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Meus caros amigos de “fominhagem”! Vamos desembolar mais um relato dos “pés de garrafa” em busca dos açus na Amazônia... amizade que cada vez mais se fortalece entre todos do grupo, amigos / irmãos que não mediram esforços para estar juntos em mais essa empreitada de festa e celebração à pesca, à natureza e à alegria! Desta vez, escrevemos para compartilhar o que foi, tenho certeza, a pescaria (04 a 11 de outubro de 2014) dos sonhos para cada um de nós... peixes a “dar com pau”, em quantidade e colorido que nem o mais otimista imaginaria... palmas:: palmas:: palmas:: O dia de embarcar para a terra dos açus parecia não chegar nunca... e arrisco dizer que se a pescaria demorasse mais uns 15 dias, dois ou três pés inchados ficariam enfartados pelo caminho rindo3:: Ainda mais com a dança das águas... subindo... descendo e desafiando qualquer tipo de previsão. Novamente a natureza amazônica, parecendo que de forma proposital, fez questão de nos colocar no tamanho de nossa insignificância, sensação essa que nos assola em meio àquele labirinto de matas e águas escuras. A perspectiva era muito boa. Havia muita água nos rios ainda, mas a notícia era de que o “ralo estava aberto” e, segundo previsão dos mais otimistas, havia afluentes torrando! “Guenta” coração! Depois de trechos de estradas, escalas em aeroportos e conexões em botecos e cachaçarias rindo3:: nos reuníamos no saguão do hotel, ainda no escuro da madrugada, para rumarmos ao aeroclube, onde um “caravan” esperava para nos levar a Barcelos. Voo tranquilo, descolado de última hora pelo Magal, que nos poupou de cansativas horas que passaríamos dentro da lancha rápida... muito bom! A sensação que se tem ao sobrevoar a floresta amazônica é indescritível. À medida que o avião baixava para o pouso, começam a se delinear as copas das grandes árvores, labirintos de rios, ilhas e matas... olhando bem a gente consegue perceber até pequenos barquinhos a riscar as águas, tudo no mais perfeito equilíbrio, nos colocando cara a cara com a presença inequívoca de Deus! Ao desembarcar em Barcelos, rumamos direto à pousada do Allen Gadelha, onde sua equipe nos esperava a postos para embarcarmos no “Dicky Farney”, barco regional que nos foi fretado e atendeu perfeitamente a todas as nossas necessidades e expectativas, proporcionando segurança e o melhor conforto dentro das suas possibilidades. De novo aquela história da chegada... digo aos amigos que o dia em que chegamos é, sem dúvida, o melhor dia da pescaria, mesmo que nele nem se pesque rindo3:: Ansiedade cortando alta! Depois de tudo acomodado em suas cabines, subimos ao deck do barco para montarmos as tralhas, comermos um tira-gosto, tomarmos um banho de chuveirão e errarmos a mão na cerveja. Enquanto subíamos o rio, conversávamos sobre qual seria o destino de nossa pescaria. O Rio Negro se mostrava uma excelente opção, secando forte e com as pontas de praias já todas à mostra. Os afluentes da margem direta estavam ainda bufando água, enquanto os da margem esquerda secavam bem, inclusive com alguns trechos de baixios já com dificuldade para navegação. Decidimos por subir o Rio Aracá pescando até o repartimento do Demeni para então resolvermos qual seria o destino final. Tínhamos a preocupação de não errar novamente, já que no ano anterior, uma escolha mal sucedida tinha nos imposto uma pescaria fraquíssima em peixes, com mais de um companheiro voltando para a casa “semi-dedão” chorei:: A nossa opção nesse ano seria por quantidade, e a melhor alternativa que se delineava era o famoso Rio Demeni, com suas águas brancas povoadas de feras e de açus com lindo colorido... A magia da Amazônia... rindo3:: A pesca na boca do Aracá foi farta em peixes pequenos que atacavam as iscas com uma voracidade impressionante, o que nos deixou eufóricos! Alguns açuzinhos já dando as caras e diversos pacas caçando em cardumes que mais pareciam gangues de brigões arruaceiros. O Rio Demeni estava baixo e ainda por cima, secando forte... enfim, acertamos a semana com condições ideais... toca pra cima deles comandante! No dia seguinte, já dentro do Demeni, batemos o dia todo e sofremos... pensamos não ser possível aquela escassez com o rio seco como estava e baixando ainda mais... todos pegaram poucos e pequenos peixes... à noite nos reunimos para deliberar o que faríamos: continuar subindo ou dar meia volta e tocar para o Negro? Chegamos à conclusão que a escassez de peixes era fruto de estarmos ainda perto de algumas comunidades e que continuaríamos a aposta no Demeni... não seria possível errar com o rio naquela situação. No dia seguinte, o planejamento era varar para um lago central. Show!!! Nessa hora é bonito a gente ver o esforço de todos na empreitada... ajudando cada qual dentro da sua possibilidade... espinhos vazavam a sola dos calçados e não raro a gente atolava até quase a cintura... não é fácil! Se não for dessa maneira, digo que fica complicado chegar aos lagos... recompensa para o esforço de todos! Destaque especial para o Betão Wolverine... o “homem guincho”! No lago, muito peixe pequeno... mas alguns belos açus já davam as caras. Todos viram ou tiveram ação de peixe grande. Esse foi um grande alento para continuarmos subindo. Rodrigo “Guela” e Thiaguinho A terça-feira amanheceu chovendo forte... a aurora nos brindava com o seu espetáculo de cores, enquanto a chuvinha fria entranhava na alma... navegamos bastante, até pra lá da chuva... o ponto escolhido para começarmos a pescar era uma ressaca, cuja margem era coberta de “goiabinhas”, árvore que no Rio Demeni faz às vezes do molongó e do cabibi. Logo no primeiro arremesso (não é exagero!) um peixe ataca e erra o poper do Nilton. Arremesso uma bonnie 128 e na terceira zarada o peixe entra... quando ele pula, pudemos ver o tamanho da encrenca... um lindo tucunaré... colorido, largão, que veio a ser meu maior peixe da pescaria, superando as 20 libras. Meu primeiro arremesso do dia - TOP Assim que o peixe foi liberado o Nilton arremessa novamente o poper e arruma outra encrenca... o peixe corre e vai pra pauleira, obrigando o guia Luiz, logo cedo, a pular na água, voltando com um lindo bocudo no alicate. Niltão feliz da vida. E assim foi... o Nilton no poper e eu na zara, quando eu punha a hélice, o malandro metia a subwalk morto:: ... até pegarmos 28 açus no mesmo ponto! Eu, Rodrigo Delage, com o guia Luiz Ao encontrarmos o pessoal na hora do almoço, vimos com alegria que todos tinham bamburrado! Era 20 peixes pra lá, 30 pra cá, 40 pracolá... imaginem a festa! De tarde, pesquei apenas de hélice... matei a vontade! Sensacional! Na quarta feira a programação era varar outro lago central... tudo certo e preparado já que esta “varação”seria puxada... ainda era noite quando saímos para subir mais de uma hora de voadeira até o destino. Ao chegarmos na entrada que dava acesso ao “cano” do lago, a triste constatação... seco demais... fizemos uma prospecção pela mata e vimos que seria muito difícil. A solução era voltar e pescar nas ressacas e nas praias do próprio rio... percebia-se o tom de desolação na expressão dos guias e dos pescadores... no rio a pesca foi boa, mas não tão produtiva quanto no dia anterior. Eu e o Stringa acertamos uma boa quantidade de açus, apesar de nenhum grandão ter dados às caras. Mas o que importa é que todos pegavam... nesse dia foi a vez do Borin matar a vontade de pescar de hélice, em um único ponto, ele pegou mais de 30 açus... era uma pancada atrás de outra... show de acrobacias e ignorâncias... hélices sendo jogadas para o alto, voltando com anzóis abertos, sem garatéias, sem pitão... show!!! Taca-lhe hélice, Borin! À noite, pescando couro com o Stringa, este me engata uma senhora pirarara que foi tirada da pauleira na marra por ele e pelo guia... pensei que não veríamos a cara desse peixe... Olha a alegria da criança... Inclusive, fiquei impressionado com a quantidade de peixes couro que há no Demeni... às vezes não dava tempo de abrir a cerveja e a carretilha já cantava. Ao todo, no pouco tempo em que nos dedicamos, foram 3 pirararas e 6 filhotes, fora os peixes perdidos e não ferrados. A noite, no deck do barco, tomando umas boas cervas com o Thiaguinho, eu continuava a chorar pelo fato de não termos podido varar o lago... a medida que tomávamos a cerveja, a força crescia e a vontade ia aumentando, até que uma hora chamamos o Allen e os companheiros e lançamos a ideia, “bora voltar lá e varar aquele lago na marra?” O Allen prontamente falou que iria verificar com os guias. Voltou com o Dadá, animado, dizendo que topavam sim! Fantástico! Bora tigrada! Meia volta no “Dicky Farney” e, ao invés de começar a descer de volta, subiríamos novamente! Nesse ponto, saliento a maleabilidade, boa vontade e profissionalismo do Allen Gadelha, afinal, no penúltimo dia de pescaria ainda estaríamos no ponto mais alto da expedição. Para compensar, não pescaríamos na sexta (último dia), descendo direto de volta a Barcelos. TOP! Desta vez, fomos preparados para as dificuldades que tínhamos visto. Encostamos as canoas, tiramos todo o peso, motores, caixas térmicas, etc e “estivamos” todo a caminho que percorreríamos. Para os que não conhecem, “estivar” significa cortar cipós e colocá-los em terra, como um trilho, para que o barco deslize sobre eles, evitando o atrito com a areia e lama do solo. Depois de muito esforço e de quase passar mal duas vezes, avistamos, com a primeira canoa, a entrada do lago... visão do paraíso! Até que todas as canoas estivessem na água, ninguém esmoreceu... feitos os “apreparos”, foi dada a largada! :gorfei: Uns zunindo artificial para todo canto, outros “flexados” com o motor elétrico pro fundo do lago... pensem em um desespero :gorfei: Foi bonito de ver :gorfei: Começamos a pescar e os açus começaram a aparecer... e foram aumentando a medida que o sol esquentava. Abusamos dos popers, das zaras e das hélices... peguei um belo peixe que não hesitou em atacar em cheio um grande saltiga dorado porper... ao disparar para o meio do lago e saltar com a linha esticada, pudemos ver o tamanho da jaca! Lindo peixe! Na falta da foto, vai uma foto da foto... senão vira lenda rindo3:: Em uma ponta, o Thiaguinho pegou tudo quanto era tucunaré em sua “joão pepino” no estilo zara, stick, meia água... A certa altura, quando trabalhava a isca, já do lado do barco, um grandão resolve levar ela pra casa e sai tomando linha para o meio do lago... quando a linha esticou, o peixe pula e se liberta... sacanagem... achei que o Thiguinho fosse pular na água de desespero... o menino chicoteava a linha na água sem parar... parecia que estava possuído :choquei: rindo3:: Reunião para o rango. Daí pra frente, só festa... em determinado momento, num ponto em que as canoas estavam juntas, era comum dois ou três barcos, ao mesmo tempo, com dublês na ponta das linhas... incrível... e o Nilton gritando: “Gente de Deus, isso tá mais fácil que dar milho a galinha!” :gorfei: Nilton, dando milho para suas galinhas rindo3:: Fizemos uma estimativa e podemos dizer, sem medo, que pegamos, ao todo, mais de 300 açus dentro desse lago!!! doeu:: doeu:: doeu:: Sr. Osmir matando a pau! Quando navegava para varar de volta ao rio, deitei na plataforma da frente do barco e, enquanto o guia acelerava o motor elétrico já quase sem bateria, eu ia olhando para o céu, a copa das árvores, escutando o canto e vendo algumas aves em voos distantes... a paz daquele lugar foi me envolvendo e enquanto rezava agradecendo pelo privilégio de estar ali e por tudo que vem acontecendo em minha vida, apaguei por alguns minutos... a emoção de desfrutar daquele paraíso foi mais intensa que minhas forças... O clima de festa era tão grande que o esforço da varação para voltar nos pareceu bem menor que o da ida... agora o que nos restava era fazer o caminho de volta, levando no peito a lembrança boa que foi aquilo tudo e que tenho certeza, nunca sairá de nossa memória. Amazônia, até breve... Novamente fomos capitaneados pelo líder Odirlei Borin. Borin desta vez levava o seu pai, Sr. Osmir, em alegria de brindar, com muitos peixes, aquele que lhe ensinou os primeiros passos na arte da pesca. “Seu Osmir” gente fina... acabou dando um baile no filho, professor é professor... Borin e seu “pacaçu” Gustavo Stringa com a sua animação e disponibilidade para arrumar solução para toda dificuldade que surgia, solidário para o que desse e viesse e grande pescador. Gosta tanto de pescar que, quando não está pegando peixe, dá febre de 38 graus :gorfei: achamos até que o homem estivesse com malária :gorfei: Thiaguinho, cuja fominhagem é inversamente proporcional ao tamanho... mesmo queixando de estiramento no músculo do braço, não deixou de arremessar nem um minuto e se não tivesse prazo, estava arremessando sua “joão pepino” lá até hoje! Betão Wolverine com seu alto astral... o cara é um animal na varação de lagos, protagonista de cenas inusitadas... conseguiu a proeza de fisgar um ariri pelo rabo! Quando o guia viu aquilo, falou espantado: “Em mais de 40 anos pescando aqui, essa é a segunda vez que vejo isso!” Eis que, no arremesso seguinte, o Betão traz outro igualzinho... :choquei: o guia abaixa a cabeça e fala: “Em mais de 40 anos pescando aqui, essa é a terceira vez que vejo isso!” :gorfei: Isso pra não falar do grilo que ele torou no ar com sua isca! (kkkkk) Em toda sua vida, vomitou cinco vezes, duas delas nessa pescaria. :gorfei: Max Rosa... pensem num cabra agoniado para acertar a pescaria rindo3:: amigo de música e pesca... ávido por compartilhar e aprender técnicas e manhas desse esporte que tanto nos fascina... calma, Max, vai dar certo... rindo3:: ... Fotógrafo profissional da turma. Rodrigo Guercio, “Guela”, cunhado, compadre e parceirão de pesca... sortudo é ele! Sempre inventando uma “técnica” nova e “peculiar” para levantar seus bocudos... como bom mineiro, depois do processo de arredondamento de canelas, pés e rosto a que se submetem os pescadores durante a empreitada de confinamento, cerveja e tira-gosto, ganhou do amigo Camané o apelido de “Queijão”, o homem da “sambadinha” rindo3:: Reparem na coloração desse peixe :choquei: Camané... deve ter sido o primeiro angolano a pescar na Amazônia... peça raríssima. Pescava pouco, bebia e pegava muito... enquanto o parceiro arremessava de forma frenética, entre uma latinha de cerveja e uma dose de Jack Daniels, Camané lançava sua isca como quem joga para o ar uma bituca de cigarro e... pow... mas um açu aparecia para a foto. :gorfei: Nilton Carriel... um caso à parte... quase matava a gente de rir com as suas pérolas... deve dormir pensando nas bobagens que vai falar... não é possível! No dia em que pescamos juntos, saímos para o rio já debaixo de muita água. Nilton colocou logo a sua capa de chuva enquanto eu tentava me proteger improvisando com sacos de lixo, já que tinha esquecido a minha. Até que viro para ele e, bocudo, falo inadvertidamente, “rapaz, eu dava qualquer coisa por uma capa de chuva igual essa sua agora...” de pronto ele responde gritando “eu tenho outra!” :choquei: Imaginem o que eu ouvi desse cabra até o fim da pescaria :gorfei: Cheiro bão! Utilizei vara de 17 libras e carretilha abastecida com linha 50lb, apenas para iscas de hélice, usei vara de 25 libras com linha 65lb. A turma usou também varas de 20 e 25 libras e linhas de até 65 libras. Todas as iscas funcionavam... desde à Hélice até os jigs para quem quisesse descansar o braço. Agradecemos ao Allen Gadelha, seriedade, esforço e profissionalismo (http://sauadaua.blogspot.com.br/ ou allengadelha@hotmail.com) e a toda tripulação, em especial aos dedicados guias que não mediram esforços para nos colocar de “cara pro gol”: Dadá; Domingos; Luiz; Radiomar; e Sabá, valeu demais! Até a próxima! ::tudo:: ::tudo:: ::tudo:: :amigo: :amigo: :amigo: palmas:: palmas:: palmas::