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Presidente Figueiredo - AM Maio de 2015
Alexandre Akio postou um tópico em Relatos de pescaria (água doce)
Fazia quase 1 ano que nao pescava. Consegui tirar uns dias de ferias agora em Maio, mas não consegui arrumar um destino nem parceiro pra pescar. Arrisquei e entrei em contato com o Sr Goiano da Pousada Paraiso da Pesca e acertei com ele 3 dias de pesca. Busquei as passagens para Manaus e foi so esperar a data. Achei que maio as chuvas diminuiriam, mas este clima maluco esta completamente imprevisivel. Chuvas atrasadas no Sudeste e recorde de chuvas no Norte. Já não era mais viável cancelar e o jeito era encarar. Dia 06 rumei para Manaus pela Azul, chegando lá peguei minha mala e fiquei aguardando o tubo de varas. Enquanto esperava, não vi sinais de outros pescadores, cena incomum entre Setembro e Março. Quase todos os passageiros ja tinham partido e um dos carregadores informou que não havia mais bagagem. Pedi pra verificarem novamente, e a resposta continuava sendo a mesma. Outros 4 passageiros tiveram suas bagagens extraviadas. Depois de uns 40 min aguardando algum atendimento da Azul para registrar a ocorrência, eis que um dos funcionários da esteira (por sorte) sinalizou que achou o tubo. Os demais passageiros continuaram com o problema de extravio. Depois do susto, encontrei com o Fabio (filho do Sr Goiano) que estava me esperando pra irmos de carro até a pousada. Paramos na cidade de Presidente Figueiredo para almocar e saborear files de pirarucu frito, aipim, feijao de corda, arroz e vinagrete. Ate este dia eu nao gostava de pirarucu, acho que os outros que provei não estavam bem preparados. Pegamos a estrada novamente e rumamos para a pousada. Ja na propriedade, fomos conhecer uma trilha recém aberta na mata para ver árvores gigantes, nao conhecia árvores deste porte ao vivo e em cores, o Fabio me disse que são Angelim Ferro. Chegando na pousada, nao tinha mais nenhum pescador, disseram que por causa do excesso de chuvas os que estavam la foram embora antes do previsto e que eu continuaria sozinho lá naquela semana. No dia que cheguei choveu durante a manhã toda, mas a tarde o sol abriu um pouco, com algumas nuvens. Desfiz as malas e preparei as tralhas, montei o equipamento de fly e fui praticar arremessos pra desenferrujar, pois fazia anos que nao mexia com este equipamento. Jantei e esperei ansioso pelo dia seguinte. Amanhece bastante nublado e frio, andamos ziguezagueando pelo canal entre os resquicios de arvores (que eu chamo de espetos :gorfei: ) até atingirmos os primeiros pontos de pesca. Comecei no baitcast, mas sem resultados, tentei fazer diferente e mudei para o fly, mas as tentativas eram infrutíferas. Desabou uma chuva, então eu e o piloteiro colocamos as capas de chuva e continuei pescando. Depois de um bom tempo de chuva o piloteiro parecia estar congelando e ele resolveu parar em um ponto de apoio avançado da pousada, usado para descansar e preparar o almoco. Eram dez da manha e o piloteiro dizia querer adiantar o almoço pra pescar o restante do dia direto. Ao desembalar os tuppewares, só tinha arroz, vinagrete e farofa. Nao tinhamos peixe pra assar e pra completar tinha entrado agua na farofa (literalmente doeu:: ). Eu nao fazia questão do almoco, porque quando pesco praticamente não sinto fome. O piloteiro propôs retornar a pousada, eu disse que não, pois iríamos perder muito tempo no deslocamento de ida e volta e mais o almoço. A esta altura eu ja estava muito preocupado com o restante do dia, a outra alternativa que ele mencionou seria pescarmos direto ate as 16:00 e voltarmos pra pousada finalizando o dia. Voltando a pescar, comecei a fisgar alguns peixes, desisti do fly porque precisava cobrir muitas areas rapidamente e fiquei apenas no baitcast pra otimizar a busca pelo peixe. O piloteiro comecou a mostrar fibra, ele pegou um pouco de arroz, misturou com uma porção da farofa de uma parte que estava seca e comecou a comer enquanto eu pescava. Pescamos direto e ja era quase 17:00, quando o piloteiro resolveu voltar pra pousada. Neste dia pesquei em torno de 18 peixes, não vimos cardumes e vimos poucos peixes caçando. Segundo dia de pesca, tomei o café da manhã olhando o horizonte. O dia estava com nevoeiro, indicando que a temperatura tinha caido ainda mais. O piloteiro decidiu buscar pontos mais afastados da pousada para tentarmos melhorar a pescaria. Vi lugares realmente lindos, com estruturas excelentes para o tucunaré e reparei que vários tocos de árvores tinham a estrutura dos Angelim Ferro, mostrando pequenas pontinhas fora da agua, mas que quando voce se aproxima e as vê abaixo da água verifica que elas formam excelentes esconderijos para os predadores. Paramos em um lugar em que achei propicio usar uma Tan Tan, passado algum tempo, arremessei proximo a um toco e duas arvores, o peixe bateu na isca e comecou a descarregar o carretel, era a primeira acao de um grande, so que ele entrou debaixo de um toco no fundo, pegamos a linha e tentamos desfazer as voltas. Ainda sentia o peixe enroscado puxando, conseguimos trazer o toco ate o barco puxando-o pela linha, mas ao examinar a garateia, ela estava aberta. Quando examinamos o toco, como um passe de magica, parecia que o peixe tinha atravessado o toco pelo meio dele em um buraco que parecia o de uma agulha. Arremessei e trabalhei muito as iscas, mas consegui apenas 6 peixes. Neste dia eu tive que chamar o piloteiro pra ir embora, pois ja estava no horario de escurecer. Terceiro e ultimo dia de pesca, a pescaria continua dificil. O piloteiro insistiu em pontos mais afastados, o sol estava esquentando e neste dia consegui ver alguns cardumes batendo. Vi alguns peixes caçando, estes cardumes batiam longe, quando percebi que batiam novamente no mesmo ponto pedi pra que o piloteiro fosse naquela direção. Conseguimos pescar alguns daquele cardume e ja eram pancadas bonitas. Bateu um outro cardume proximo e consegui aproveitar alguns peixes tambem. Continuamos em direcao a saida deste lago pra ir entrar em outro quando arremesso uma Duo Realis e a trabalho, o peixe estoura a 2 metros do barco. Parecia o estouro de um Açu, fisguei e a vara curvou até o cabo, doeu:: mas a brutalidade do peixe venceu e ele escapou mesmo assim. Veio um pouquinho de frustração, mas a pancada foi delirante ::tudo:: e bola pra frente. Chuva novamente e tivemos que parar, pois os ventos estavam muito fortes chegando a marolar, até trovoes teve, melhor ficar abrigado. Passada a chuva, ja era meio da tarde quase para o fim, observei um peixe caçando, fiz um arremesso longo próximo ao rebojo e tive uma boa pancada, era um médio e consegui fotografa-lo. Ja no fim do dia achamos outro cardume e fui pescando alguns, enquanto fazia isso, outro cardume bateu bem onde estavamos. É fantástico ver a roda de um cardume em um raio de 3 metros. Esta represa de Balbina e muito linda, desta vez pude ver locais maravilhosos (mais ainda em relacao a outra vez que la estive). Espero voltar um dia la em que os peixes estejam muito ativos. Os tucunares de la, mesmo os pequenos tem uma forca incrivel. No dia do retorno o Sr Goiano estava na pousada e pude cumprimenta-lo e tirar algumas fotos, ele e uma figura carismatica e a alma da pousada que e realmente voltada para o pescador. O cartão digital corrompeu e infelizmente perdi algumas fotos, mas aí vão elas. As cozinheiras que preparavam deliciosas refeições e pontualmente as 5:10 da manhã avisavam que o café estava servido palmas::