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MINHA ESTRÉIA EM BARCELOS


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RIO ARACÁ, AM – NOVEMBRO DE 2014

 

 

Demorei alguns meses para escrever este relato, pois queria evitar que ele saísse “contaminado” pelo deslumbramento que a primeira pescaria em Barcelos me causou, o que fatalmente ocorreria se eu o escrevesse logo após meu retorno.

 

Assim, após esses meses, acredito que pude preparar um relato isento (pelo menos tentei), retratando, sob o meu ponto de vista, os fatos ocorridos nessa pescaria.

 

Evitei o uso generalizado de adjetivos do tipo: sensacional, fantástico, majestoso, inesquecível, etc., etc. (rsrsrs), embora sejam essas as palavras que, inevitavelmente, vêm à minha mente quando recordo daqueles dias na Amazônia.

 

Como seria minha primeira vez em Barcelos, resolvi precaver-me ante o desconhecido, optando pelo superdimensionamento do material; por exemplo, carregando as carretilhas com linha 80 lb, argolas (com trava) de 80lb e 130lb, snaps de 130 lb e trocando as garateias originais de todas as iscas por outras 6x. Queria diminuir o risco de perder um possível grande açú, por conta de material.

 

Preparei uma seleção de trinta e cinco iscas (incluindo cinco jigs), contando para isso, além das leituras de tópicos nos fóruns, com a opinião de meu parceiro nessa pescaria, o Eduardo Seto, velho conhecido dos tempos dos torneios de bass em São Paulo.

 

Quero destacar que, no planejamento da pescaria, que se iniciou muitos meses antes da mesma, as opiniões de colegas experientes na região, principalmente por meio dos fóruns de pesca, foram muito importantes.

 

Bom, os meses se passaram, chegou novembro e, afinal, lá estava eu, em Manaus, no hangar da empresa de táxi aéreo, onde senti que a pescaria estava realmente começando.

 

 

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Lá, a turma toda finalmente se reuniu e partimos, então, para Barcelos.

O vôo, em um Cessna Grand Caravan, foi absolutamente tranquilo, a ponto de parecer que até o piloto cochilava durante a viagem (foto seguinte)...rsrsrs.

 

 

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A curiosidade de cada um, ao longo do vôo, era por certo sobre as condições dos rios, lá embaixo.

 

 

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A chegada a Barcelos foi devidamente registrada, ainda na pista. A foto oficial do grupo foi gentilmente feita pelo Pepe Mélega, que nos acompanhou em nosso vôo.

 

Da esquerda para a direita: Ramon Paz; Arildo Maia; Eduardo Seto; Arno Cersosimo; eu (Carlos Vettorazzi); e Rodrigo Cardozo (o Rodrigo Xingú).

 

 

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Chegamos ao porto praticamente ao mesmo tempo em que nosso barco, Poraquê, atracava (na foto, arrastando as voadeiras).

 

 

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Bagagens acomodadas, licenças pagas, tudo acertado...zarpamos.

 

 

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Nosso destino: rio Aracá.

 

O nível do Negro ainda estava alto, represando os afluentes, como se vê nessa foto do baixo Aracá. Além disso, alguns formadores do próprio Aracá também estavam despejando bastante água nele.

 

 

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Contudo, à medida que subíamos o rio, as praias e barrancos iam aparecendo, aumentando a nossa expectativa quanto à pescaria.

 

 

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Nos dias que se seguiram, subimos até o ponto limite para o barco, pouco abaixo de um pedral, e de lá seguíamos apenas nas voadeiras.

 

 

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O que encontramos lá para cima foi um rio secando muito rapidamente, tanto que, na quarta-feira, acordamos com o barco encalhado. Nada que a experiência da tripulação não resolvesse rapidamente.

 

 

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Quanto à pescaria em si, pode-se dizer que foi uma semana de produtividade muito irregular.

 

Houve dias em que se embarcou um número bastante razoável de peixes (pequenos e médios) e houve dias em que não pegamos quase nada.

Saíram alguns peixes grandes para o grupo, mas não na quantidade esperada. Tiveram de ser muito bem “garimpados”.

 

Como sempre há que haver um ou mais “culpados”, dessa vez a culpa recaiu sobre a velocidade com que o nível do rio baixava, lá para as cabeceiras, e sobre o nível alto das águas no seu baixo curso, próximo ao Negro.

 

Quanto às iscas, a maioria dos peixes que fisguei foi no stick, com trabalho de “chamadinha” para atraí-los (dois ou três toques vigorosos) e, após o rebojo, acelerava muito o recolhimento para incentivar o ataque.

Descobri isso logo no primeiro dia, com o meu primeiro açú (já postei um relato por aqui sobre o acontecido), e continuei usando o trabalho, com sucesso, ao longo da semana.

 

 

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Também acertei alguns peixes com as hélices, mas nada grande. Confesso, porém, que as usei relativamente pouco, principalmente devido à falta de prática em trabalhar as grandes hélices. O melhor trabalho eu conseguia encurvando um pouco as costas, mas não há quem aguente isso o dia todo. Vou procurar uma vara um pouco mais longa, talvez 5’8” (as minhas são 5’6”), para poder trabalhar as iscas com o corpo mais ereto.

 

Insisti nas iscas maiores, atrás de peixes melhores, mas houve momentos em que tive que reduzir o tamanho delas para embarcar alguma coisa. Nessa situação, a subwalk foi imbatível.

 

 

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A cor osso sobressaiu-se muito em relação às demais, o que não é nenhuma novidade em se tratando de tucunarés.

 

 

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Mas, aproveitei a “maré ruim” e experimentei outras cores e iscas. O melhor laboratório para nós, pescadores, é quando a produtividade está baixa. Como diz um parceiro meu: “É a hora de debulhar a caixa de iscas”.

 

 

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Só não foram para a água plugs de barbela e jigs. Na expectativa das explosões na superfície, acabei deixando-as de lado, mas hoje acho que devia tê-las usado, principalmente os jigs.

 

E vamos aos meus melhores peixes.

 

Foram quatro, com 10lb ou mais.

 

 

O primeiro açú (da pescaria e da minha vida), com 13lb.

 

 

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Outro com 10lb.

 

 

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Um com 15 lb.

 

 

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E o maior, com 17lb.

 

 

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Como foi minha estréia em Barcelos, só posso dizer que voltei de lá muito, mas muito satisfeito mesmo.

 

Poder brigar com esses brutos é um tremendo privilégio, além de desejo maior de muitos pescadores esportivos.

 

Além disso, a própria floresta, o nascer e o pôr do sol no rio, o companheirismo entre os membros do grupo, o barco, enfim, todo o contexto da pescaria, fazem com que seja impossível voltar de lá sem já estar planejando, ou pelo menos pensando, na próxima!

 

 

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E, para encerrar, só me resta fazer os agradecimentos, começando por toda a equipe (embarcada e em terra) do Poraquê, que não mediu esforços para que fizéssemos uma boa pescaria.

 

 

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Agradeço também a todos os companheiros do grupo, pescadores excelentes e pessoas formidáveis: Arno, Arildo, Eduardo, Ramon e Rodrigo...

 

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... e em particular ao meu parceiro, Edu Seto, que me ajudou muito com seu conhecimento e companheirismo.

 

 

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Finalmente, agradeço a Deus por mais essa oportunidade e a minha esposa e filha, que sempre me incentivaram nessa minha outra paixão, que é a pesca esportiva (a primeira são elas)!

 

E vamos para a próxima (que inclusive já está marcada)!

 

 

Carlos Vettorazzi

Piracicaba, fevereiro de 2015

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Relatos assim que fazem quem nunca foi ter uma vontade enorme

de conhecer ,e,  aos que já conhecem , a sensação de estar  lá...

 

Parabéns Carlos , lembro que havia feito um relato do primeiro

Açu e o descreveu tão bem quanto este.

 

A todos do grupo,

abraços , Paulinho.

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Meu grande amigo Carlos, como vão as coisas?

 

Me senti honrado por fazer parte dessa pescaria.

 

Só você mesmo com tamanha simplicidade, paixão e sensibilidade para descrever os acontecimentos nos mínimos detalhes. Eu mesmo já tinha esquecido de algumas situações. rsrsrsrs

 

Ah, já mandei fazer um quadro daquela sua pintura magnífica. Estou esperando o próximo. (hehehe)

 

Grande abraço.

 

Rodrigo Xingu

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Olá Vettorazzi

 

Começou na Amazônia com o pé direito.

Mesmo sem pegar ela é emocionante imagine começando como você.

Você foi muito feliz na narrativa. Me fez relembrar os agradáveis momentos que convivemos.

Nossa turma foi muito top.

Que venham outras.

 

Um grande abraço

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Grande Vettorazzi,

 

Fiquei muito contente que as coisas tenham corrido tão bem como nessa pescaria, principalmente para você e o Rodrigo Xingu, os novatos de rio Negro. 

 

Ótimo grupo de amigos pescadores, ótimo barco, ótima tripulação, ótima viagem... só os tucunas que não foram tão "ótimos" como a gente gostaria que fossem, mas deu prá pegar alguns bonzinhos. 

 

De resto, nada como pescar juntos novamente, relembrando os bons tempos de bass no Atibainha e no Patrimônio. 

 

Parabéns parceiro! Em dezembro tem mais!

 

[]s

Edu

 

 

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Esse rio Aracá é pródigo em fazer os pescadores se apaixonarem pela Amazonia. love::  love::

Além de ter belíssimas paisagens guarda grandes desafios.

Parabéns pela viagem e troféus Carlos ::tudo::  ::tudo:: .

 

O Aracá é mesmo especial!

Valeu Rodrigo!

Abraço

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Relatos assim que fazem quem nunca foi ter uma vontade enorme

de conhecer ,e,  aos que já conhecem , a sensação de estar  lá...

 

Parabéns Carlos , lembro que havia feito um relato do primeiro

Açu e o descreveu tão bem quanto este.

 

A todos do grupo,

abraços , Paulinho.

 

Muito obrigado Paulinho!

Fico satisfeito quando consigo passar um pouco do que vivemos na pescaria.

Grande abraço!

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