (~80 libras) e iscas de minhocoçu e tuvira (encomendadas previamente por nós) e pedaços de peixes, principalmente piranhas pescadas no local. Foram vários peixes capturados neste locais, com destaques para Jaús, Pirararas, Jundiás, Corvinas, Piranhas, Barbados, Armaus e Cachorras. O exemplar destaque foi capturado pelo colega Zacarias no último dos seis dias de pesca, sendo uma Pirarara com mais de 60 Kg (talvez 70).
Como não podem faltar as histórias de pescador, eu (Fernando) estava pescando com o Rogério no Poço da Praia no segundo dia e pegamos um dublé de Jundiás. Estávamos esperando o Rogério acabar de recolher o segundo Jundiá para tirar as fotos, ...quando os peixes foram atacados na lateral do barco por um jacaré-açu com aproximadamente 3 metros de comprimento (Baita susto!). O Jacaré mordeu um dos Jundiás e ficou fisgado por alguns minutos, até nos recuperarmos do susto e seguirmos o bicho por um trecho de rio para cortar a linha mais próxima ao Jaca. Detalhe: o Jacaré-açu é extremamente agressivo e não tem medo dos barcos ou pessoas, sendo o principal perigo neste rio. Olhando as fotos com calma podemos ver que o Jaca já estava se aproximando do barco e nós que não estávamos prestando atenção suficiente naquele momento.
Praias e áreas rasas (Cacharas e Capararis).
Nas diversas praias e áreas rasas dos Rios Cururu e Arapari ocorre a pesca de cacharas, capararis e trairões no visual. Como a água é muito clara é possível localizar o peixe na areia do fundo, daí a isca viva (tuvira) é atirada a montante e com o barco à deriva ou no motor elétrico se aguarda que a isca passe próxima ao peixe e ocorra o ataque.
Todos os exemplares capturados foram soltos e a prática de visualização dos nossos guias era absurda, pois conseguiam ver os peixes muito antes que nós. É importante o uso de óculos polarizados neste tipo de pesca.
A presença de muitas piranhas nestes locais e o uso de material leve (máx. 25 libras) dá o tom do desafio, pois o arremesso com poucos centímetros de erro leva a isca para cardumes de piranhas e diversos tipos de enrosco.
Corredeiras (Pacu boracha).
No início das corredeiras da varanda nos aventuramos na pesca do Pacu Borracha utilizando as algas que nascem entre as pedras como iscas. Aqui também eram utilizados materiais leves e o maior desafio era um bom posicionamento do barco para que a isca flutuasse ao longo de um bom trecho de corredeiras.
A fisgada com anzóis pequenos era suave, mas a briga era animal. Os Pacus se alimentam nos trechos de maior movimento de água e o formato do corpo deles somado à força das águas dá o tom da brincadeira. Notem que apesar da diversão, a proximidade das corredeiras e cachoeiras torna a brincadeira perigosa e todo cuidado deve ser tomado para se evitar acidentes.
Arapari (Trairões).
Os maiores trairões foram capturados no Rio Arapari e a pescaria mais divertida era com iscas artificiais barulhentas e coloridas na superfície. No meu barco, utilizamos uma Feed Popper de cabeça vermelha e uma Sumax de superfície com cabeça amarela, ambas com excelente ratling. Aqui eram feitos arremessos longos e recolhimento rápido para receber fisgadas magistrais de trairões entre 4 e 8 quilos. Este rio também é rico em Tucunarés e Bicudas.
Lagoas e beiradas do rio (Tucunarés).
Os peixes mais buscados foram os tucunarés, mas a captura não estava tão fácil. Pegamos dezenas de exemplares com jigs, iscas de subsuperfície (papa black, perversa, tantan,...) e iscas de superfície (hélice, bonnie, t-20,..). Em algumas oportunidades eram vistos diversos exemplares na superfície, mas eles não atacavam as iscas, provavelmente por estarem cuidando de filhotes. Também apareceram vários Jacundás e alguns peixes elétricos. Os famosos tucunarés-fogo também deram as caras e esta variedade de espécies (paca, borboleta e fogo) de diversas colorações, somada à ferocidade e força destes peixes que deixam esta pescaria tão atrativa. A pescaria com tuviras também é bastante produtiva nestes pontos.
Uma curiosidade foi a queda de pressão atmosférica de 1027 mb para 1011 mb no quinto dia de pesca, fazendo os tucunarés rarearem. A temperatura não chegou a variar fortemente, mas ao longo dos dias começava em 21 graus e chegava a um máximo de 33 graus, sendo bastante confortável para pescar. Claro que os piuns (mosquitos) mordiam dia e noite em qualquer parte do corpo que estivesse à vista e não ligavam para pressão ou temperatura. Nossa pescaria ocorreu em período de Lua Cheia até o início da Minguante.
Beiradas de rio com árvores de flores amarelas (Matrinxã).
Apesar da descrença dos nossos guias e do fato da temporada de matrinxãs já estar acabando, testamos a pescaria com pequenas iscas na sombra de árvores carregadas com flores amarelas. Foi uma técnica que aprendemos a muito tempo no Rio Juruena e, surpresa!, funcionou. Não foram muito exemplares, mas vários foram capturados nestas condições, inclusive alguns belos Jacundás.
Retorno para casa.
O retorno para casa é sempre bom, mas o convívio com a natureza e com os amigos sempre deixa saudades. Único transtorno na volta foi devido à irresponsabilidade da Azul Linha Aéreas que cancelou nosso voo de retorno e tivemos que ficar um dia aguardando em Alta Floresta, mas todos felizes com esta pequena aventura.
Deixamos nosso agradecimento especial ao Zé Luiz, gerente da Pousada Cururu Selvagem, Dona Cida (cozinheira) e toda a equipe de terra da pousada e aos nossos amigos guias de pesca, sem os quais nada seria possível.
Abraços!
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Renato Barreto em Rio Cururu. Pousada Cururu Selvagem - Jun/2022
Era Agosto de 2020 quando o Luís Mário sugeriu uma pescaria na Pousada Cururu Selvagem, no Rio Cururu, área indígena da Tribo Kaiaby, no Sul do Pará. Este afluente do Rio Teles Pires (ou Rio São Manoel) é uma das operações de pesca mais exclusivas do Brasil. Com apenas 8 vagas, rapidamente fechamos o grupo com os colegas Zacarias, Trevisol, Rogério, Vanderley, João Manoel, Pedro, João Pedro e Fernando. A pescaria foi agendada para Junho de 2022, época que esperávamos o nível do Rio Cururu mais baixo e os Tucunarés mais ativos. Notem que devido a compromissos pessoais o Luis Mário acabou sendo substituído pelo colega João Pedro nesta pescaria.
Chegar na pousada não é assim tão fácil. Saímos de Curitiba às 09h15 num voo da Azul com escala em Cuiabá e chegamos na cidade de Alta Floresta às 13h30 com um atraso de 35 minutos em relação ao previsto. No aeroporto já éramos esperados pelo Barreto, gerente do Teles Pires Lodge (Mantega), que é o operador da Pousada Cururu, e seguimos com o famoso ônibus da Pousada Mantega sem almoço e diretamente para a pista de pouso onde pegaríamos nossos voos fretados para o Teles Pires Lodge. Fomos acomodados em dois aviões monomotores, um Sertanejo do piloto Alceu e um Cessna 210 do piloto Eduardo.
Com uma hora de voo chegamos ao Teles Pires Lodge onde fomos recepcionados pelo nosso amigo Wado e nos serviram um rápido aperitivo de isca de peixe para enganar a fome. Carregamos os barcos e seguimos para o Cururu. Foram 37 km em barcos de alumínio com motores de 40 hps até a Corredeira da Varanda. Neste ponto deixamos os barcos e seguimos por um quilometro de trilha até outro ponto do rio, onde pegamos outros barcos com motores de 30 hps. A bagagem seguiu num trator que faz o apoio nesta pequena trilha. Isto é necessário para evitar maior exposição de risco dos turistas na travessia das corredeiras e cachoeiras deste local. Finalmente, mais 15 km de rio e chegamos à Pousada Cururu às 18h30, depois de pouco mais de 09 horas de viagem.
A pousada é composta por 4 amplos chalés com camas confortáveis, ar condicionado, varanda e banheiro privativo, a área de apoio tem o restaurante e o galpão de suporte, onde ficam os quartos dos funcionários e o almoxarifado. Todas as construções são feitas sobre palafitas para evitar maiores riscos nos períodos de cheia, quando o rio pode subir mais de 3 metros. Como são apenas 8 vagas na pousada, nós éramos os únicos turistas no local. Nos dividimos em 4 duplas e fomos apresentados aos nossos guias, todos índios Kaiabys: Fran, Jenisson, Raphael e Paulo (que foi substituído pelo Daniel no segundo dia). A pescaria ocorre num trecho de aproximadamente 40 km do Rio Cururu (Rio acima até a Lagoa da Ilha e Rio abaixo até a Cachoeira da Varanda), suas lagoas e no Rio Arapari. Irei descrever a pescaria conforme o local e peixes principais, pois a pescaria foi muito rica em diversidade de peixes e técnicas que foram empregadas.
Os poços do Cururu (Couro).
A tradicional pesca de grandes exemplares de couro ocorre no Poço do Jaú e Poço da Praia, entre outros. São utilizadas varas médias (~50 libras) e pesadas (~80 libras) e iscas de minhocoçu e tuvira (encomendadas previamente por nós) e pedaços de peixes, principalmente piranhas pescadas no local. Foram vários peixes capturados neste locais, com destaques para Jaús, Pirararas, Jundiás, Corvinas, Piranhas, Barbados, Armaus e Cachorras. O exemplar destaque foi capturado pelo colega Zacarias no último dos seis dias de pesca, sendo uma Pirarara com mais de 60 Kg (talvez 70).
Como não podem faltar as histórias de pescador, eu (Fernando) estava pescando com o Rogério no Poço da Praia no segundo dia e pegamos um dublé de Jundiás. Estávamos esperando o Rogério acabar de recolher o segundo Jundiá para tirar as fotos, ...quando os peixes foram atacados na lateral do barco por um jacaré-açu com aproximadamente 3 metros de comprimento (Baita susto!). O Jacaré mordeu um dos Jundiás e ficou fisgado por alguns minutos, até nos recuperarmos do susto e seguirmos o bicho por um trecho de rio para cortar a linha mais próxima ao Jaca. Detalhe: o Jacaré-açu é extremamente agressivo e não tem medo dos barcos ou pessoas, sendo o principal perigo neste rio. Olhando as fotos com calma podemos ver que o Jaca já estava se aproximando do barco e nós que não estávamos prestando atenção suficiente naquele momento.
Praias e áreas rasas (Cacharas e Capararis).
Nas diversas praias e áreas rasas dos Rios Cururu e Arapari ocorre a pesca de cacharas, capararis e trairões no visual. Como a água é muito clara é possível localizar o peixe na areia do fundo, daí a isca viva (tuvira) é atirada a montante e com o barco à deriva ou no motor elétrico se aguarda que a isca passe próxima ao peixe e ocorra o ataque.
Todos os exemplares capturados foram soltos e a prática de visualização dos nossos guias era absurda, pois conseguiam ver os peixes muito antes que nós. É importante o uso de óculos polarizados neste tipo de pesca.
A presença de muitas piranhas nestes locais e o uso de material leve (máx. 25 libras) dá o tom do desafio, pois o arremesso com poucos centímetros de erro leva a isca para cardumes de piranhas e diversos tipos de enrosco.
Corredeiras (Pacu boracha).
No início das corredeiras da varanda nos aventuramos na pesca do Pacu Borracha utilizando as algas que nascem entre as pedras como iscas. Aqui também eram utilizados materiais leves e o maior desafio era um bom posicionamento do barco para que a isca flutuasse ao longo de um bom trecho de corredeiras.
A fisgada com anzóis pequenos era suave, mas a briga era animal. Os Pacus se alimentam nos trechos de maior movimento de água e o formato do corpo deles somado à força das águas dá o tom da brincadeira. Notem que apesar da diversão, a proximidade das corredeiras e cachoeiras torna a brincadeira perigosa e todo cuidado deve ser tomado para se evitar acidentes.
Arapari (Trairões).
Os maiores trairões foram capturados no Rio Arapari e a pescaria mais divertida era com iscas artificiais barulhentas e coloridas na superfície. No meu barco, utilizamos uma Feed Popper de cabeça vermelha e uma Sumax de superfície com cabeça amarela, ambas com excelente ratling. Aqui eram feitos arremessos longos e recolhimento rápido para receber fisgadas magistrais de trairões entre 4 e 8 quilos. Este rio também é rico em Tucunarés e Bicudas.
Lagoas e beiradas do rio (Tucunarés).
Os peixes mais buscados foram os tucunarés, mas a captura não estava tão fácil. Pegamos dezenas de exemplares com jigs, iscas de subsuperfície (papa black, perversa, tantan,...) e iscas de superfície (hélice, bonnie, t-20,..). Em algumas oportunidades eram vistos diversos exemplares na superfície, mas eles não atacavam as iscas, provavelmente por estarem cuidando de filhotes. Também apareceram vários Jacundás e alguns peixes elétricos. Os famosos tucunarés-fogo também deram as caras e esta variedade de espécies (paca, borboleta e fogo) de diversas colorações, somada à ferocidade e força destes peixes que deixam esta pescaria tão atrativa. A pescaria com tuviras também é bastante produtiva nestes pontos.
Uma curiosidade foi a queda de pressão atmosférica de 1027 mb para 1011 mb no quinto dia de pesca, fazendo os tucunarés rarearem. A temperatura não chegou a variar fortemente, mas ao longo dos dias começava em 21 graus e chegava a um máximo de 33 graus, sendo bastante confortável para pescar. Claro que os piuns (mosquitos) mordiam dia e noite em qualquer parte do corpo que estivesse à vista e não ligavam para pressão ou temperatura. Nossa pescaria ocorreu em período de Lua Cheia até o início da Minguante.
Beiradas de rio com árvores de flores amarelas (Matrinxã).
Apesar da descrença dos nossos guias e do fato da temporada de matrinxãs já estar acabando, testamos a pescaria com pequenas iscas na sombra de árvores carregadas com flores amarelas. Foi uma técnica que aprendemos a muito tempo no Rio Juruena e, surpresa!, funcionou. Não foram muito exemplares, mas vários foram capturados nestas condições, inclusive alguns belos Jacundás.
Retorno para casa.
O retorno para casa é sempre bom, mas o convívio com a natureza e com os amigos sempre deixa saudades. Único transtorno na volta foi devido à irresponsabilidade da Azul Linha Aéreas que cancelou nosso voo de retorno e tivemos que ficar um dia aguardando em Alta Floresta, mas todos felizes com esta pequena aventura.
Deixamos nosso agradecimento especial ao Zé Luiz, gerente da Pousada Cururu Selvagem, Dona Cida (cozinheira) e toda a equipe de terra da pousada e aos nossos amigos guias de pesca, sem os quais nada seria possível.
Abraços!
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Fernando_Oliveira deu reputação a Marcel Werner em Modelos de iscas X anzóis Inline - na prática!
Olá, amigos!
Este tópico contém a parte prática sobre os anzóis Inline nas iscas artificiais. Para quem não acompanhou, a discussão sobre os motivos está em outro tópico, consulte em caso de dúvida.
O único aspecto que eu não falei no tópico da discussão foi que a isca arranha menos. Eu menosprezei a importância deste fator, mas aqui é Brasil, uma simples Bonnie custa o olho da cara, toda economia é bem vinda. Inclusive, você pode usar uma Sará Sará, que é top e baratinha, por muito mais tempo.
Cabe lembrar que eu não tenho qualquer patrocínio, vivo da minha operação de pesca, portanto tudo que está aqui é sincero, são as coisas que eu realmente uso, que compro com meu dinheiro e acredito ser o melhor.
Vou separar em duas partes: iscas amazônicas e iscas não amazônicas. A intenção é que este tópico seja colaborativo, então sofrerá atualizações e adições, com os devidos créditos. Portanto, após um tempo, revisite, pois você pode ter algo a contribuir, tirar uma dúvida nova ou ainda encontrar algo que não tinha visto antes.
ISCAS AMAZÔNICAS
Quase sempre, iscas parecidas receberão os mesmos anzóis. Também há muito menos modelos de anzóis do que de garatéias, então foi mais fácil encontrar o melhor, que até o momento em que escrevo é o Decoy Sergeant Jigging'n Single.
Vocês vão notar que tem anzóis de outras marcas nas fotos, são ainda dos testes, eu insistirei com eles até que todos abram, assim posso ver suas fraquezas. Quando eu falar de varas de 20 lb para algumas iscas, abro a possibilidade de uso do Owner 3/0 e Decoy 2/0. Para varas de 25 lb, somente Decoy 3/0 em diante.
Vamos começar pelo principal. T20, Realis Pencil 110, Sará Sará 120, as principais iscas de superfície usadas na Amazônia vão todas muito bem com o 3/0. Vale também para Vaprax, João pepino da KV, Entre outras de 11/12 cm.
Algumas iscas são mais fininhas, o 3/0 fica grudando nas costas. Para estas iscas, anzol 2/0 e varas de 20 lb, em lugares onde a quantidade de peixes é o maior atrativo, e não o tamanho. É o caso da Sticknina 110, Hunter Bait, Sammy 115, Giant Dog-X, e, provavelmente, da Bonnie 107, só saberemos quando alguém testar e postar aqui o resultado.
O PopQueen 105, considerado o popper mais eficiente para os Açus, também vai de 2/0, assim como os mais acessíveis Barracudinha e Stick Popper, ambos da Borboleta. Vou experimentar este ano o popper do momento, que é o Feed Popper, da Tackle House, no tamanho 130 com 3/0, queria também um do tamanho 100 com 2/0, mas não encontrei na cor que eu gostaria.
Algumas zaras mais compridas, entre 13 e 14 cm, estilo Super Spook, são bem populares, mas eu particularmente só gosto da Bowstick. Ela pega anzóis 3/0, assim como a maioria das iscas deste perfil. Já iscas mais volumosas como Miss Carnä 140 e Red Pepper Magnum vão melhor com 4/0.
Abro agora um espaço para uma observação extra. Sei que muitos estavam ansiosos para eu falar qual anzol vai na Rover e Bonnie 128, seja porque gostam muito dessas iscas, seja porque já notaram que elas possuem uma diferença. Eu tenho aqui uma isca com a mesma característica, chamada Iron Mouth. Os pitões dela são ortogonais ao maior eixo da isca, ao invés de longitudinais. Em palavras mais fáceis, eles são cruzados ou virados. A foto abaixo deixa bem claro. Devemos lembrar que precisamos de um anzol forte e um split ring forte (vale frisar que é importante usar 1 split ring, nem 2, nem 0), e que o anzol precisa ter um olho largo o suficiente para a argola se movimentar livremente. Depois de muitas buscas, encontrei o Owner SJ41, foto abaixo. É caro, porém funciona, é leve e de bom formato. O 1/0 funcionou bem na Bahia, agora vou testar o 3/0 na amazônia.
Saindo da superfície, temos as twitch baits, a maioria pega anzol 2/0, como a Perversa e a SubWalk 09, além da Curisco 110. Na verdade, caso use algum modelo forte de anzol 3/0 que não se cruze facilmente, poderá usar estas iscas com mais chances de tirar um peixe grande. Desculpem a sinceridade, mas eu não gosto destes modelos de isca, nenhum desse tipo, mesmo já tendo usado e comprovado sua altíssima produtividade, os 3 citados.
Eu prefiro usar iscas de barbela. Toda a sensualidade da Saruna 125F e até da 147MAX são dispensáveis na amazônia. São iscas fantásticas, mas o Açu não está nem aí pra elas, se recolher direto pega mais do que ficar trabalhando sofisticado. Assim, acaba que uma reles Inna 135 é super eficiente, assim como Juana da Borboleta e, claro, as iscas tops de meia água, Maria The First 140F, Aile Magnet, K-Ten etc. Todas essas grandonas pegam 4/0, o que é ótimo. Já a Saruna 125, eu usaria com vara de 20 lb - lembrando: Decoy 2/0 ou Owner 3/0 como na foto abaixo. Power Minnow e a maior das Raptor também são excelentes iscas.
HÉLICES
Estas merecem um capítulo à parte. Vou começar relembrando um princípio: a isca deve ser facilmente abocanhada, para que fisgue dentro da boca do peixe ou nos seus lábios. O anzol contribui para isto acontecer. Mas isso também significa que, quando a isca não entrar na boca do peixe, terá mais perdas, e é aí que o pescador tem que analisar o que quer. Se reduzir a isca, vai ter mais peixes fisgados. Se não reduzir a isca, vai perder a maioria dos peixes pequenos e também alguns ataques de peixes grandes. Se o peixe grande estiver ativo, ele vai atacar de novo, então não tem problema e dá mais emoção ainda, na pior das hipóteses você vai ver muitas porradas, ainda que não pegue o peixe. Se estiver manhoso na hélice, opinião minha, você está usando a isca errada. Simples assim.
Jet 120, pegadeira demais, apesar do visual controverso. Já peguei um peixe de 82 cm no Lago do Maçarico com esta isca e ela mata a pau no Vazzoleri Camp também. 3/0 nela, mas por ser fininha tem que ter atenção para o anzol não laçar a isca.
Também tenho usado a Rip 4.25"e a Caribe de 4.5", já tem até uma Dojô parecida com esta Caribe. Todas precisam da substituição dos pitões pelos CCM, exceto no pitão da hélice, desde que você tenha uns de reserva, não precisa ser tão grosso, porque você nunca irá colocar anzol ali, então pode aguentar até ele ficar fininho. Anzol apenas na barriga, em tamanho 4/0, Decoy ou Owner. O interessante dessas iscas pequenas é que não cansam o pescador. Tive uma cliente que arrebentou da ripzinha e pegou até de 16 lb, assim como um garotinho de 11 anos que só conseguia pescar com esta isca de hélice, pegando peixes de até 14 lb. Falta eu testar com o Açu, mas devido à hélice ser igual à da Rip 5.25", acredito que terá o mesmo bom desempenho. Essa isquinha só com 1 anzol grande fica muito matadeira e quase não gira o corpo. E o peixe pode levar pra onde ele quiser, que não vai enroscar.
Já no tamanho mais comum, que é 5.25", anzóis 5/0, ou até 6/0, pode ser Decoy ou Owner (acho que o Owner até 5/0 só, o 6/0 é meio exagerado até para iscas de quase 20 cm). Você deve testar isca por isca para achar o equilíbrio. Algumas iscas podem receber um pitão extra no corpo, outras não. Com 2 anzóis na barriga é melhor para quem gosta de puxar hélice bem rápido.
ISCAS NÃO AMAZÔNICAS
Agora, as iscas que usamos nas pescarias de tucunarés fora do paraíso.
Para varas de 17lb: anzóis Decoy e Owner, mas notem uma coisa muito importante. O menor Decoy é 2/0 e tem tamanho intermediário entre os Owner 1/0 e 2/0. Portanto, você deverá usar a sua sensibilidade e fazer as alterações que julgar necessárias, pois você provavelmente não tem o equipamento idêntico ao meu e nem trabalha a isca exatamente como eu. Essas diferenças naturais entre as pessoas vão provocar pequenas diferenças na preferência, mas nada que seja muito distante, a ponto de alterar o equilíbrio das iscas.
2/0 da Owner ou Decoy: Bonnie 95, Giant Dog-X, Sammy 100, Aile Magnet 105, Borá 10 (contribua)
Ideais para Owner 1/0: Saruna 110F, Fakie Dog 90, Sledge 6F, Silent Assassin 99F, Queen 90, The First 90, Firestick, Red Pepper 10cm, X-80, Dog-X Speed Slide & One Knocker, (contribua)
Para varas de 14 lb e 12 lb: Aqui, o VMC 7237 #1 ganha destaque, devido a ser resistente, com ótimo formato e, o que pesa mais, o fator preço. Sim, é absurdamente mais barato que os já comentados até aqui. Por isso, e para nossa sorte, a maior das listas de iscas para tucunarés azuis e amarelos é justamente com esse anzol.
VMC #1: T10, Bonnie 85, Realis Pencil 85, Water Moccasin, Mudscuker 80, Dog-X S ou W antiga, Wavy 85S, Saruna 95F, X-rap 08, X-80JR, Squad Minnow 80, Vision 95, Bream Pencil, Fakie Dog 70,
Rozante 77, MS Raptor 70, Brava 77 (contribua)
Para varas de 10 lb: aqui entram as iscas específicas para pescarias de amarelinhos. Eu prefiro molinete nesta categoria. Os anzóis da Gamakatsu são bem caros, mas são finos, fortes, afiadíssimos (nunca fisgue o tucunaré com esse anzol, ele já vai se fisgar só de triscar na isca, é incrível como entra fácil no peixe) e bem leves para não alterar o nado da isca. Basicamente, uso apenas 2 tamanhos.
O Gamakatsu 53SALT #2 em todas as iscas que eu testo e aguentam. Dog-X JR, Wavy 65S, Saruna 80F, Rozante 63, Athlete F7 "gordinha" (contribua)
E o Gamakatsu #4, o menor que uso, para iscas miudinhas que o #2 fique grande: X-70, Athlete F7 "magrinha", e outras miudezas que não lembro direito, acho que são poucas nessa lista, quando falamos de tucunarés. Mas contribua se souber de algum que não falei.
EXCEÇÃO: a Realis Pencil 65, apesar do #2 se cruzar com relativa facilidade, eu achei que fica perfeitamente equilibrada, então uso #2 mesmo com esse inconveniente. Se você não gostar, diminua o anzol.
Só lembrando: este tópico sofrerá acréscimo de fotos e modelos de isca com o passar do tempo, para que sirva como livro de referências. Eu mesmo tenho centenas de iscas para postar, mas você pode me ajudar. Envie fotos que eu vou acrescentando no tópico inicial, com os devidos créditos.
Espero que tenha sido útil.
Forte abraço a todos e boas pescarias.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Francisco Jr em RIO JURUBAXI- SIRN 24 a 31/10/2020
Lindos exemplares! Parabéns para a turma!
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Rogerio_MGA em Amazônia - Rio Alegria - set 2020 iniciando a temporada
Parabéns Rogério e equipe, aliás turminha da pesada.
Belo relato e belas fotos e a lembrança que teremos vida depois da pandemia.
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Edson C. Martins em Amazônia - Rio Alegria - set 2020 iniciando a temporada
Parabéns Rogério e equipe, aliás turminha da pesada.
Belo relato e belas fotos e a lembrança que teremos vida depois da pandemia.
Abraços.
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em Teles Pires Lodge ago/2020
Segue o relato de mais uma pescaria, desta vez um tanto inusitada, pois com esta pandemia não estava fácil.
O ano ainda era 2019 quando marcamos uma pescaria para Maio de 2020 no Rio Teles Pires na Pousada Teles Pires Lodge. Mal sabíamos que o mundo iria virar de ponta cabeça com uma pandemia digna de filmes de ficção ou de terror.
A Pescaria de Maio/20 foi então remarcada para os dias 17 a 21 de Agosto/20, sendo que esta pequena mudança já transformou nosso projeto em algo completamente diferente, pois o mês de maio é o mês das Matrinxãs, que entre seus fãs tem a Pirarara – o tubarão da água doce. Já em Agosto, com o rio Teles Pires bem mais baixo, iríamos focar nos esportivos Tucunarés amarelos, Cachorras, Jaús de menor porte e toda aquela enorme variedade de peixes que só o Rio Teles Pires tem. Assim, com todos os cuidados, orientações e exigências passados pelo Barreto da Pousada Teles Pires, mantivemos nossa segunda data, inclusive todos fazendo exames RT-PCR para Covid dois dias antes do embarque do nosso pequeno grupo.
Nossa vontade era muito grande de sentir um pouco de normalidade, nos desconectando das notícias destrutivas e das disputas políticas que dominam os noticiários. Em função da mudança de data, nosso grupo sofreu algumas alterações de véspera, tendo sido formado pelo Genor, Wilson, Paulo, Luiz Cláudio, Zacarias e Fernando; além dos pilotos Mateus (Portuga) e Diego. Quando chegamos na pousada éramos o único grupo no local, sendo que fomos novamente recepcionados pelo Wado e sua equipe com o Delegado & Cia. Sempre nota 10.
A pescaria foi dividida em Rio Abaixo e Rio Acima.
Rio Abaixo, com foco nos peixes de couro como Jaú, Pirarara e Piraíba presentes nos poços (a cerca de 30 metros de profundidade). Outra opção eram os Jundiás, Cacharas e Barbados nas áreas de rio mais raso e geralmente com fundo mais arenoso. Ficamos quase dois dias inteiros fazendo este tipo de pescaria e foram pegos vários exemplares de pequeno e médio porte, sendo que poucos atingiram pesos maiores do que 30 quilos. Uma opção legal era “jigar” com tuviras numa profundidade de 5 a 6 metros para pescar cachorras largas e corvinas, enquanto aguardávamos a fisgada nas iscas do fundo.
Seguindo rio abaixo por um tempo mais longo chegávamos na cachoeira e a pescaria neste belo local era feita desembarcada. Aqui pegamos alguns jaús na corredeira. Uma pescaria bruta, pois mesmo exemplares de 10 quilos eram um grande desafio, visto a força das águas e a facilidade com que corriam para as suas locas.
Rio acima, a opção era entrar nas lagoas, especialmente a do Jabuti, Avião e Bina. Aqui a produtividade era boa, com muitos tucunarés de 2 a 5 quilos, pescados com jigs, iscas de superfície tipo “joão pepino” na cor osso e tuviras. Quando os braços cansavam, também existia a possibilidade de pescaria de jaús e pacús borracha nas proximidades do flutuante da Pousada, onde fazíamos nossa pausa para almoço e descanso. Depois do almoço, fizemos ainda algumas tentativas de peixes de couro nas imediações da usina São Manoel, mas sem grande produtividade.
Para mim, o ponto de destaque desta pescaria ocorreu no segundo dia. Após o almoço falei para o guia Tchêco, nosso guia, que eu e o Wilson queríamos tentar um Pirarucu, peixe que havíamos avistado pela manhã na Lagoa do Jabuti. Chegando lá, paramos no mesmo ponto da manhã e o bicho continuava lá e se destacava nas águas rasas da lagoa. Nós nunca tínhamos pescado Pirarucu, mas o guia falou para tentarmos arremessar jigs (do mesmo tipo que usamos nos Tucunarés) próximos à mancha escura na água que sabíamos ser o Pirarucu. O peixe atacou o jig lançado pelo Wilson, foi fisgado e pulou tentando se livrar do anzol, neste momento o Wilson falou que o peixe tinha escapado. Teria sido uma decepção... A impressão que tivemos era que o peixe ao se livrar da isca, virou e bateu forte com a cauda contra a isca, sendo fisgado novamente pela parte de cima da cauda.
Em resumo, a varinha Mamushi de 20 libras resistiu bravamente e após 40 minutos o Wilson embarcou um lindo troféu com estimados 40 quilos. Peixe lindo e saudável foi reverenciado, fotografado e solto novamente.
Nos dois dias de pescaria rio acima, optamos por fazer o almoço sempre no flutuante, pois a distância até a pousada era grande, demandando cerca de uma hora de viagem.
O último dia de pescaria foi incomum. A massa de ar polar que fazia nevar no Sul do Brasil conseguiu chegar ao Sul da Amazônia, trazendo muito vento, baixando a temperatura e fazendo os peixes ficarem sem ação. Na verdade, as temperaturas “despencaram” dos 39 graus em média para 32 graus 😊
Fomos acompanhados nesta viagem pelos guias de pesca Tchêco, Mola e Flávio, que demonstraram muito conhecimento e profissionalismo no dia a dia.
Obrigado aos meus colegas pescadores por estes dias fantásticos, que nos dá energia e esperança de dias melhores!
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Fernando_Oliveira recebeu reputação de Cristiano Rochinha em [Relato] FIM DE SEMANA TOP...."Chupa" mundo chato!
Excelente Cristiano.
O peixe é o detalhe da pescaria. Nossos momentos de reflexão, convivência com amigos, familiares e natureza valem mais do que qualquer coisa.
Parabéns pelo post. Um grande abraço.
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Fernando_Oliveira deu reputação a Cristiano Rochinha em [Relato] FIM DE SEMANA TOP...."Chupa" mundo chato!
Galera,nesse último fim de semana,dias 24 e 25/08,aproveitei a folga pra matar a vontade de dar uns arremessos e dei uma pescadinha em 2 rios do interior de SP: Pardo e Grande...
Antes de mais nada,peço aos amigos desse fórum pra que leiam os brevíssimos parágrafos,vejam as imagens e no final,comentem sobre o post...Vamos ver o que vai dar....
No sábado pela manhã fui conhecer um trecho do rio Pardo que eu ainda não havia ido...Um local diferente,cachoeirão, laje de pedra,remansos e um canal estreito,de águas rápidas e com alguns buracos extremamente profundos....Fui guiado e orientado por um frequentador do local,o @Thiago Seco,cara na qual apesar do pouco tempo que conheço já posso chamar sem um pingo de dúvida de amigo....
O objetivo foram os dourados e como chegamos no local ainda bem cedo,por volta de 6 e pouco da manhã,tivemos que esperar a névoa dar uma diminuída e o Sol dar o ar da graça,já que a temperatura estava naquele tom de fazer o camarada BATER O QUEIXO.....
Cachoeirão do Pardão....Muito bonito....
Rio baixo,mostrando a grande laje de pedra que compõe uma de suas margens!
Insistimos bastante em iscas de meia água e principalmente de profundidade....Arremessamos aos pés da cachoeira,nas corredeiras do meio do rio,porém sem sucesso,até que em um arremesso no canal mais fundo com isca de profundidade,o Thiago fisgou um animal que ignorou toda a tralha,praticamente abrindo um anzol Vmc in line 3/0 carbono.....Ficamos sem sequer ver a cara dessa jamanta....O Rei do Rio é realmente um titulo mais que merecido...
Como não tivemos mais nenhum ação,nos restou curtir mais um pouco a beleza do lugar,e por volta das 15h eu já estava em minha casa,na cidade de Colombia...
As 15h em casa,e hora de descansar???Não,claro que não.......Sou brasileiro pô,portanto não desisto nunca....Foi só o tempo de tomar um banho e bora....Partir pra um acampamento as margens do rio Grande,no limite dos municípios de Guaraci e Colombia...
Muita poeira pelo caminho...Mas muita,muita mesmo....O Celtinha guerreiro sofreu como poucos dessa vez rsrsrs.....Mas a viagem sempre vale a pena!
O rio Grande também é lindo!
O acampamento.....Nada mais que uma velha carroceria de caminhão baú que serve pra armar as barracas ,2 mesinhas de madeira e um fogão de 2 bocas que levamos....Como sequer levei barraca, o Celta empoeirado foi a minha cama e também de minha esposa nessa noite rsrs...
Como chegamos tarde no acampamento,parte da turma já estava na água atrás dos peixes,portanto me restou então arriscar uns arremessos de barranco mesmo, o que me rendeu apenas 2 pequenos tucunas....
De noite,saímos atrás das corvinas,porém também sem sucesso.
Na manhã seguinte,conseguimos alguns tricks......Peixe realmente ainda bem manhoso e se alimentando muito pouco....Pois então almoçamos e encerramos esse excelente fim de semana.
Pois bem amigos...Agora vamos ao ponto que quero chegar:
Muitos de vocês devem nesse momento estar se perguntando:
-Mas que relato mais maluco é esse???Onde estão os peixes???Onde estão as dicas de equipamentos???Onde está a parte da "pescaria propriamente dita"??? O que um relato desses agrega ao fórum???
Aqui vai minha opinião....Mais do que opinião,uma breve reflexão:
À tempos que viemos convivendo e vivendo em meio à um verdadeiro caos em nosso país....13 milhões de desempregados,país de família que outrora sustentavam seus filhos através de seu suor simplesmente de um dia pro outro viram tudo ser colocado em risco...Uma vida inteira de trabalho colocada em risco por motivos tão absurdos....Um caos se instala e toma conta de nosso país,em todos os sentidos...Até afetar diretamente à todos ,toda a população...Pobres e ricos,todos contaminados em meio à esse caos...Pessoas outrora amigáveis foram tomadas pelo ódio....Gêneros foram criados,distinções entre pessoas foram feitas,e a população se dividiu....Nossa nova geração que deveria nesse momento tomar as rédeas do negócio,está totalmente perdida em meio ao caos político-tecnológico que vivemos.....Tudo e todos foram contaminados,e com nosso fórum não foi diferente...Ontem vi uma frase do nosso amigo @Fabrício Biguá dizendo o seguinte:
-O FÓRUM SE TORNOU CHATO,MUITO CHATO!
Não Fabrício,o fórum não está chato...A HUMANIDADE ESTÁ CHATA!!!
Mas sempre há os "porem" da vida,e no meu caso,posso dizer com orgulho de mim mesmo,que não me deixei me levar por ideais criados por uma sociedade completamente falida,que visa ditar regras baseadas com um lastimável teor de hipocrisia .....Não me deixei contagiar por essa CHATICE QUE VIVEMOS....Resolvi me aquietar em meu cantinho e ver tudo isso passar assim,como se fosse simplesmente as águas calmas de um rio....
O relato acima não tem peixes,não tem dicas de equipamentos,não tem ensinamentos de pescaria,não tem nada....Nada pra alguns ,pois pra mim tem simplesmente tudo que preciso pra viver.........Pessoas simples,humildes,que buscam apenas o mesmo do que eu...PAZ! Uma vida de paz....Uma vida onde um simples momento como esses tem muito mais valor do que qualquer carretilha de 2 mil reais.Onde uma boa proza a noite em volta da fogueira regada á uma talagada de uma boa pinguinha e bons goles de uma cerveja bem geladinha,é muito mais interessante e muito mais prazerosa do que um "acalorado debate político".....
Agora reparem nessas 2 últimas fotos:
A primeira apenas uma mulher com uma criança de cerca de 1 ano de idade a beira de um rio...
A segunda uma turma de amigos e familiares reunidos num acampamento...Só isso....Será que é só esse o significado das imagens mesmo???
Será que se tentarmos plantar uma pequena semente em nossas crianças e ensiná-los a conviver harmoniosamente com a natureza,estaremos estragando o "FUTURO BRILHANTE DESSAS CRIANÇAS"???Será que esse "futuro brilhante" só virá se nossas crianças forem criadas dentro da tela de um celular,cercadas pelo cimento dos muros de seus apartamentos????Será que ainda podemos ensinar á essas crianças o verdadeiro significado da vida???E ensinar á eles sobre 2 obrigações que o humano deixou de exercer a muito tempo?Que são o RESPEITO AO PRÓXIMO E A EDUCAÇÃO....
São todas perguntas que não nos cabe responder nesse fórum...Tal ferramente não foi criada pra isso...Portanto,reparando na segunda foto,temos um pouco do resumo das respostas....A SIMPLICIDADE NUMA PESCARIA,O MOMENTO MÁGICO QUE VIVEMOS Á BEIRA DE UM RIO JUNTO A PESSOAS QUE AMAMOS,TEM MUITO,MAS MUITO,MAS MUITO MAIS VALOR E MUITO MAIS COISA À AGREGAR EM NOSSAS VIDAS, SE NÃO DEIXARMOS QUE A CHATICE DO MUNDO TOME CONTA DISSO........
Pesque sem pretensões que não sejam simplesmente o prazer de estar ali,num lugar especial e com pessoas especiais e de viver aquele momento....Sem pretensões comerciais,sem deixar que a hipocrisia da sociedade invada aquele espaço......O momento de uma pescaria é um momento sagrado demais pra nos deixarmos levar por brigas ou provocações....Torça pra pegar seu troféu...Torça pra que seus amigos peguem seus troféus....Não menospreze a tralha barata e sem qualidade daquele seu amigo novato de pescaria....Não queira ser o dono da razão nem o expert de determinado assunto...Aprenda,ensine,compartilhe..........O MUNDO JÁ ESTÁ CHATO DEMAIS PRA DEIXARMOS A PESCARIA FICAR CHATA!!!!
Um grande abraço a todos!