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RIO PARAGUAI - FEV 2015


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RIO PARAGUAI, MS - FEVEREIRO DE 2015

 

 

Venho me dedicando, há muitos anos, às pescarias com iscas artificiais, em especial à do tucunaré. Assim, acabei deixando um pouco de lado outras modalidades de pesca, mas a vontade de voltar àquele lugar mágico, que é o Pantanal, sempre me acompanhou.

 

Muitos anos haviam se passado desde minha última pescaria no Pantanal. Aliás, uma excelente pescaria, com minha esposa e outros casais de amigos e filhos, no Passo do Lontra, rio Miranda, com muitos dourados, pacus, piaus e pintados.

 

Há pouco mais de um mês recebi um convite dos amigos e colegas de trabalho, Cláudio e Wilson, para passar uma semana no rancho do primeiro, às margens do rio Paraguai, em Porto Esperança. Como estava de licença do trabalho por trinta dias, aceitei de bom grado o convite, ficando muito contente pela oportunidade de rever a região.

 

O que mais atraiu minha atenção, além das excelentes companhias, foi que a proposta era de passarmos uns dias aproveitando a tranquilidade do lugar, fotografando, pescando sem a preocupação da quebra de recordes pessoais e sem aquela “bateção” de iscas, do raiar ao por do sol, até os limites de nossa capacidade física (agora tenho o restante do ano para isso... rsrsrs). Relaxamento mesmo.

 

Além disso, as notícias que chegavam de lá eram de que as condições estavam bastante favoráveis à pesca de pacu na batida, com vara de bambu, modalidade tradicional pantaneira e que eu ainda não havia tido a oportunidade de praticar.

 

Cabe lembrar que, em fevereiro, a pesca no rio Paraguai é aberta apenas para a modalidade pesque-e-solte, o que também nos garantia tranquilidade, com muito poucos barcos no rio, uma vez que muitos dos pescadores que vão para lá, infelizmente, só o fazem quando podem levar sua cota de peixe, portanto, de março a outubro.

 

O rancho é bastante amplo e confortável, bem planejado para o precioso descanso entre as saídas para a pesca.

 

 

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                A região, embora bastante judiada pela pesca predatória, é muito bonita, com inúmeros corixos, ilhas e baías.

 

 

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Em uma dessas baías a quantidade de piranhas era incrível.

 

Quando trabalhávamos uma isca de superfície, a água “fervia” de piranhas ao seu redor, até que uma delas fosse fisgada. Ao recolhê-la, podíamos ver inúmeras outras seguindo-a até o barco.

 

Certa manhã, o silêncio de nossa pescaria foi quebrado por uma grande e relativamente rápida agitação na superfície da água. Ficamos impressionados com a “fervura”. O piloteiro nos disse que era um cardume de piranhas atacando um peixe maior, possivelmente um pintado.

 

 

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Também nessa baía pude “voltar aos tempos de menino”, fazendo deliciosas pescarias de peixes miúdos, com varinha de bambu, em meio a jacarés curiosos e esfomeados.

 

 

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Sauás, tambiús e saias-brancas fizeram nossa diversão.

 

 

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Jacarés havia muitos, notadamente nas baías, e nos aproximávamos deles com certa facilidade. Aliás, na maioria das vezes eram eles que se aproximavam de nós, atrás dos peixes fisgados.

 

 

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Além dos jacarés, também vimos algumas capivaras, muitas ariranhas (para minha surpresa) e até um cateto, atravessando a nado uma baía. Como ele vinha da direção de um acurizal famoso pela presença de onças, achamos que, provavelmente, a vara havia sido atacada por uma delas e o porco, para se salvar, tenha se atirado à água e feito a travessia. Sabemos que catetos vivem apenas em bandos, daí nossa suposição ao encontrar o animal isolado.

 

 

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Também avistamos inúmeras aves, nas margens do rio e baías e nas árvores ao redor do rancho, principalmente no pé de jenipapo (foto seguinte).

 

 

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Durante os dias em que lá estivemos o calor beirava o insuportável. Assim, preferíamos voltar ao rancho, no meio do dia, para tomar um banho, comer algo e descansar, deixando o retorno ao rio para as horas “menos quentes” dos finais de tarde.

 

Mas, em algumas ocasiões, quando estávamos mais distantes do rancho, comíamos algo em alguma sombra nas margens do rio, o que também era muito agradável, principalmente se houvesse vento para refrescar e espantar os mosquitos e mutucas.

 

 

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Bom, mas e a pesca?

 

Sei que os companheiros gostam de relatos com muitas fotos de peixes, mas optei por colocar apenas umas poucas imagens das espécies fisgadas, para que o relato não ficasse repetitivo e monótono, pois o tamanho dos exemplares variou muito pouco.

 

Como mencionei no início, o forte dessa pescaria foi a batida de pacus, com vara de bambu e isca de tucum, que é o fruto de uma pequena palmeira (próximas fotos).

 

 

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A foto seguinte mostra bem os sinais dos pacus boiando, à tardezinha.

 

 

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Descíamos o rio com o barco atravessado, controlado pelo remo na popa, fazendo arremessos próximo à margem, batendo a isca na água uma ou duas vezes, para atrair a atenção do peixe, e deixando-a afundar na batida seguinte, dando um tempo para o ataque.

 

Não ocorrendo a ação esperada, repetia-se o movimento, sempre procurando imitar o fenômeno da queda natural dos frutos no leito do rio.

 

O pacu pega a isca com vigor, fazendo a vara vergar bastante e a linha “cantar”, proporcionando uma briga emocionante, mesmo se tratando de exemplares relativamente pequenos.

 

 

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Também fizemos a pesca do piauçu, apoitados em locais previamente cevados.

 

 

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A briga com um bom exemplar de piauçu é algo emocionante. Quem já vivenciou isso sabe bem de que estou falando.

 

A princípio ele vem relativamente manso, mas quando dá com a claridade na superfície...aguenta coração, porque ele briga muito e é muito forte!

 

 

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Peixes de couro, dessa vez não pescamos.

 

Dourado saiu apenas um e o felizardo fui eu. Mesmo de pequeno porte, é sempre uma felicidade ver os saltos do amarelão, com a artificial cravada em suas mandíbulas.

 

 

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Para “matar” a vontade de pescar com as artificiais havia as piranhas.

 

Nas baías eram muitas, mas muitas mesmo, porém, de uma maneira geral, de porte médio. As maiores eram encontradas no leito do rio e proporcionavam brigas muito boas. O que dava dó era o estrago que faziam nas iscas.

 

 

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E, finalizando o relato, nada melhor que imagens de um dos espetáculos mais majestosos do Pantanal: seu pôr do sol.

 

 

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Foi uma excelente pescaria, sem sombra de dúvida.

 

E que venha a próxima, se Deus quiser!

 

 

Carlos Vettorazzi

Piracicaba, fevereiro de 2015

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Parabéns Carlos pelo belo relato e pela pescaria perfeita. ::tudo::  ::tudo::  ::tudo:: Bateu uma vontade aqui.... danca::

 

O Pantanal é realmente um dos lugares mais lindos do mundo. Pena que alguns só pensem em destruí-lo. Naonao::

 

Abç.

 

Boas pescarias!!! ::fisherman

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Parabéns Carlos pelo belo relato e pela pescaria perfeita. ::tudo::  ::tudo::  ::tudo:: Bateu uma vontade aqui.... danca::

 

O Pantanal é realmente um dos lugares mais lindos do mundo. Pena que alguns só pensem em destruí-lo. Naonao::

 

Abç.

 

Boas pescarias!!! ::fisherman

 

Obrigado Luis!

Pode-se dizer mesmo que foi uma pescaria perfeita, pois apresentou todos os ingredientes para isso.

Abraço!

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Muito Lindo o lugar... Parabéns pelas fotos...

 

Como o nosso Amigo Luiz falou, pena que acabaram com os peixes do nosso Pantanal...

 

Abração

 

Francisco, conheço o Pantanal desde os anos 80.

Muita coisa mudou de lá para cá. Algumas para melhor (por exemplo o fim dos coureiros), outras para pior (por exemplo, a redução notável no estoque pesqueiro, pela sobrepesca, realizada principalmente pelos frigoríficos nos anos 80 e 90), mas a mágica do Pantanal permanece.

Se a região fosse bem conservada, duvido que haveria tantos brasileiros indo pescar na Argentina, não é verdade?

Abraço!

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Carlos, sem palavras! Um dos melhores relatos que eu já li, meus parabéns  palmas::  palmas::  palmas::  ::tudo::  ::tudo::  ::tudo:: 

Ainda quero conhecer esse paraíso um dia  ::fisherman

Abração

 

Obrigado Pedro!

Assim como o Araguaia e a Amazônia, o Pantanal é fantástico.

Planeje-se para conhecê-lo. Tenho certeza que não irá apenas uma vez.

Grande abraço!

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Francisco, conheço o Pantanal desde os anos 80.

Muita coisa mudou de lá para cá. Algumas para melhor (por exemplo o fim dos coureiros), outras para pior (por exemplo, a redução notável no estoque pesqueiro, pela sobrepesca, realizada principalmente pelos frigoríficos nos anos 80 e 90), mas a mágica do Pantanal permanece.

Se a região fosse bem conservada, duvido que haveria tantos brasileiros indo pescar na Argentina, não é verdade?

Abraço!

Com certeza meu Amigo...

 

Mas vamos torcer para que com o tempo e a conscientização das pessoas que com o tempo a qtt de peixes volte aos velhos tempos...

 

Abração Carlos..

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Muito bom o relato Carlos!

Com ênfase para o mundo que existe ao redor dos peixes, hehehe

Grande abraço.

 

Rodrigo, muitas vezes focamos tanto no peixe em sí, que deixamos passar muitas outras coisas que compõem uma pescaria,não é?

Abraço!

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