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VELHO CHICO, O GIGANTE INCOMPREENDIDO.


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Pois é pessoal, vou abordar o assunto sobre um rio que, apesar de sua grandeza e seu gigantesco e “certeiro” potencial para pesca esportiva, tem o enorme azar de figurar no grandioso grupo dos rios mais degradados do Brasil e com certeza, o mais “humilhado” pela maioria dos pescadores brasileiros.

 

Falo de um rio que sofre com as secas no sudeste e que a algum tempo tem se discutido, inclusive, sua verdadeira nascente e que é destratado não só pelos governantes mas também pela maioria dos pescadores brasileiros, que não conseguem entender seu valor e sua verdadeira capacidade.

 

Tive a sorte grande, a onze anos atrás, quando meu velho pai e mais dois amigos tiveram a idéia de comprar um pequeno e modesto rancho, apelidado carinhosamente pelos amigos de “taperinha”, as margens desse majestoso rio brasileiro, que fica próximo a corredeira famosa apelidada de “criminosa”, na região de Pirapora/Buritizeiro.

 

Nessa época, o velho chico já não gozava de sua melhor fase, mas era normal que em uma pescaria de 4 ou 5 dias vc se deparasse com vários dourados no bait ou na rodada com iscas do próprio rio, que eram ambundantes, mas tb tinha muitas ações na pescaria de ceva (piaparas e matrinxãs, que pra mim são piraputangas turbinadas que chegam a mais de 3 kg), além das corriqueiras surpresas agradáveis (Pintados, Caranhas e Pirás, espécie rara, endêmica desse rio).

 

Era assombroso presenciar que um rio tão judiado, frequentado assiduamente por pescadores inescrupulosos que saiam carregados com freezeres lotados de peixes toda semana, ainda era capaz de proporcionar brigas tão memoráveis com exemplares de Dourados que superavam a casa dos 20 kg e mais de um metro, inclusive é do conhecimento da maioria dos pescadores que o Dourado do Rio São Francisco é uma espécie que supera em peso e tamanho a espécie da bacia do prata e de outras bacias.

 

Alguns anos se passaram e já era notável a decadência do rio, apesar de ter enorme prazer em passar alguns dias na “taperinha”, como ainda tenho até hoje, já era comemorado o fato de capturar um único Dourado no dia, resultado do extrativismo exagerado em suas águas, inclusive em épocas de piracema.

 

Pouco tempo depois, com a introdução do Tucunaré azul na represa de três marias, ficou evidente que a espécie  teve uma adaptação e desenvolvimento expressivos em suas águas (melhores que em outros rios), com exemplares gigantescos capturados em uma região que, para os frequentadores, ficou bem claro a atuação ferrenha de pescadores profissionais com suas redes e tb dos “matadores de plantão” que se dizem pescadores esportivos (infelizmente MAIORIA entre os frequentadores).

 

O que surpreende é que esse rio, seja em seu leito ou em área represada, proporciona as espécies, tanto de Dourados como de tucunarés, um crescimento avantajado e o que impressiona demais é notar que vários proprietários de ranchos e pousadas continuam dando “tiro no pé” promovendo grandes matanças, não percebendo que, além da desvalorização local, estão acabando SIM, COM TODA CERTEZA, com a “galinha dos ovos de ouro”, já que, caso esse rio fosse devidamente protegido e preservado como merece, alcançaria com certeza RECORDES de capturas tanto de Dourados como de Tucunarés, e com isso proporcionaria uma revolução na pesca esportiva brasileira e na economia da região. 

 

Sei que nada que foi dito é novidade para a maioria, sei tb que vários amigos aqui do fórum frequentam o Rio São Francisco e tb a represa de Três Marias e pratica a pesca esportiva e de maneira consciente, mas fica a indignação e o desabafo de mais um pescador esportivo que, a cada dia que passa, apesar de  navegar e lançar suas iscas tb em águas “próximas”, precisa viajar cada vez mais longe pra realizar uma pescaria descente (tratando-se de bons exemplares).

 

COTA ZERO E FISCALIZAÇÃO COMPETENTE EM TODO BRASIL JÁ !!!!!!!!!!

 

* mesmo viajando constantemente a vários points de pesca por esse Brasil, tenho SEMPRE imenso prazer em retornar ao Velho Chico, como farei agora comecinho do mês em Três Marias e continuarei frequentando a região e torcendo por mudanças drásticas.

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Concordo plenamente parceiro,

 

Infelizmente eu me encontro em semelhante situação. Fico indignado com a matança desenfreada de peixes. Mais ainda com a prática da pesca subaquática.

 

Estava pescando no Tocantins quando submerge um "matador" com a corda cheia de peixes, havia arpoado um casal de tucunarés pequenos, cachorra, bicuda, entre outros.

 

Outra vez, tarde da noite, na chácara da família situada no entorno do DF, avistei uma dupla arpoando um casal de tucunarés que haviam se instalado embaixo do flutuante que construímos. Confesso que, nesse dia, minha raiva foi tanta que não consegui dormir direito. Eu já sabia da existência desses tucunarés há certo tempo e, vez ou outra, ia pro flutuante só pra ficar observando eles.

 

Esses ditos "pescadores" não se contentam com uma captura só. Têm que fazer valer a aventura e dizimar o cardume local.

 

Sou contra a predação irracional do sistema ecológico.

 

 

Deveria haver uma maior fiscalização por parte dos órgãos CRIADOS para proteger o meio ambiente e o mais importante, a CONSCIENTIZAÇÃO DAS PESSOAS em preservar a natureza.

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Meus amigos,  :amigo:

 

A indignação é uma forma de manifestarmos nossa revolta, embora pouco possa produzir como resultado desejado, pelo menos nesse "nosso País".

Certamente que qualquer pessoa de "bom senso" (nada mais que isso) já teria verificado que abater espécies silvestres de forma descontrolada, é algo próximo a "dar um tiro no próprio pé" !

Sabemos todos que as condições sociais de grande parte da nossa população é carente, aliás, é "miserável" (no sentido pleno da palavra). Grande parte dos "pescadores profissionais" emerge desses contingentes, que - infelizmente - apesar de serem em grande número, terminam sem produzir o efeito devastador gerado pela comercialização do pescado ! Essa sim, controlada por não muitos, mas que adquire a verdadeira razão de extermínio de qualquer espécie...  

 

Ainda que de forma "fantasiosa", imaginem que se tornasse proibida a comercialização do pescado através de transporte, qualquer que fosse o meio utilizado ! Só essa medida já seria suficiente para dar um fôlego aos estoques, tão perseguidos pelas redes e armadilhas "ditas profissionais". Não digo isso como "ficção", pois na região do Araguaia, não foi preciso mais que alguns poucos anos de proibição completa de retirada de peixes dos rios (não de pescá-los), que "a fartura" retornou para alegria dos pescadores esportivos e da comunidade ribeirinha que vê a volta do "turismo da pesca" irrigar seus redutos com muito maior eficiência financeira do que a venda de peixe de forma produtiva decrescente a cada ano...

 

No rio São Francisco, ou em diversos outros locais, sempre "lendários" de suas piscosidades, algo do tipo poderia devolver aos peixes (e a nós pescadores conscientes), a razão maior de suas existências, que é sempre a de se perpetuarem, e não serem dizimados...

 

Tudo isso é sempre mais simples de dizer, do que de executar, MAS convenhamos, para "executar", é preciso querer, e isso é algo que não vemos acontecer há muito neste país !  Naonao::

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Fabin, eu que já vi o Velho Chico em todo seu apogeu e hoje depara-se com o quadro triste de assoriamento, degradação das margens, total falta de fiscalização, e simplesmente desolador.

Um rio que pescava-se grandes surubins de 80 kgs, dourados de 20kgs. piaparas de 6 kgs. pacus de 10kgs.

 

hoje nem água tem mais, o que é pior os pescadores profissionais da região estão pegando os surubins e dourados com anzol de galho durante a piracema, sendo que o exemplo deveria partir deles, pois eles afinal vivem do pescado.

 

Conheço o São Francisco em três Marias e da cidade de Carinhanha até a barra do Rio Grande na Bahia, e o quadro é o mesmo, pelo menos as turmas que saem daqui de Governador valadares para pescar no Chico, o que não são poucas, mal consegue peixe comer no acampamento.

 

Poderia fazer um relato enorme da tristeza que vive o São francisco, mas prefiro ater-me nas minhas boas lembranças que já me foi proporcionado por este rio.

 

Elio Cioni.

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Pesco na região de Pirapora a cerca de 4 anos consecutivos. Antes de pescar nele, frequentei outros rios. O dia em que pesquei a primeira vez foi paixão à primeira vista. O rio é de uma beleza imcomparavel, algo que ainda não vi em nenhum outro.

Desde a primeira vez o que me chamou mais a atenção foi a questão da pesca predatória. Todos os dias, poitado na beirada do Velho Chico éramos surpreendidos com as redes de arrasto que não passavam a mais de 2 metros de nosso barco. Repito: todos os dias, faça chuva ou faça sol. E "ai" de você se falar algo ou se quer olhar meio "torto" para o lado deles.

A intensidade da pesca predatória e muuuuito maior que qualquer rio que eu já tenha frequentado.

Da última vez, agora em Maio/15, estava pescando sozinho poitado a 2 metros do barranco ao lado de uma das "trocentas" ilhas que tem nele. Um ilustre pescador "profissional" se achegou, um daqueles da rede de arrasto e puxou conversa.

Perguntou da onde eu era, se tava pegando peixe, comentei que tava complicado... muito ruim de peixe, ele disse que estava mesmo, que há 2 anos não saia mais peixe, que antes era uma fartura, mas que hoje em dia estava ficando muito difícil.

E o mais interessante é que ele afirmou com todas as letras que o peixe vai acabar mesmo. Disse numa tranquilidade tão grande que fiquei até sem palavras na hora. Eles têm consciência de que estão acabando com tudo, mas mesmo assim continuam a tirar tudo o que podem do rio. Se eles têm esse pensamento, não vejo saída para aquele rio, por mais triste que possa parecer, a não ser que a intervenção venha de cima com proibição eacompanhamento de perto da Ambiental.

O pirá é um peixe endêmico, como disse o Fabin, um belo peixe, uma coloração azul muito bonita. Sua pesca é proibida.

Pois então, o rio deu uma sujada no dia em que estávamos lá, não precisava de mais nada. Teve barco que pegou 200 pirás durante uma noite de pesca, vocês leram certo, 200.

Como ficamos sabendo? No outro dia, o dono da pousada onde estavam esses pescadores veio falar com o dono do rancho onde estávamos... todo feliz e satisfeito pela pescaria que os clientes fizeram.

Sinto por aquele rio, não fosse isso, tem a questão da falta de água, o ciclo da cheia não se completa, os peixes não desovam e isso tende a agravar mais a situação do Velho Chico, um rio que aprendi a admirar desde a primeira vez que o avistei.

Espero que algo aconteça logo, antes que seja tarde demais.

Queria poder ajudar de alguma forma... pescar conscientemente não está sendo suficiente, precisamos ir além. Esperar que haja conscientização, não acredito pelo que vi esses anos lá.

O que podemos fazer?

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Até inversão dos valores existe nos rios do país.... mau::

 

Nós que fazemos o correto que é preservar "devolver o peixe", recolher até lixo de outrem e temos que baixar a cabeça para não sofrer represálias.

Enquanto aquele que coloca quilômetros de rede é "o dono do pedaço".

 

Juro por tudo, que se não fosse crime matar quem faz coisa errada o suporte do meu motor elétrico estaria assim ||||| ||||| ||||| ||||| |||

 

Pq esperar pelos fdp que regem as leis  ::nada::

suici::

 

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Infelizmente aqui em Minas a pesca esportiva é pouco difundida e até mal vista pelos pescadores mais antigos. Já cansei de ouvir de pescadores "matadores" que é um absurdo eu ir pescar e soltar o peixe. E o pior é que não é apenas entre os mais velhos que reina este pensamento não, já ouvi de muitas pessoas mais jovens este mesmo pensamento.

Certa vez fiquei hospedada em uma pousada muito famosa e "cara" na represa de Três Marias, quando voltamos da pesca do tucunaré e contamos ao gerente que soltamos os peixes ele "o gerente" disse que devíamos ter matado tudo, ele disse que lá os regionais tem raiva do tucunaré porque acreditam que ele acabou com os peixes nativos da região. 

Quando conto que viajo ao Araguaia para pescar e que de lá não podemos trazer nenhum peixe, as pessoas aqui acham um desperdício de dinheiro ir tão longe e não trazer peixe.

Acho que além de regras e leis falta ainda muita conscientização aqui em Minas. 

É difícil mudar a cabeça das pessoas, mas é possível. Na minha família mesmo eu venho conseguindo mudar aos poucos o pensamento de alguns..

Certa vez ouvi minha avó (81 anos), contanto sobre os tempos antigos em que ela pescava mandis amarelos enormes no Rio Paraopeba, surubins que mal cabiam na garupa do cavalo, e concluindo ao final da história que não tem mais tanto peixe como antigamente porque as pessoas não soltam os peixes e levam tudo o que pescam. Ouvir isso de alguém que achava absurdo soltar uns tambacus no pesqueiro até poucos anos quando comecei a levar ela comigo nas pescarias, foi para mim a certeza de que é possível conscientizar as pessoas sim.

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É Fabin... e demais São Franciscanos que comentaram aqui... uma covardia o que fizeram e fazem com o Velho Chico... me criei às margens desse Rio e presenciei seus cardumes serem dizimados, sua água ser poluída e agora escasseada. Sempre digo que o São Francisco é meu rio do coração, por seus aspectos naturais e culturais. Mas o extrativismos predatório (por parte de amadores e profissionais) é arraigado demais aqui... digo a vocês que perdi as esperanças... não há vontade política de mudar isso, nunca houve...

Mas continuamos fazendo nosso trabalho de formiguinha.

Grande abraço a todos!

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  • 5 anos depois...

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