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DETONANDO OS MITOS - Estudo II


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Atendendo o pedido do Adhemar, aí vai o segundo trabalho do CEPTA (importante também) que prova que o manuseio das fêmeas não afeta a reprodução!!

Estudo 2: Efeito da prática do pesque solte na reprodução da pirapitinga, Piaractus brachypomus.

Objetivo:

Avaliar a influência da prática do pesque e solte no processo reprodutivo da pirapitinga e suas possíveis interferências nas taxas de extrusão de óvulos, fecundação e viabilidade de larvas.

Metodologia:

Foram utilizados neste estudo onze exemplares machos de pirapitinga, com peso variando de 1,5 kg a 2,0 kg e três fêmeas, com peso variando de 2,0 kg a 2,4 kg, que estavam estocados em um viveiro de 1.000 m2. Os peixes foram capturados com varas acopladas com carretilhas, utilizando-se anzóis com farpa e iscas artificiais. Após a captura, os peixes foram identificados através de marcas, utilizando-se fios de nylon fixados no primeiro raio da nadadeira dorsal e imediatamente soltos no mesmo viveiro. Estes procedimentos foram realizados no mês de outubro de 2001, período em que essa espécie encontra-se no estágio pré-desova.

Trinta dias após, os peixes foram capturados com a utilização de redes de arrasto, identificados através das marcas e transportados para o laboratório de reprodução de peixes.

Aos peixes foram aplicados os procedimentos para propagação artificial, mediante o emprego de injeções intraperitoniais com extrato de hipófises, utilizando-se de técnicas usuais para reprodução de peixes nativos brasileiros.

Resultados:

As repostas quanto à indução hormonal apresentaram-se dentro dos padrões usualmente obtidos para espécies de peixes brasileiros, no que se refere ao tempo para extrusão, em horas grau, quantidades de óvulos e sêmen produzidos, taxas de fertilização e eclosão de larvas. Os 11 machos e as 3 fêmeas responderam positivamente aos procedimentos de reprodução, equivalendo à resposta positiva de 100%, resultado igual ao obtido quanto a sobrevivência dos peixes trabalhados.

Observações efetuadas sobre o processo de cicatrização evidenciaram que os peixes não apresentavam marcas de ferimentos, estando isentos de fungos ou outros agentes patogênicos nos locais lesionados por ocasião das capturas com anzóis.

Conclusões:

Nas condições em que o estudo foi realizado, os procedimentos de pesque solte a que foram submetidos os peixes, conclui-se que o manejo de captura não interferiu nas respostas reprodutivas da espécie.

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Grande Jckruel,

Começam a "cair" os chamados "paradigmas do desconhecimento" !

É claro que deve-se respeitar o ciclo reprodutivo de qualquer espécie, mas o fato de verificar que a tolerância e resistência dos peixes ao procedimento de pesca e soltura durante todo esse processo é de suma importância !

É fato conhecido que algumas espécies desovam na piracema, mas outras não, e por assim ser, é impossível saber ( de fato ) se estamos interrompendo ( de alguma forma ) o ciclo reprodutivo dessas espécies ! Com a comprovação de que não há problemas de que essa prática ocorra em qualquer época sem prejuízo para o ciclo reprodutivo( logicamente que estamos falando de "pesque e solte" ), simplifica o entendimento e o estímulo a que isso se torne algo a ser praticado por muitos mais...

Sempre acreditei que mais importante que qualquer lei é o poder da consciência e do bom senso ! A notícia postada agrega argumentos àqueles que precisam de mais esclarecimentos do que as evidências do comportamento e respeito a natureza !

Como já é sua característica, ótimas informações e esclarecimentos sobre a abordagem realizada ! Parabéns de novo... Vamos em frente com esse tema ! Valeu ! :wink:

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Pois é, então porque proibir a pesca esportiva durante o período de desova?

O correto não seria proibir somente a pesca comercial? E ao mesmo tempo apreender os equipamentos dos pescadores que abaterem exemplares durante esse período?

Eu chutaria até um pouco mais longe, avaliaria a influência positiva do esforço desprendido pelos dourados na luta após a pesca.

No caso desses animais quando impedidos de subir o rio por obstáculos como represas o esforço para se livrar da captura talvez possa levar a um efeito semelhante ao de se vencer corredeiras.

Não seria interessante se isso fosse comprovado. Iria matar muito ecologista xiita de raiva.

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Caros Kid e Xico Jorge,

Na verdade existem outras informações que deveríamos discutir!!

Por exemplo, segundo trabalhos do próprio CEPTA, 95% das espécies desovam em 60 dias. O problema parece ser determinar quando se inicia a piracema de fato, uma vez que as variáveis só podem ser observadas no campo e como nunca temos pessoas dos órgãos públicos por lá, (fiscalizando??) então é mais fácil proibir numa data fixa = 1.º de novembro até final de fevereiro.

Acrescente-se que para funcionar os programas sociais da "bolsa piracema" estende-se os prazos necessários de forma a prolongar o assistencialismo (que rende votos) caracterizando benefícios para a uma minoria (pescadores artesanais) em detrimento da maioria dos pescadores!

Aqui em Goiás, conseguimos negociar a pesca esportiva durante 365 dias por ano, mas isso é uma longa estória e é para outra oportunidade... Citei isso apenas para que o Xico possa entender que funciona bem (há quatro anos) e não houve danos à natureza, sendo que as colocações dele são perfeitas.

Abração

kruel

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Eu chutaria até um pouco mais longe, avaliaria a influência positiva do esforço desprendido pelos dourados na luta após a pesca.

No caso desses animais quando impedidos de subir o rio por obstáculos como represas o esforço para se livrar da captura talvez possa levar a um efeito semelhante ao de se vencer corredeiras.

Não seria interessante se isso fosse comprovado. Iria matar muito ecologista xiita de raiva.

Eu chuto junto com você porque eu já tinha pensado na mesma hipótese.

Porém; faltou-me a convicção necessária para tratar desta idéia, e o contexto correto para tratar deste assunto...

Considerando que a captura não os afeta negativamente (conforme o estudo agora mostrado), e que parece ser a exaustão física da piracema o que ajuda na desova; agora eu já considero provável que a captura possa ajudar na desova quando os peixes de piracema não dispõem de grandes distâncias para subir o rio...

No mais, apenas me resta admirar as sábias colocações de todos!

Um abraço, pessoal!

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Grande Moacyr,

Embora nos estudos do CEPTA a Traíra ainda não tenha sido contemplada, na prática é exatamente como dizes!

Nos trabalhos realizados pela APEGO em 1.997 capturamos (tagueamos e soltamos) centenas delas sendo que não foi observado nenhuma morte.

Como agora apenas transcrevi os trabalhos do CEPTA, desta vez não deu para que você observasse que a linguagem é técnica e difícil (he,he,he). E veja que sequer me atrevo a tentar "traduzir"!

Abração

Kruel

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Quando nosso atual presidente tomou posse e disse que iria criar o ministério da pesca eu como eleitor iludido imaginei que haveria uma série de medidas que incluiriam a proibição da pesca comercial em águas continentais e o conseqüente incentivo à piscicultura como se faz nos países mais adiantados.

Mas o nosso presidente é pescador de barrando, daqueles que enchem a cara de pinga e saem matando tudo o que entra na ponta do anzol, infelizmente.

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