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MORTALIDADE DE TUCUNARÉS X PESCA ESPORTIVA


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            MORTALIDADE DE TUCUNARÉ X PESCA ESPORTIVA

 

 

            Em trabalho relativamente recente, publicado no periódico científico ACTA AMAZONICA, pesquisadores estudaram a taxa de mortalidade de tucunarés associada à pesca esportiva (pesque e solte) no Rio Negro, Amazonas.

            A seguir, apresento um resumo do trabalho:

 

            A pesca esportiva de tucunarés Cichla spp., na Amazônia brasileira, aumentou em popularidade nos últimos anos e tem atraído pescadores esportivos que geram benefícios econômicos para essa região. Entretanto, a sustentabilidade dessa pescaria depende em parte da sobrevivência dos peixes capturados, por meio da prática do pesque e solte. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mortalidade de Cichla spp., incluindo o tucunaré-paca/açú (C. temensis Humboldt), o borboleta (C. orinocensis Humboldt) e o popoca (C. monoculus Agassiz) em dois locais na bacia do rio Negro, o maior tributário do rio Amazonas. Os peixes foram capturados por variados tipos de iscas artificiais e posteriormente monitorados em viveiros construídos no próprio rio, por 72 horas. Um total de 162 tucunarés foi capturado e as mortalidades (em %) foram calculadas. A mortalidade foi de 3,5% para o paca; 2,3% para o borboleta; e 5,2% para o popoca. O comprimento padrão dos peixes capturados variou de 26cm a 79cm, mas apenas peixes menores de 42cm morreram. A pesquisa sugere que a pesca esportiva não causa substancial mortalidade na população de Cichla spp. Na bacia do rio Negro.

 

            Apresento também algumas informações adicionais que retirei do trabalho:

 

            Foram utilizadas na pesca iscas de superfície, meia-água e jigs.

Dos 56 pacas/açús capturados, 2 morreram, tendo sido ambos fisgados por jigs.

Dos 87 borboletas capturados, 2 morreram, tendo sido um fisgado com isca de meia-água e o outro com jig.

Dos 19 popocas capturados, 1 morreu, tendo sido fisgado com isca de meia-água.

 

Todas as mortes ocorreram por ferimentos na garganta ou na guelra.

 

As mortes ocorreram entre 5 e 15 minutos após a captura em quatro peixes. O quinto sobreviveu ainda por duas horas.

 

Quem quiser ter acesso ao trabalho completo, o link é: www.scielo.br/pdf/aa/v44n4/13.pdf.

 

Abraços

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Boa informação!

 

Apesar da "pequena" taxa de mortalidade todo pescador esportivo tem por obrigação se instruir de como lidar com o peixe após a captura.

 

http://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/18477-procedimentos-b%C3%81sicos-para-pescar-fotografar-e-soltar/

 

joia:::  

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            Foram utilizadas na pesca iscas de superfície, meia-água e jigs.

Dos 56 pacas/açús capturados, 2 morreram, tendo sido ambos fisgados por jigs.

Dos 87 borboletas capturados, 2 morreram, tendo sido um fisgado com isca de meia-água e o outro com jig.

 

Sempre achei que os Jigs por ter um só anzol machucassem menos os peixes, comparando com os plugs...mas eles se destacaram nas mortes...Será coincidência ou a explicação é por ser uma isca mais fácil do peixe engolir, acaba embuchando ou machucando as guelras ?

 

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Sempre achei que os Jigs por ter um só anzol machucassem menos os peixes, comparando com os plugs...mas eles se destacaram nas mortes...Será coincidência ou a explicação é por ser uma isca mais fácil do peixe engolir, acaba embuchando ou machucando as guelras ?

 

 

Bela pergunta Renato e ótima reportagem essa divulgada pelo Carlos !!!

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Parabéns Carlos por compartilhar o estudo!

Muito legal!

Agora sobre os dois Cichla Temensis que morreram após ter sido fisgados por jigs...

Acredito que o amigo Barreto esteja correto em sua constatação.

A isca de Jig quando não pega no canivete, poderá ser facilmente engolida pelo Tucunaré Açu.

Acredito que em ocorrendo isso o anzol pode atingir guelras ou partes vitais com maior facilidade.

Geralmente as Iscas Artificiais do tipo Plugs principalmente se forem maiores como por exemplo Grandes Iscas de Hélice ou Poppers,

pode ser que acabem fisgando antes na boca do peixe e não são engolidas com tanta frequência.

Outro ponto a se considerar pode ser pela quantidade de anzóis existentes nessas iscas...

Um anzol apenas como é no Jig pode ser engolido com maior facilidade eu acredito...

Já uma Grande Isca de Hélice por exemplo possui em sua maioria três garatéias grandes...

O que eu acredito que aumente as chances de engatar na boca do Tucunão e não "descer" para dentro...

Somente para constar que isso é uma interpretação que eu tive em cima dos dados do estudo apresentado e de algumas pescarias que fiz...

Isso jamais quer dizer que um Grande Tucunaré ou um Grande Dourado por exemplo não vão engolir uma Isca Artificial de 18 Centímetros...

Esse fato infelizmente já ocorreu comigo em duas oportunidades...

Em uma Pescaria na Amazônia um Tucunaré Açu de 6 Kgs estourou na High Roller 5.25 e acabou engolindo a isca inteira e ela acabou atravessada na garganta dele com a garatéia traseira engatada nas guelras...

Muito embora o trabalho do Guia foi cirúrgico cortando a linha e retirando a isca com o maior cuidado do mundo por fora das guelras dele e não puxando do contra, infelizmente o peixe não suportou e veio a morrer uns 15 minutos depois para a minha tristeza...

Em outra oportunidade em Passo de La Pátria um Dourado de uns 12 Kgs também acabou engolindo a Cucu e ocorreu algo muito semelhante à situação descrita acima e o peixe também veio à morrer...

Comigo em muitas Pescarias que já realizei foram apenas essas duas oportunidades em que esse fato ocorreu...

Fiquei chateado nos dois casos mais no nosso esporte pode ocorrer isso...

Nos dois casos eu me alimentei dos peixes...

Mas para constar acho que a proporção de peixes que já soltei e voltaram para a vida foram de mais de 100 para cada um desses que infelizmente vieram a morrer...

Essa Pesquisa corrobora que PESCAR E SOLTAR VALE A PENA!

Um abraço!

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Otimas colocações.

Sobre a mortalidade que o jig implica, faltava o estudo dizer quantos peixes foram pegos com jigs para sabermos a mortalidade % da isca.

 

Acho que além do explanado pelo Caio, também deve ser considerado como deletério o tempo maior de manuseio e maior demora na liberação do peixe quando o jig é engolido.

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Muito boas informações, parabéns pelo tópico e pelo estudo Carlos. muito interessante também o link do tópico do Rodrigo, compartilhado pelo Marcelo, assim como as informações compartilhadas/acrescentadas pelos outros amigos.


Forte abraço


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Muito boas informações, parabéns pelo tópico e pelo estudo Carlos. muito interessante também o link do tópico do Rodrigo, compartilhado pelo Marcelo, assim como as informações compartilhadas/acrescentadas pelos outros amigos.

Forte abraço

 

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Grande parceiro,

 

Parabéns pela divulgação do estudo, pois é importante que todos nós, pescadores esportivos praticantes do pesque e solte, conheçamos os reais impactos da nossa atividade... é maior que zero, mas não chega a 2 dígitos!!  

 

Até onde me lembro, os vários estudos que foram feitos para o black-bass, nos USA, apresentaram números semelhantes aos do estudo mencionado. Não me lembro se os estudos faziam alguma diferenciação por tipo de isca. A grande diferença, lá, é que havia flutuações significativas de mortalidade em função da temperatura da água. Quanto mais quente a água, maior a mortalidade. Não havia um consenso sobre o motivo disso... havia uma série de hipóteses a serem comprovadas.

 

Já que o jig foi meio que colocado como o tipo de isca "mais mortal", me lembrei de um outro estudo feito com os striped bass, usando anzóis comuns (J hooks) versus circle hooks. A principal razão da mortalidade causada pelos anzóis comuns era o "embuchamento", quando o anzol pegava em partes críticas do peixe (guelras, estômago, olho, etc). A mortalidade associada ao uso de circle hooks foi muito baixa, porque, na esmagadora maioria das vezes, pega no "canivete". Aparentemente, a "letalidade" do jig pode estar associada à facilidade de ser engolido pelos tucunas. 

 

[]s

Edu

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Boa informação!

 

Apesar da "pequena" taxa de mortalidade todo pescador esportivo tem por obrigação se instruir de como lidar com o peixe após a captura.

 

http://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/18477-procedimentos-b%C3%81sicos-para-pescar-fotografar-e-soltar/

 

joia:::  

 

Concordo em numero, genero e grau

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Grande parceiro,

 

Parabéns pela divulgação do estudo, pois é importante que todos nós, pescadores esportivos praticantes do pesque e solte, conheçamos os reais impactos da nossa atividade... é maior que zero, mas não chega a 2 dígitos!!  

 

Até onde me lembro, os vários estudos que foram feitos para o black-bass, nos USA, apresentaram números semelhantes aos do estudo mencionado. Não me lembro se os estudos faziam alguma diferenciação por tipo de isca. A grande diferença, lá, é que havia flutuações significativas de mortalidade em função da temperatura da água. Quanto mais quente a água, maior a mortalidade. Não havia um consenso sobre o motivo disso... havia uma série de hipóteses a serem comprovadas.

 

Já que o jig foi meio que colocado como o tipo de isca "mais mortal", me lembrei de um outro estudo feito com os striped bass, usando anzóis comuns (J hooks) versus circle hooks. A principal razão da mortalidade causada pelos anzóis comuns era o "embuchamento", quando o anzol pegava em partes críticas do peixe (guelras, estômago, olho, etc). A mortalidade associada ao uso de circle hooks foi muito baixa, porque, na esmagadora maioria das vezes, pega no "canivete". Aparentemente, a "letalidade" do jig pode estar associada à facilidade de ser engolido pelos tucunas. 

 

[]s

Edu

 

Grande Edu

 

Embora o jig tenha sido apontado como o mais danoso, em total de mortes, ele foi utilizado na captura de 59% dos peixes (contra 33% com iscas de meia-água e apenas 8% com iscas de superfície). Ou seja, muitos peixes capturados com ele não sofreram grandes danos e sobreviveram.

Na verdade não dá para afirmar que o jig foi o mais danoso (proporcionalmente ao total de capturas com ele), mas sim apenas em números absolutos, e com uma margem ínfima em relação às iscas de meia-água.

Mas uma coisa ficou clara, na leitura do trabalho, ferimentos na garganta ou nas guelras foram as causas das mortes observadas.

 

Grande abraço parceiro!

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Grande Edu

 

Embora o jig tenha sido apontado como o mais danoso, em total de mortes, ele foi utilizado na captura de 59% dos peixes (contra 33% com iscas de meia-água e apenas 8% com iscas de superfície). Ou seja, muitos peixes capturados com ele não sofreram grandes danos e sobreviveram.

Na verdade não dá para afirmar que o jig foi o mais danoso (proporcionalmente ao total de capturas com ele), mas sim apenas em números absolutos, e com uma margem ínfima em relação às iscas de meia-água.

Mas uma coisa ficou clara, na leitura do trabalho, ferimentos na garganta ou nas guelras foram as causas das mortes observadas.

 

Grande abraço parceiro!

Valew Carlos, respondeu a minha dúvida.

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162 peixes capturados e 5 morreram, e ainda tem gnt que critica o pesque-solte...

Proibem a pesca em alguns rios, msm sabendo que se pratica 100% do pesque-solte, mas nao se faz nada com redes de arrasto que matam 90% a 95% do pescado, tartarugas, golfinhos, aves e etc...entre outras milhares de praticas

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Também concordo que o maior risco para o peixe fisgado, será o comprometimento de suas guelras ou mesmo o interior de sua garganta ! Peixe que "embucha" a isca, tende a ter uma incidência de morte bem mais elevada, por maior que sejam os cuidados em soltá-lo ! O conceito de garateia "ferir menos" é relativo, pois são mais pontas para avariar o interior da boca dos peixes ! Também levar em consideração que muitas são as vezes em que o próprio peixe é que determina a forma de ser ferrado, diante da brutalidade com que ataca as iscas ! No estudo dos tucunarés, isso é mais do que claro !  ::fish2

 

arrow:: Sem fazer juízo de valor, os peixes de couros são capturados (via de regra) com um empate de anzol simples, e muitos são os peixes pegos sem ser pelo "canivete" ! Talvez sejam bem mais resistentes que os tucunas e outros peixes de escama, mas o fato é que depois da "sessão de fotos e carícias" voltam para a água e não demoram nada para se recuperar e seguir caminho...

 

arrow:: Considero sempre que qualquer estudo ou pesquisa no sentido de melhor compreensão desse tema como de suma importância !  ::tudo::

 

arrow:: Não vou nem mais entrar no mérito de querer defender ou justificar o "pesque & solte", já que não há mais o que discutir sobre isso !

 

Contudo, é sempre bom lembrar que "mesmo fazendo a nossa parte" (que é soltar os peixes), a própria natureza (quando desbalanceada) se encarrega de promover uma enorme baixa na sustentação dessas solturas, através da interveniência dos botos (parecem não ter predadores, de tantos que são...), piranhas e jacarés, todos à espreita de uma oportunidade ! Peixe solto, normalmente é presa fácil desses predadores....   lacou::

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Bela pesquisa....vou mostrar pra amigos meus aqui da empresa que vivem me sacaneando, dizendo que pesco pra jogar fora, arrebento o peixe pra deixa-lo lascado...hehehehehe, todos entendem né???hehehe.....

 

Então, isso tudo é importante e necessário essas informações....porém, vale lembrar que não necessariamente apenas soltar o peixe de qualquer jeito vai facilitar sua sobrevida...

 

Temos que ter os cuidados que todos pescadores esportivos sabem , não demorar, não tirar a mucosa, soltar em local protegido, etc.... 

 

Não podemos ser hipócritas.... nosso esporte oferece risco ao peixe.... em alguns casos , infelizmente, iremos sacrifica-los .. pelos fatos citados pelos amigos ou por tentar homologar um recorde visando a divulgação do nosso esporte?????....affffff, ...enfim , vamos tirar as garateias de tudo só pra ver a porrada (já deu o que falar e anos atras) ou vamos entrar pra alguma ONG...ou entendemos que de alguma forma, fornecemos um problema menor....

 

Aos poucos os pescadores esportivos vão convencendo( de forma política) outros pescadores à pratica...

 

Lembro ano passado, um pescador a primeira vez que foi pra amazônia, sem prática esportiva. Pescou um açu de 22 lbs, e quando colocou nos braços, ficou desesperado para soltar o peixe.... ou seja, conquistamos mais um adepto!!!!!!  alegre::  alegre::  alegre::  alegre::  alegre::  alegre::

 

 

Abraços e parabéns....

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Estava vendo FishTv, mais precisamente o programa Biopesca, o pescador que apresenta o mesmo no fim do programa ele comentou da seguinte maneira:

 

Temporada de Barcelos Rio Negro de outubro a março, 20 barcos na região, média de 18 pescadores por barco, praticamente todos param para almoçar  tucunaré assado no barranco. 

 

Vamos lá: 18 pescadores/semana x 20 barcos x 4 semanas x 6 mêses = 8640 tucunarés. A pergunta fica o Rio Negro suporta isto e por quanto tempo. 

 

Vendo o relato do Carlos Vettorazzi, mais este dado que mencionei, eu fiquei um pouco impressionado, e pensei será que um um pode acabar?

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Sinceramente Elio, 8,5 toneladas de pescado em 6 meses não faz nem cocegas.

Também não são todas as semanas que tem 360 pescadores, então esse número é bem menor.

 

A região é gigantesca. Os barcos partem pra diversos afluentes, e a grande maioria de peixe do rango é popoca, borboleta. São espécies menores e que se proliferam bem mais rápido.

Sem contar que os peixes tem 6 meses de descanso na cheia.

 

O problema de lá são os geleiros que passam redes.

 

Aqui nos rios de SP a pressão é muito maior.

Muito pior é no Lago do Peixe, onde só no Kojak vão 1500 pescadores por ano. E Ainda tem as outras pousadas.

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