Cronica: A Merda

[Paulinho1]

  Depois de encher a pança, Juquinha, sentiu a
barriga pesar e uma series de barrulhos esquisitos
começaram a sair dela Troooooo, Bluuuuu, Gluuuu,
levantou rapidamente da cadeira, e deu uma olhada
geral, em volta do acampamento, procurando pelo papel
, e não achando,  começou, a procurar nas
barracas, e nas caixas de papelão da cozinha  e

não achou nada do higienico, desesperado
suando frio, naquele calor infernal,
Perguntou ao Zézinho:  "Zé voce viu o Papel Higienico ?"
ele respondeu: "Chiii Juquinha voce,  acredita que eu esqueci o danado !"
juquinha pensou: "Tó fudido !"  e com vergonha disse:
"Pode deixar, eu so queria limpar as mãos".
e sai do acampamento por um trieiro no meio do mato,
procurando um canto mais afastado, mal deu dois passos,
e sentiu uma forte dor no pé da barriga, travou imediatamente
a bunda e fechou as pernas, sem ar com a cabeça rodando
ele saiu trocando as pernas, ate chegar numa arvore
perto do lago, onde arriou as calças, e aos sons exagerados
de trovões, e gases, despejou ali mesmo 1 quilo de merda,
aliviado mas todo sujo, tirou suas calças, e desceu pelado
em direção ao lago, mas quando pisou na beirada da agua,
atolou seu pé ate a metade do joelho no barro, arrastou-se
pela lama chegando ate a agua, onde começou a se limpar,
foi quando se virou e viu na mesma margem ao seu lado um enorme jacare,
quietinho de olhos fechados tomando sol, ele ainda estava atolado
na lama e sujo, saiu devarinho tentando vestir a sua calça, mas

na pressa e na tremedeira acabou caindo de cara na areia e a bunda no ar,

isto fez o jacare acordar e sair em disparada  na direção da agua,

fazendo um grande estradalhaço,  Juquinha no mesmo tempo

saiu dali num pulo subindo as calça e com a boca cheia de areia
ja no barranco, cuspindo e limpando o rosto, entrou correndo

pelo triero tentando voltar ao acampamento, parou no meio

do caminho ao ver e ouvir o chocalho de uma cascavel
armando um bote, virou na mesma toada para trás soltando
a calça, correu um bom tempo ate tropeçar na calça e ser arremessado

na lateral em cima de uma moita,  onde ele viu bem de perto um mateiro galhado
pastando na sua frente e o fitou nos olhos por um segundo somente,
antes da pintada pular no pescoço do bicho e o derrubar na sua frente,
so não saiu mais merda porque ja tinha feito tudo, com a cabeça
a mil saiu de cima da moita pelado com os olhos arregalados e

foi rompendo o mato no peito deseperado, ate se esgorregar

de lado e acertar as costas numa arvore cheia de espinhos,

se levantou com muita dor e mancando, achou o caminho de volta

na toada que veio nem viu a cobra pelo caminho  e

acabou  chegando no acampamento pelado, ofegante,

sujo, arranhado e palído, e com varios ematomas e espinhos pelo corpo,

zezinho ao vê lo daquele jeito correu em sua direção

o segurando-o pelos bracos fazendo ele se sentar num banco ao lado,

ainda sem palavras com os olhos transtornados

fez sinal para um gole de agua, ao beber a agua, contou o ocorrido,

Zezinho que era um caçador astuto, depois de lhe dar uma toalha,

pegou a sua carabina e saiu a procura dos bichos olhou pra todo lado

em volta do acampamento e no lago e não viu Jacare, nem Cobra,

nem  Mateiro e nem rastro de Onça nenhuma, achou somente a bosta

perto da arvore e uma calça rasgada dependurada num arbusto,

voltou para o acampamento e o juquinha vendo ele chegar lhe pergunta:
"e ai Zé ! Tú viu a Onça ?" 

e o Zezinho responde em tom de gozação:
"Não Juca, não vi nada não !   Sómente a Merda que Tú Fez ! ".

[Dalcio R. Andrade]

sensacional o barulho da barriga rsrsrsrsrsrsrs